20 nov, 2017 - 19:48 • Susana Madureira Martins
A pergunta surgiu via videoconferência: "Senhor Presidente da República, gostava de ser clonado?". Foi colocada pela cientista Sílvia Curado que trabalha nos Estados Unidos, na área da Engenharia Genética.
E se a questão provocou muitas gargalhadas entre a comunidade de cientistas presente no Observatório Astronómico de Lisboa, a resposta de Marcelo Rebelo de Sousa também: "seria insuportável".
O chefe de Estado assistia a uma conferência sobre a comunidade científica portuguesa no estrangeiro e, bem-disposto, Marcelo acrescentou que ficaria insuportável "para o povo português e, sobretudo, para o primeiro-ministro e para o Governo”.
Mais adiante o Presidente disse mesmo que nem quer imaginar "o que seria qualquer Governo ou qualquer órgão com funções executivas ter de lidar, não com um Presidente, mas com vários presidentes presentes em vários pontos do território?", provocando várias gargalhadas na sala circular do Observatório.
Marcelo Rebelo de Sousa participou esta segunda-feira em quatro iniciativas e apenas duas delas constavam da agenda oficial.
O próprio Presidente da República ironizou com a situação, repetindo o que seria se andasse "a falar de diversos temas e a suscitar questões de resposta imediata?", renovando a resposta: "seria insuportável".
Conclusão. O chefe de Estado considera que o melhor "é poupar isso aos portugueses, que merecem, e sobretudo ao primeiro-ministro e ao Governo".
Antes disso, Marcelo Rebelo de Sousa disse aos cientistas presentes no Observatório Astronómico de Lisboa que, "se há uma prioridade para a ciência em Portugal, nessa prioridade cabem aqueles portugueses que estão lá fora", num recado "a quem tem responsabilidades em matéria de ciência", aqui implicitamente referindo-se ao Governo.
O Presidente participava numa conferência sobre a ciência na diáspora, promovida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, em que Marcelo elogiou a GPS - Global Portuguese Science - uma rede global que coloca em rede os cientistas portugueses no mundo, referindo-se a esta "ferramenta" como "essencial" para a comunidade científica espalhada pelo mundo e que ajuda a colocar questões, segundo Marcelo.
Por exemplo, a questão "como é que estes cientistas podem ser úteis como portugueses?", com o Presidente a concluir que esta é uma matéria "que implica mudança", e voltando a referir-se a si próprio como um "optimista realista", manifestou confiança que isso é possível.