​Politécnicos podem não conseguir pagar salários de Dezembro

Os institutos politécnicos apelam ao Governo para transferir até ao fim do ano as verbas em dívida a estas instituições.

O montante em atraso ronda os sete milhões de euros e, segundo o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Nuno Mangas, há casos em que as instituições estão paralisadas.

Em declarações à Renascença, Nuno Mangas explica que o conselho concluiu que ainda não há problemas em pagar salários, apenas porque se deixaram projectos para trás.

“Para o mês de Novembro a situação está assegurada. Havia algumas situações que estavam em dificuldade, mas já se conseguiu resolver. Mas o problema é que, para pagarmos salários, deixámos outras coisas para trás”, adverte o responsável.

“Torna-se imperioso que agora até ao final do mês haja um reforço dos orçamentos das instituições para que as coisas possam voltar a alguma normalidade no último mês do ano e as instituições possam pagar os salários de Dezembro e possam, também, fazer face aos outros encargos com fornecedores e com outro tipo de compromissos que resultam da sua actividade de investigação e ensino”, apela Nuno Mangas.

O também presidente do Instituto Politécnico de Leiria diz que estas instituições estão impedidas de assumir quaisquer novos compromissos financeiros, enquanto não se concretizar o reforço orçamental, pelo que até ao fim do ano espera ver o dinheiro em falta transferido pelo Governo.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse na semana passada no parlamento, que a transferência de verbas da dotação orçamental adicional prevista no contrato de legislatura com as instituições de ensino superior públicas deve acontecer até ao final do mês de Novembro.

Essa dotação adicional pretende fazer face aos aumentos de encargos decorrentes de alterações legislativas, como o regime transitório do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico (ECPDESP), no caso dos politécnicos, que está a fazer com que estas instituições estejam, em alguns casos, a adiantar dinheiro desde Janeiro.