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Qualidade da água do Douro é “fraca” porque os espanhóis têm “pouco cuidado”

21 nov, 2017 - 13:31 • Olímpia Mairos

O presidente da Câmara de Miranda do Douro queixa-se de que as aldeias espanholas ribeirinhas do Douro "não fazem o devido tratamento de esgotos, vertendo-os directamente para o caudal do rio".

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O presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, está preocupado com a “fraca” qualidade da água do rio Douro no seu troço internacional, considerando que os vizinhos espanhóis têm “pouco cuidado” no tratamento de efluentes.

“Espanha tem aldeias ribeirinhas do Douro que não fazem o devido tratamento de esgotos, que são vertidos directamente para o caudal do rio. Em tempo de seca, o caudal é mais reduzido, o que se torna preocupante “, denuncia o autarca mirandês.

Artur Nunes, que é também vice-presidente da Associação de Municípios Ribeirinhos do Douro, afirma que o controlo da qualidade da água é feito regularmente por entidades públicas, como é o caso da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e tem-se verificado “alguma contaminação” da água do rio Douro.

Segundo o autarca, há quantidade suficiente de água no Douro Internacional, mas a qualidade “é sempre discutível, porque há informação que não chega aos municípios”. Por isso, defende que, “ao proceder-se à captação de água no rio Douro, tem de se apostar no seu tratamento, para abastecer as populações com água de qualidade e com um preço em conta para os consumidores”.

O rio Douro entra em Portugal através da aldeia de Paradela, no concelho de Miranda do Douro, e prologa-se ao longo de mais de 120 quilómetros de extensão, atravessando os concelhos fronteiriços de Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo.

Cuidado com a água de nascentes

O presidente da Câmara de Miranda do Douro alerta ainda para os possíveis perigos de contaminação da água das nascentes e outras captações de superfície devido à seca e que se podem transformar em riscos para a saúde pública.

“O problema é mais grave quando há redes de abastecimento que saem deste tipo de nascentes para os fontanários ou reservatórios e que abastecem parte de algumas populações, sem o tratamento adequado, observa Artur Nunes, acrescentando que devido à seca “a tendência é para procurar estes pontos de água”.

“Queremos deixar um alerta para esta preocupação, principalmente para as localidades que ainda recorrem a este tipo de abastecimento de água para o consumo humano ou para os animais”.

O presidente da autarquia de Miranda do Douro afirma ainda que é feito controlo da qualidade da água em “algumas bicas” e que são colocadas placas informativas com a indicação sobre se a água é potável ou não, mas informa que “as nascentes mais antigas, ou que se encontram nos campos próximos das populações, na sua maior parte não têm controlo e podem, em alguns casos, apresentar algum grau de contaminação”.

“Se não chover, poderá haver o perigo de contaminação das nascentes de superfície provocada pela actividade agrícola e pecuária”, alerta o autarca.

Para evitar problemas possíveis problemas de saúde pública algumas aldeias da parte norte do concelho de Miranda do Douro, estão a ser abastecidas através de autotanques, com água tratada proveniente de uma captação no rio Douro e a autarquia está a emitir avisos às populações, para que evitem o consumo de água “não controlada”, mesmo em período de seca, “já que pode ser um risco para a saúde”.

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  • fanã
    21 nov, 2017 aveiro 16:13
    Neste assunto de poluição , nós Portugueses não fincamos atrás dos Espanhóis . Sra. Jornalista , faça uma reportagem sobre a poluição dos nossos rios e verá que desastres ambientais se produzem quase diariamente ! ..... Quanto as nossas Aldeias , quantas tem E.T.A.R.'s ????????.....

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