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Santana Lopes. “Estado de graça do Governo acabou e não volta"

23 nov, 2017 - 20:20

Candidato à liderança do PSD acredita que a legislatura pode não chegar ao fim.

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O candidato à liderança do PSD Pedro Santana Lopes defende que "o estado de graça do Governo acabou e não volta", dizendo estar "cada vez mais convencido" de que as próximas legislativas vão ser antes de 2019.

"Disse na apresentação da candidatura que estava convencido de que o ciclo político desta maioria talvez fosse encurtado. Cada vez mais me convenço de que assim vai ser e que as eleições legislativas serão antes do previsto", afirmou Pedro Santana Lopes, numa intervenção perante os Trabalhadores Social-Democratas (TSD), uma estrutura autónoma do PSD.

O antigo primeiro-ministro salientou que "o estado de graça do governo não volta, acabou", apontou o desgaste da actual solução governativa e considerou que os últimos meses deixaram "marcas irreversíveis" no relacionamento entre o Governo e o Presidente da República.

"A situação política alterou-se significativamente, há algumas pessoas que ainda não viram, fingem que não viram ou não querem ver", defendeu, considerando que tal "aumenta a exigência" sobre o PSD.

Santana Lopes disse aos que pensam que é muito difícil ao PSD vencer as próximas legislativas que "o tempo hoje corre muito depressa": "Há uns tempos teorizava-se se o dr. António Costa teria ou não maioria absoluta, hoje em dia penso já ninguém o pensa".

Como exemplos do que chamou de "desorientação do Governo", o candidato à liderança do PSD apontou a "oscilação de posições" em relação a reivindicações de algumas carreiras, referindo-se em concreto aos professores.

Neste ponto, Santana disse concordar com a posição já expressa pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, e defendeu que o Governo tem de apresentar as contas de quanto custariam essas exigências.

"Atirar a responsabilidade para a próxima legislatura é também um péssimo sinal sem se ter feito uma obrigação elementar: falar com a generalidade das forças políticas, falar com a oposição", lamentou.

O antigo primeiro-ministro recordou que foi o Governo do PS que congelou as carreiras e que "a frente de esquerda" manteve as mesmas disposições nos dois orçamentos que já aprovou.

Para Santana Lopes, o actual Governo criou "uma situação perversa": "A situação que vivemos resulta do Governo do PS. Sectores do PS, não tendo resposta para a situação criada, procura dar a entender que a responsabilidade é nossa".

"O país neste momento tem um sentimento de preocupação grande: pode considerar justas as reivindicações, mas percebe que não há cabimento orçamental para satisfazer tudo o que está em cima da mesa", defendeu, numa intervenção em que, além de Pedro Passos Coelho, Santana também citou o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar.

Como outro exemplo de que a maioria está desgastada, Santana apontou as declarações do ministro do Ambiente, que admitia um aumento do preço da água, num momento em que o país vive um período de seca extrema.

"Mais uma vez há sinais de incapacidade do Estado de prever. Não ouvimos nenhum plano e qual é a primeira solução? Aumentar o preço da água", criticou.

Sobre a disputa interna, Santana Lopes procurou responder a um argumento muito utilizado pelo seu adversário, Rui Rio, de quem será o melhor candidato do PSD para vencer António Costa.

"Se não sou eu, há algo de muito errado aqui, já que o partido me convida de quatro em quatro anos para ser candidato à Câmara de Lisboa", afirmou, apontando que não consta que Rio tenha sido convidado para se candidatar ao Porto.

As eleições directas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se a 13 de Janeiro e, além de Santana Lopes, já se anunciou como candidato Rui Rio, que será ouvido pelos TSD na próxima terça-feira.

Comentários
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  • este é daqueles
    24 nov, 2017 lis 10:40
    Que só está bem onde não está!...
  • este andanças
    24 nov, 2017 lis 10:17
    É que pensa que tem graça!...É mais um Pedro igual ao outro farsola à procura do poder! Mete-se em tudo e não acaba nada!...a seguir vai andar por aí!
  • É pá!
    24 nov, 2017 lis 08:24
    O Sporting está a necessitar de um novo presidente! Candidata-te!
  • Barbeiro
    23 nov, 2017 Braga 23:39
    Estou de acordo com o João Cardoso em respeito a salários de sobrevivência. Mas à que realçar que muitos que se dizem trabalhadores nem o salário mínimo nacional merecem, pelo seu desempenho, pela sua destablizaçao nos outros funcionários, e que normalmente conseguem a destablizaçao de uma empresa. Quanto a reformas talvez a fasquia esteja um pouco baixo. Mas nada dos esageros que isistem. Agora responsabilizar o PSD e CDS pelas reformas elevadas! Isso não está justo, porque foram esses partidos que então governo, e com a pressão da troyca para redução de custos, puseram a proposta em cima da mesa, que foi chumbada pelo tribunal constitucional, e serviu como bandeira dos partidos políticos mais a esquerda das medidas inconstitucionais tomadas pelo governo PSD e CDS. A esquerda agora guverno, o seu primeiro passo foi repor as reformas a que tinham sido feito cortes pelo anterior governo, quais as reformas que tinham sofrido cortes? As mais baixas, ou as mais elevadas? Então antes de acusar alguém ver quem defende os altos. Os partidos da oposição e o tribunal constitucional só deixaram passar que a redução das reformas fosse acima dos 500€ por vergonha, e pora convencerem o eleitorado. Porque a constituição defende tudo por igual. Mas limitarem as reformas como queria o anterior governo, que era uma das exigências da troyca, redução das reformas, na minha perspectiva, era algo a ser votado e aprovado em assembleia da república.
  • António Valente
    23 nov, 2017 Sintra 22:39
    Oxalá é que não voltes tu
  • joao cardoso
    23 nov, 2017 matosinhos 21:57
    Se não fosse a esquerda estávamos lixados morríamos á fome, uma vez que o PSD e CDS são os partidos da austeridade e querem que os pobres morram á fome.hoje em dia quem vive com um ordenado até 750 euros passa fome, quem vive de 750 a 1000 euros passa dificuldades, acima dos 1000 a 1500 euros já começa a viver melhor e acima dos 1500 euros já se vive muito bem. Por isso ninguém devia de viver abaixo dos 1000 euros e ninguém no estado devia ter um ordenado acima dos 3000 euros e ninguém devia ter uma reforma acima dos 2000 euros. é a minha opinião e acho que é a mais justa. Passem esta mensagem para chegar aos partidos.

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