02 dez, 2017 - 15:04
Centenas de pessoas aplaudiram fortemente este sábado o guitarrista Zé Pedro quando o seu corpo saiu do Museu dos Coches, em Lisboa, ao som da música "O Homem do Leme".
Por volta das 13h15, o corpo do guitarrista dos Xutos & Pontapés saiu do antigo edifício do Museu dos Coches, que estava desde uma hora antes encerrado apenas para familiares e amigos.
Quando, no exterior, começou a ser tocada a música da banda e o caixão saiu, as centenas de pessoas que, entretanto, se foram juntando na entrada aplaudiram e cantaram em coro.
O cortejo fúnebre seguiu depois a pé até ao Mosteiro dos Jerónimos, onde a missa de corpo presente se realizava a partir das 13h30.
Pelo caminho, populares que se juntaram ao longo da estrada foram aplaudindo, os turistas perguntavam quem tinha morrido e até os funcionários dos Pastéis de Belém saíram para a rua para homenagear o guitarrista.
Muitas figuras públicas, amigas de Zé Pedro, compareceram este sábado para o último adeus ao guitarrista da banda de rock.
"Ele era um dos melhores de nós", disse o músico Adolfo Luxuria Canibal, visivelmente emocionado, enquanto Jorge Palma, com a voz embargada, foi incapaz de dizer mais do que: "Venho despedir-me de um grande amigo".
Tó Trips, Kalú e os restantes elementos da banda Xutos & Pontapés foram outros dos músicos que marcaram presença nas cerimónias fúnebres do guitarrista.
O deputado do PCP António Filipe não quis também deixar de homenagear o músico, recordando os "anos inesquecíveis" em que os Xutos encerraram a Festa do Avante.
"Venho prestar a minha homenagem, mas não a última porque o Zé Pedro vai continuar muito presente pela obra que deixa", afirmou, lembrando que os Xutos atravessam e vão continuar a atravessar muitas gerações.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assistiu "emocionado" à missa de corpo presente do guitarrista Zé Pedro, uma cerimónia que considerou "muito tocante" e "participativa", durante a qual foram cantadas músicas dos Xutos & Pontapés.
"Foi uma missa muito tocante e muito participativa, tanto pelas palavras do padre, muito próximas da vida de Zé Pedro e do fenómeno rock", como pela cerimónia em si, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que foram "cantadas algumas músicas dele ao longo da missa".
Para o Presidente da República, um dos momentos mais bonitos foi a "intervenção final de evocação de Zé Pedro".
O guitarrista dos Xutos e Pontapés morreu na quinta-feira, aos 61 anos. Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, só tendo sido assumida publicamente no passado dia 4 de novembro, no derradeiro concerto do músico, no fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.
No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, criou a banda Delirium Tremens, que mais tarde passou a chamar-se Xutos & Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim, para o lugar de Paulo Borges.
O primeiro concerto dos Xutos & Pontapés realizou-se a 13 de Janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.
O funeral de Zé Pedro realiza-se sábado à tarde no cemitério dos Olivais.