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Nível de “indignação” dos professores pode levar à maior "greve da década"

15 nov, 2017 - 08:30

Escolas fechadas, alunos sem aulas e professores na rua. É dia de greve geral e de concentração de docentes enquanto se discute Orçamento do Estado no Parlamento.

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Os professores estão em greve geral e foi agendada uma concentração em frente ao parlamento, às 11h00, enquanto é debatida a proposta do Orçamento do Estado na especialidade com medidas polémicas como a não contagem do tempo de serviço.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, foi internado na terça-feira de manhã numa unidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Lisboa, com o diagnóstico de síndrome vestibular agudo, estando por isso ausente durante a discussão desta quarta-feira na comissão de educação. Vai caber à secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, explicar e defender as medidas, tais como a decisão de não contabilizar a progressão na carreira dos professores, que está interrompida há uma década.

A proposta de OE2018 prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de Agosto de 2005 e 31 de Dezembro de 2007, nem entre Janeiro de 2011 e 31 de Dezembro de 2018.

Os docentes representam 1/6 dos trabalhadores da Função Pública e 1/7 da massa salarial e, segundo o Governo, a contagem desse tempo de serviço iria pôr em causa a sustentabilidade dos próximos OE, uma vez que tal teria um custo total de cerca de 600 milhões.

O primeiro-ministro disse que o Governo vai descongelar as carreiras dos professores, mas lembra que repor imediatamente tudo o que foi cortado no passado teria um “impacto financeiro é gigantesco”.

Greve da década?

Os sindicatos sempre se mostraram disponíveis para negociarem uma forma faseada de fazer essa reposição salarial, mas não conseguiram chegar a acordo, apesar de na terça-feira, representantes dos dois maiores sindicatos - Fenprof e FNE - terem estado reunidos com as secretárias de Estado Adjunta e da Educação e a secretária de Estado da Administração e Emprego Público.

No entanto, o encontro não trouxe novidades capazes de suspender a greve, apesar de Governo pretender recuperar o tempo de serviço dos professores em sete anos, e não nos nove anos e quatro meses reclamados pelos sindicatos, estando também em discussão o modelo de faseamento.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, acredita mesmo que poderá ser a maior "greve da década" tendo em conta o "nível elevadíssimo de indignação" dos professores contra algumas medidas previstas no próximo Orçamento do Estado (OE 2018).

"É inaceitável a perda de tempo de serviço. Aceitamos negociar, mas não aceitamos perdas de serviço que já cumprimos", disse Mário Nogueira à Lusa, reconhecendo o peso orçamental que representa repor os valores devidos a "mais de cem mil pessoas".

O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, disse que os professores devem dar uma "resposta forte" na greve. "Não evoluímos muito na reunião e ficou agendada uma nova reunião para a próxima quinta-feira. A principal novidade foi alguma abertura do Ministério da Educação para descongelar sete anos, mas para nós tem que ser os nove anos e meio".

A Frente Sindical de Docentes defendeu esta que deve haver uma "forte adesão" dos professores à greve de hoje, referindo que a paralisação é importante para o processo negocial com o executivo. Também o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima, acredita que a greve terá muita adesão.

O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, é mais cauteloso, mas reconhece que "há razões para os professores estarem preocupados".

Está agendada para esta quinta-feira uma nova reunião entre as partes.

