28 nov, 2017 - 17:16 • Susana Madureira Martins
Jorge Lacão desistiu de se candidatar ao Conselho de Segurança Interna. Logo no arranque da sessão plenária desta terça-feira, no Parlamento, o deputado do PS pediu a palavra para dizer que “não deseja fazer parte de um problema”, anunciando, por isso, a desistência da candidatura ao Conselho Nacional de Segurança Interna.
Este é um órgão de consulta do Governo em matéria de segurança, onde têm assento dois representantes eleitos pelo Parlamento, cujos candidatos carecem de uma votação de dois terços dos deputados e, necessariamente, do entendimento entre os dois maiores partidos, PS e PSD.
O acordo para eleger Lacão existia, mas não se concretizou na votação em urna, na segunda-feira. Eram necessários 150 votos a favor para o socialista ser eleito, mas apenas 131 deputados o fizeram. Houve 76 votos brancos e 18 nulos, o que fez chumbar o nome acordado entre socialistas e social-democratas.
Foi a segunda vez que Jorge Lacão viu a sua candidatura chumbada e o deputado entendeu que a “melhor forma de servir a dignidade da instituição parlamentar é não insistir na candidatura”, salvaguardando que se tratou “de uma votação democrática e as votações democráticas devem ser respeitadas”.
Nesta intervenção, Lacão, que é também vice-presidente da Assembleia da República, acrescentou que não quer “trazer à câmara qualquer dificuldade acrescida”, explicando que não deseja “fazer parte de um problema, mas sim de uma solução para a qual no futuro procurarei concorrer”.
Ficou por saber de que modo é que o deputado do PS quer contribuir para essa “solução”. Do Conselho Nacional de Segurança Interna já faz parte o deputado do PSD Luís Marques Guedes, ficando agora a faltar eleger o nome apontado pelos socialistas.