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Governo prepara medidas para reduzir sinistralidade nas estradas

19 nov, 2017 - 15:46

Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) mostram que, entre 1 de Janeiro e 15 de Novembro deste ano, face ao mesmo período de 2016, ocorreram mais acidentes nas estradas, provocando o aumento do número de mortos e também de feridos, quer graves quer ligeiros.

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O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, disse este domingo que o Governo vai apresentar "a curto prazo" um conjunto de medidas para "melhorar os dados" da sinistralidade rodoviária, que são "muito preocupantes".

"A curto prazo, vamos ter um conjunto de medidas, que vamos apresentar, no sentido de melhorar os dados e a estatística" da sinistralidade rodoviária, afirmou o governante, que participou hoje, em Évora, na cerimónia nacional do Dia Mundial em Memória das Vítimas na Estrada.

Segundo o secretário de Estado, a sinistralidade rodoviária "é algo que preocupa qualquer cidadão" e cujos números assolam Portugal "ao longo de muitos anos" e, apesar de o país estar em linha com a média europeia, são "ainda muito preocupantes".

"Gostaríamos muito de atingir o número zero de vítimas" na estrada e "esse objetivo tem que estar sempre presente como meta limite", mas há toda "uma cultura de segurança e de prevenção que, infelizmente, ainda não existe bem enraizada na sociedade portuguesa", admitiu.

Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) mostram que, entre 1 de Janeiro e 15 de Novembro deste ano, face ao mesmo período de 2016, ocorreram mais acidentes nas estradas, provocando o aumento do número de mortos e também de feridos, quer graves quer ligeiros.

No total, comparando os dois períodos, verificaram-se mais 1.786 sinistros rodoviários (112.467 em 2017 face a 110.681 em 2016), que causaram mais 50 vítimas mortais (438 este ano, quando, no ano anterior, tinham ocorrido 388 mortes).

O número de feridos graves passou de 1.865 no ano passado para 1.975 este ano (mais 110), enquanto o número de feridos leves cresceu de 34.106 para 35.993 (mais 1.887).

Questionado sobre os números "mais negros" deste ano, o secretário de Estado da Proteção Civil reconheceu o agravamento, mas salientou que os últimos dados já apontam, novamente, para que Portugal encontre "o caminho de descida" que vinha "seguindo ao longo dos últimos anos".

"Há ainda muito a fazer" para a redução da sinistralidade rodoviária, assinalou, realçando também que, no âmbito dos acidentes mortais, há "um dado claro", que aponta para os sinistros com motos, "em particular das de grandes cilindradas" e na faixa etária "entre os 45 e os 50 anos".

Por isso, vai ser lançada, brevemente, uma "ampla campanha" de sensibilização especialmente dirigida aos condutores de motociclos e nos distritos mais afetados por este tipo de acidentes, relevou José Artur Neves, sem divulgar mais pormenores sobre esta matéria.

O governante atribuiu ainda o aumento do número de acidentes rodoviários à "evolução económica" do país, já que o "consumo de gasóleo aumentou" e "houve mais tráfego nas estradas", embora tenha frisado que "isso não é desculpa" para haver mais mortalidade.

Também presente na cerimónia em Évora, o presidente da ANSR, Jorge Jacob, considerou "indiscutível" o agravamento dos números da sinistralidade rodoviária, muito devido aos acidentes ocorridos "em março/abril" e cuja tendência se manteve até agosto.

"A partir daí regressámos aos números normais, portanto, em setembro/outubro, os números que temos são idênticos ou quase aos do ano anterior", disse, indicando que, caso não se verifiquem "grandes acidentes em novembro e dezembro", 2017 vai fechar com "um agravamento" face a 2016, mas "não tão significativo como se poderia esperar".

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  • Saldanha
    20 nov, 2017 Porto 16:54
    Numero zero de vimas onde existe,nas ilhas selvagens ou berlengas,em que País?Novas medidas restritivas via legislação alavancando a multa é fácil e dá milhões.Corrigir as vias,sinaletica,circuitos de transito,pontos negros ,cruzamentos cuja sinalização não existe ou quando existe é de tal maneira confusa que é preciso tirar um doutoramento,saidas de autoestradas que são autenticas armadilhas enfim muito a fazer pelo governo mas pela carruagem vai sobrar para os condutores que irao pagar a descongelação salarial dos agentes de transito,percebido?
  • VICTOR MARQUES
    20 nov, 2017 Matosinhos 10:26
    O meu vizinho comprou um carro da classe média-alta e eu, como sou invejoso, fui logo comprar um da gama ainda mais alta!!!...Eu até já vi um pedinte com uma das mãos estendida e com a outra a segurar um telemóvel da gama alta!!!...
  • Filipe
    20 nov, 2017 évora 01:47
    É meterem agentes nas estradas como antigamente , eram menos e tinham menos meios e estavam a cada esquina . Agora só aprecem depois dos acidentes , passam o tempo nos quartéis a jogar matraquilhos e nas tascas internas ... certamente ! Vão trabalhar !
  • Paulo
    19 nov, 2017 belas 20:41
    preparem-se srs condutores que as multas vao aumentar, os governos veem aqui uma fonte muito rentavel para obter €€€, o resto é para ficar na gaveta
  • xico
    19 nov, 2017 lixa 18:20
    Será desta que se vai ensinar a conduzir? As escolas de condução são um negócio,a maioria dos instrutores apenas sabem guiar,conduzir é diferente,não será melhor haver mais condução e menos teoria obrigatória? porque não haver centros especializados,onde os instruentes possam experimentar diferentes pisos na sua aprendizagem,pavimento molhado,pavimento com areia,pavimento escorregadio etc,assim ficam com uma ideia do que podem vir a encontrar,e a policia que se mostre mais vezes,seja mais preventiva,e deixe-se de ser repressiva e apenas com o intuito de multar por tudo e por nada,coloquem avisos de limitação (com cameras ou não) nos sítios mais problemáticos,etc etc....e vão ver que a sinistralidade baixa, e já agora .....aulas de civismo para quem quer tirar a carta.
  • Eborense
    19 nov, 2017 Évora 17:56
    Não se preocupem muito! Daqui a 2 ou 3 anos, quando a austeridade voltar em força, vão ver se os acidentes na estrada diminuem ou não. Quando é que foi a diminuição mais significativa dos acidentes? Exactamente nos 4 anos de austeridade. Na minha cidade, andava-se perfeitamente bem nesses anos, mas agora é um caos. Dezenas de carros novos todos os dias a circular. É que agora, há muita gente que acha que se pode endividar. E se calhar até têm razão. Depois haja quem pague!

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