Investigador português na vice-presidência da Europae Thesauri

José António Falcão, que dirige desde 2003 o festival de música sacra Terras Sem Sombra, que se realiza no Baixo Alentejo, foi eleito vice-presidente da principal organização europeia do património religioso, no decurso do congresso que decorreu em Albarracín (Espanha) e que reconduziu na presidência o francês Bernard Berthod, diretor do Museu de Arte Religiosa de Fourvière (França) e consultor emérito da Comissão Pontifícia dos Bens Culturais da Igreja Católica.

Uma nota chegada à Renascença indica que dentro da organização, o novo vice-presidente vai assumir “especiais responsabilidades na dinamização da cooperação internacional e da formação”, tendo a proposta para a sua eleição partido de Espanha e contado com o apoio da Alemanha, da Bélgica e de França.

O Conselho de Administração de Europae Thesauri, evidencia também que José António Falcão, é “um dos mais destacados especialistas da história da arte religiosa", aliando "a capacidade científica à notável experiência enquanto gestor cultural, perito na ligação entre património e desenvolvimento em territórios de baixa densidade".

A Europae Thesauri é uma organização independente que "mantém relações estreitas com a União Europeia, a UNESCO e outras entidades internacionais” com um notável ónus em termos globais “no património religioso, sobretudo católico e protestante", ocupando-se “igualmente da herança judaica e islâmica”.

Da estrutura deste organismo fazem parte cinquenta e oito museus e monumentos de referência, como as catedrais de Notre-Dame de Paris e de Santiago de Compostela, os museus de Salzburg ou a Universidade de Oxford.

Conservador de museus e professor universitário, do percurso de José António Falcão destaca-se o trabalho desenvolvido à frente do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, onde se inclui a organização da rede de museus diocesanos e o restauro de mais de uma centena de edifícios.

José António Falcão exerceu também funções no Museu de Évora e no Museu Calouste Gulbenkian e dirigiu a Casa dos Patudos-Museu de Alpiarça, tendo presidido ao Opart, organismo do Ministério da Cultura que integra o Teatro Nacional de S. Carlos, a Companhia Nacional de Bailado e a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Actualmente, é assessor no Ministério da Cultura. Coordena o Centro UNESCO de Arquitectura e Arte e dirige o Festival Terras sem Sombra.