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"Adesão elevada" na greve dos trabalhadores da saúde a que não aderem médicos e enfermeiros

24 nov, 2017 - 08:38

Protesto é dos assistentes técnicos, dos assistentes operacionais e também dos técnicos de diagnóstico e terapêutica, cuja carreira foi recentemente negociada, mas ainda não está regulamentada.

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A adesão à greve dos trabalhadores da saúde relativamente ao turno da noite foi elevada, de acordo com o sindicalista José Abraão, salientando que, esta sexta-feira de manhã, várias consultas, exames e cirurgias vão ser afectadas pela paralisação.

Os profissionais de saúde iniciaram às 00h00 deste dia de greve, que não abrange médicos nem enfermeiros, mas que, nas contas dos sindicatos que a convocaram, deverá abranger cerca de 200 mil trabalhadores entre assistentes técnicos (administrativos) e assistentes operacionais (auxiliares).

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Federação Sindical da Administração Pública (FESAP), José Abraão, não quis avançar com percentagens relativamente ao turno da noite, mas adiantou que "são muito elevados".

"No que diz respeito ao turno da noite, há números muito significativos que inviabilizaram a resposta imediata do serviço. (...) Os serviços estão a trabalhar com deficiências. No Porto e em Lisboa e nos hospitais do interior do país, temos uma resposta superior à da última greve da saúde", sublinhou.

O dirigente lembrou que esta é uma paralisação dos assistentes técnicos, dos assistentes operacionais e também dos técnicos de diagnóstico e terapêutica, cuja carreira foi recentemente negociada, mas ainda não está regulamentada, e que estão em greve há 20 dias.

"No turno da manhã que começa às 8h00 prevê-se uma grande adesão. Temos consultas que não se vão fazer, outras foram desmarcadas e outras vão realizar-se com atrasos. Há cirurgias programadas que provavelmente terão dificuldades sem e realizar", disse José Abraão, remetendo mais informação para mais tarde.

Os primeiros dados referentes à greve dos trabalhadores da saúde, divulgados no início da madrugada, nos hospitais do distrito de Lisboa davam uma adesão superior a 80% atingindo, no caso do Amadora-Sintra, os 100%, segundo a Federação, da CGTP.

A greve foi convocada pelas estruturas da UGT (FESAP) e da CGTP-IN (Frente Comum).

Entre as motivações da greve está a falta de acordo colectivo de trabalho para 40 mil profissionais de saúde com contratos individuais de trabalho, mas que não beneficiam do descongelamento das carreiras, nem têm horário semanal de 35 horas, sobretudo dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais).

"O texto do acordo colectivo de trabalho está praticamente negociado, só falta vontade política", afirmou José Abraão, que disse já ter pedido a semana passada uma reunião ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para discutir o tema.

O dirigente sindical considerou que é importante que o Governo "não reduza" os problemas laborais na saúde [apenas] "aos médicos e enfermeiros, que têm feito excelente trabalho", mas que aprove melhorias para todos os profissionais, uma vez que todos são necessários ao funcionamento dos serviços.

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  • Joao
    25 nov, 2017 Beja 04:59
    Desculpe menina Ana sabe lá voce o que é trabalhar na saúde todos os dias a trabalhar com pressão a mais e arriscando a fazer mal o seu trabalho por falta de condições, quem não sabe não fala porque ter mais de 300 horas não pagas é bom não é sem folgas, noites que se faz para ganhar mais 2 euros quando podia estar a descansar em casa, muitas vezes sem fim de semana para estar com os filhos e quando os tens ligarem te a dizer que não á pessoal para o turno e nem te pagam, conto já 5 meses com quase todos os turnos com 1 a 2 elementos a menos no turno e o trabalho aparece feito com muito sacrifício mas uma pessoa precisa de descanso, precisa de ter vida própria, familia. Depois disto todos os problemas existentes são culpa dos assistentes operacionais, eles tem que saber de tudo, mas ninguém quer saber de nos, ninguém nos agradece o sacrifício que nos passamos, contudo a nossa volta se não estivemos bem não poderemos nem vamos conseguir ajudar alguém coisa que o meu trabalho. Pense antes de dizer alguma coisa
  • Ana Nunes Faria
    24 nov, 2017 Almada 13:15
    Não consigo encontrar normalidade na pretensão dos profissionais de saúde referente a equiparação em termos de horas de trabalho aos seus colegas em funções públicas com funções administrativas. Até entendo que os técnicos com funções administrativas na saúde tenham esta pretensão agora profissionais de saúde? Colocando em risco a vida das pessoas que recorrem ao serviço nacional de saúde? Para quê? Para poderem estar mais horas no privado depois de picarem o ponto no SNS e ganharem mais uns trocos, coisa que não é possível aos outros técnicos? Esta situação é uma vergonha para o país...
  • Carlos Gonçalves
    24 nov, 2017 ALMADA 11:14
    No tempo de Passos e Portas isto nunca se viu, porquê ? A " Porca " a Girigonça está do avesso e é tudo a mamar !! Aproveitem porque vem aí o Black Friday .

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