Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Governo quer terrenos privados limpos até 15 de Março

23 nov, 2017 - 15:43

Há "imenso trabalho para fazer" em matéria de incêndios, afirma o secretário de Estado da Protecção Civil.

A+ / A-

Os proprietários privados têm "até 15 de Março" para limpar as áreas envolventes às casas isoladas, aldeias e estradas e, se não o fizeram, os municípios terão "até ao final de Maio" para proceder a essa limpeza.

Há "imenso trabalho para fazer" em matéria de incêndios, reconheceu o secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves, no debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018).

O governante defende que isso passa desde logo por "aproximar a prevenção do combate" para "fazer prevalecer nas populações um sentimento e uma cultura de segurança que não tem havido até hoje".

"Para isso, queremos que, até 15 de Março próximo, os proprietários privados tenham todas as áreas envolventes às aldeias, às casas isoladas, aos parques empresariais e mesmo na envolvente às estradas os seus espaços limpos de vegetação facilmente consumível pelo fogo, como os eucaliptos, os pinheiros, as giestas e as acácias", disse o secretário de Estado.

José Artur Neves adiantou que vai ser feita "uma listagem" para que "todos saibam o que têm de limpar" e que terá a preocupação de manter "as espécies autóctones, como carvalhos ou castanheiros", uma operação que o secretário de Estado admitiu que irá "obrigar a uma grande publicitação" e ao "acompanhamento permanente de vários agentes".

No entanto, o governante atribuiu também responsabilidades nesta matéria às autarquias: "Caso alguns proprietários - por desconhecimento ou por algum laxismo - não o façam, entrarão os municípios a desenvolver esse trabalho de modo a que, no final de maio próximo, tenhamos as aldeias seguras, os espaços verdes seguros, as estradas seguras, as matas seguras e os corredores dos gasodutos também seguros".

Ainda relativamente aos incêndios, o PS apresentou uma proposta de alteração para que o OE2018 inclua uma dotação centralizada no Ministério das Finanças para despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos incêndios, no valor global de 186 milhões de euros.

Deste montante, há 62 milhões que são para "aplicação em activos financeiros, destinada ao financiamento [de] despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos incêndios", onde entre outras se incluem "indemnizações decorrentes das mortes das vítimas dos incêndios florestais" de Junho e de Outubro.

O CDS quer que esta proposta inclua também os feridos graves destes incêndios e o deputado Nuno Magalhães apelou aos socialistas para que incluam também estas vítimas na sua proposta de alteração.

Sobre esta matéria, o PS nada disse e o secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves, afirmou apenas que "é sabido que a curtíssimo prazo estas situações estarão resolvidas".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Vasco
    24 nov, 2017 Santarém 21:22
    Há muita coisa a fazer em matéria de limpeza e ordenamento e não tenho dúvidas que pouquíssimo se fará a não ser umas medidas avulso que pouco ou nada irão resolver os problemas de fundo até porque tudo isto para ser feito como deveria teria que mexer com os interesses de muitos proprietários que na prática se consideram donos mas que no fundo têm tudo ao abandono prejudicando o vizinho ou a sociedade em geral, por outro lado as coisas são resolvidas em Lisboa por gente ignorante no assunto e incapazes de discutir os problemas com quem os vive diariamente.
  • Jorge
    24 nov, 2017 Seixal 16:53
    Afinal de contas 98% da floresta portuguesa não é privada? Quem tem a obrigação de limpar aquilo que é seu, é o estado? São as câmaras municipais?
  • Beaver
    24 nov, 2017 Fornos de Aalgodres 11:15
    O Estado qd limpa as suas matas? E os privados têm de limpar à volta de suas casas? Mas se forem propriedade privada, ou do Estado, ainda são acusados de violacao de propriedade!!!! Secretários de Estado q só vêm prédios à volt dos seus gabinetes, dificilmente podem dar sugestões coerentes para o territorio florestal. Esses é q deviam ser descentralizados para Leiria ou Viseu !!!!!
  • Americo
    23 nov, 2017 Leiria 17:28
    Boa tarde. Acho bem. A pergunta que se impõe: e o Estado?
  • pp
    23 nov, 2017 leiria 16:58
    Pois... Os privados, porque o estado já não tem mais nada para limpar pelo menos no Pinhal de Leiria. LAMENTAVEL!!!!!
  • LGS
    23 nov, 2017 Lisboa 16:44
    É lamentavel que estes "secretarios de estado" não falem e entendam o que se passa , continua-se a falar sem saber o que se diz. Quantas aldeias cresceram e "ocuparam" como é evidente mais terreno , os proprietarios dos terrenos circundantes têm culpa desta situação ? Têm que deixar de ter o ganha pão de muitos por causa do crescimento das aldeias ? Concerteza que tem que ser resolvido , mas se possivel de uma forma inteligente , e não pura e simplesmente obrigar a ficar muitas vezes sem uma boa parcela de terreno, isto porque a maior parte destes proprietarios são "muito muito" pequenos e que já lá estão há muitos anos. Portanto estes senhores que nunca perceberam o que é o interior "florestal" dado que este não se vê de S.Bento , vejam e raciocinem que a grande parte destes proprietarios não têm capacidade para estas "ideias". porque mais uma vez estão a ser penalizados porque não há e não houve qualquer apoio para os incendios nem para estas limpezas. Nem para comprarem a madeira queimada que poderiam ter dado uma ajuda como existiu nos inicios de 1990 em que houve tambem uma grande area ardida.
  • Vigia Coelhos
    23 nov, 2017 Lisboa 16:33
    Deve ser verdade. Os proprietários privados limparem as áreas envolventes às casas??? Nem que a vaca tussa!

Destaques V+