Comentários
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  • PARVALHÃO
    16 nov, 2017 pois é oh F.dP. 11:31
    É impressionante o nível de hipocrisia desta R.R. Então publicam um comentário de alguém que me desrespeita, me chamando tudo o que entende, mas não publicam o meu comentário com a resposta devida a este energúmeno? Cambada de Noj....!!!!!
  • Pois é oh eborense
    15 nov, 2017 dequalquer lado 23:37
    Fiz um comentário a dar a resposta ao Eborense, mas pelos visto foi posto no lixo. Só tenho pena que este sr fique sem resposta. Agora têm mais este RR para fazerem o mesmo. Vocês são uma vergonha, RRenascença!
  • Eborense
    15 nov, 2017 Évora 18:50
    Já percebi que és daquelas pessoas, que falam, falam, mas não conseguem dizer nada. Fazes juízos de valor sobre pessoas que não conheces, falas de tudo e mais alguma coisa, mas sempre sem saberes do que falas. Consegues dizer uma barbaridade tão grande como r, que agora já não há guerras. Vai-te tratar, se é que isso tem tratamento. Cura não tem de certeza!
  • Pois é oh eborense!
    15 nov, 2017 dequalquerlado 12:57
    Eu bem sei que sempre houve miséria. O ser humano de si próprio já é miserável mentalmente. Sempre foi, é, e será sempre. Este mundo tem andado desde sempre nas mãos de meia duzia de poderosos: arruaceiros, assassinos, psicopatas, corruptos, de gente sem caracter e sem escrúpulos , medíocres, aproveitadores e sem o mínimo de respeito pelo seu semelhante, por isso lá no tempo do teu pai, do teu avô, bisavô e por aí sempre em recuo havia as guerras, milhares de mortes por causa da teimosia e orgulho de dois ou três idiotas. Sempre houve quem enriquecesse à custa da mais pobreza e exploração dos outros. Mas isto são águas passadas que não trazem nada de novo, não se pode querer que isto regresse ao sec. XXI. Mas já que falas do tempo do teu pai e do teu avô, hoje já não há as guerras e ainda bem, em todos os sentidos, mas os capitalistas sem escrúpulos, estes nunca morrem. A falta de emprego é um flagelo, as máquinas empurram cada vez mais quem quer trabalhar para a pobreza, isto vai chegar a um ponto que as pessoas vão dar em roubar para poder sobreviver, não tenhas duvida. Sei bem, pelo teu raciocínio que és um acomodado da silva, que ninguém deveria protestar, tudo se contentado com a mais pobreza como no tempo do teu pai e do teu avô, mas sinceramente, é assim que om mundo vai melhorar?! Eu já percebi bem o teu ponto de vista.
  • Eborense
    15 nov, 2017 Évora 12:15
    Falas em miséria? Não sei que idade tens, mas certamente não serás muito velho. Isto para te dizer que miséria foi o que os meus avós e os meus pais passaram e que felizmente eu já não soube o que era isso. Miséria é o que milhões passam por esse Mundo fora, onde nada têm para comer, morrendo à fome e com doenças várias. Isso é que é miséria. Portanto, o teu raciocínio, contrariamente ao meu é fácil de perceber.
  • P/Maria de setubal
    15 nov, 2017 de longe 11:59
    Oh maria, então para ti, alguém entra no mundo do trabalho e terá que ganhar o mesmo salário toda a vida?! Mas agora é assim?! É claro que não só os professores que o merecem, mas sim todos os outros também, agora com pensamentos como o teu, isto só serve para retirar direitos e ficar-se ainda contente. Mas tem alguma lógica este teu pensamento? É cada tirada! Ou por outra, ganhas o mesmo há 14 anos, mas mesmo assim ainda estás contente? Ou até se te tirarem mais, ainda ficas contente? Esta tua forma de pensar é um total absurdo! Eu confesso que tenho muitas dificuldade em tentar perceber gente que pensa como tu?! Assim estás é do lado de quem explora. Oh pá tem vergonha do teu comentário. Santa estupidez! O mal deste país é este, é que enquanto se exploram mais as pessoas e as empobrecem cada vez mais, lá vem uma mente tola dizer que está tudo bem. Não reclamam de nada mas ainda criticam os que reclamam pelos seus direitos. Se tivesses calada serias mais inteligente. Irra, tanta patetice meu Deus! Lembra-te sempre disto. Os acomodados nunca vão melhorar este mundo, poderão ser escravos, explorados, marionetes dos patrões e mais... só levará este mundo a mais desgraça!
  • Pois é oh eborense!
    15 nov, 2017 dequalquerlado 11:09
    Oh eborense confesso que tenho alguma dificuldade para perceber o teu raciocínio. Mas a greve de quem quer reclamar por mais direitos é sinônimo de haver mais dinheiro?. Estou a tentar compreender que se trata de uma ironia. A verdade é que ninguém está melhor, nem com o coelho, nem com este, ou com outro que venha a seguir, seja de que que cor for melhorará esta miséria... Afinal somos dominados pelos lideres poderosos desta união da treta, que a mim não me representa. Qualquer um sabe que vivendo neste país está condenado à precariedade. E mesmo que ressuscitasse o salazar e governasse isto continuava na miséria na mesma, pois este país foi entregue por gente medíocre, incompetente, sem amor à sua pátria a estrangeiros. Até acabou-se com a produção de cá para se importar tudo de fora.... Nem no dinheiro se somos portugueses, mas o pior é que tem vindo a ser tudo para pior. Basta comparar o poder de compra no tempo do escudo e agora com esta merda que o veio substituir. A justiça, uma vergonha! Agora agride-se os policias e ainda são libertados de seguida. São as falhas na saúde, na educação ( até o estado se desfaz de funcionário como os da cantina para dar a privados...) Isto já se tornou um país do 3º mundo. Trabalhos é pela ponta de um canudo. Precários é que tem aumentado em grande fartura. Desempregados cada vez mais, e não venham com esta palhaçada que o desemprego está a descer. Isto é pura falácia. Eu dou razão a quem faz as greves, só não acredito em sindicatos
  • maria
    15 nov, 2017 Setúbal 10:41
    Já estou farta de tanta progressão, daqui a pouco um professor que nem o 12º ano tem (pois não era obrigatório) é Sr. Dr. só por ter anos de carreira, é bom sinal para ele que está vivo e trabalha acabem com essa chulice. Trabalho há 14 anos e não progride nada , pois sou uma mera secretária. Expliquem-me lá o que é progredir na carreira de um professor? è ter mais ordenado e menos turmas? Também quero
  • Indignação
    15 nov, 2017 Lis 10:16
    Que equivale a cerca de 600 milhões para o Orçamento! O SNS deve ser prioritário! E os professores também o utilizam! É uma indignação muito cara! Não será que deve haver mais bom senso faseadamente, uma vez que as carreiras irão ser descongeladas no conjunto da administração pública?...
  • Indignação
    15 nov, 2017 Lis 10:10
    Que equivale a cerca de 600 milhões para o Orçamento! O SNS deve ser prioritário! E os professores também o utilizam! É uma indignação muito cara! Não será que deve haver mais bom senso faseadamente, uma vez que as carreiras irão ser descongeladas no conjunto da administração pública?...

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