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​Aluna que publicou vídeo de lagarta em refeição alvo de processo disciplinar

10 nov, 2017 - 17:57

Associação de Pais critica a direcção da escola de Braga e espera "que o desfecho seja positivo".

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A aluna de uma escola de Braga que partilhou o vídeo de uma lagarta no prato de refeição servido na cantina está a ser alvo de um processo disciplinar.

A presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica 2/3 André Soares, Dulce Campos, explicou à agência Lusa que a mãe da estudante em causa foi chamada à escola para lhe ser comunicado que a filha seria alvo de um processo disciplinar, por ter partilhado um vídeo filmado no estabelecimento de ensino, o que será proibido pelo regulamento interno da instituição.

A agência Lusa tentou entrar em contacto com a direcção da escola, mas até ao momento não foi possível.

"A encarregada de educação da aluna [que partilhou o vídeo na página pessoal do Facebook] foi chamada à escola para lhe informarem que está a ser instaurado um processo disciplinar. Os contornos ainda não sabemos", adiantou Dulce Campos.

A responsável disse esperar "que o desfecho seja positivo", lembrando que está em causa "uma situação verdadeira, que toda a gente assumiu", incluindo a direção da escola e a empresa que confeciona as refeições servidas na cantina.

"É verdade que o regulamento proíbe aquela divulgação, mas está em causa um bem maior. As denúncias e queixas sobre a qualidade das refeições têm sido muitas desde o início do ano, o que não é compreensível", disse.

Na terça-feira começou a circular um vídeo na rede social Facebook que mostrava uma lagarta viva no prato de uma refeição servida na cantina da André Soares, uma situação que a direção da escola classificou como "reflexo" da "falta de funcionários" na empresa que ali serve refeições.

Num esclarecimento dirigido à Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola André Soares, publicado na página da rede social Facebook daquela associação, a diretora da escola, Maria da Graça Moura, explicou que a falta de funcionários no serviço de refeições já foi denunciada e considerou que a empresa contratada pelo Ministério da Educação para servir as refeições escolares, a UNISELF, "deve rever os seus procedimentos".

"A situação da alface mal lavada é o reflexo da falta de funcionários que a empresa tem ao serviço do refeitório. Foi feita a devida chamada de atenção, o cuidado que se deve ter com a higiene dos alimentos", aponta a diretora da escola no referido esclarecimento.

Segundo Maria da Graça Moura, "a empresa responsável, UNISELF, contratada pelo Ministério da Educação, deve rever os seus procedimentos no que respeita ao serviço de refeições, principalmente, deve colocar ao serviço o número de funcionários contratualizado, o que não acontece a maior parte dos dias".

A direção da escola André Soares garantia ainda que iria continuar a "denunciar" a falta de funcionários que a empresa coloca na escola à hora das refeições.

"Esperamos que nunca mais se repita esta situação. É uma situação que nos entristece, pois é o nome André Soares que está em causa", referiu a directora da escola.

Comentários
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  • Vieira silva
    13 nov, 2017 Alpendurada 11:12
    É lamentável uma situação destas, quando sabemos que tem crianças que a única refeição que têm é a da escola, e nem ai têm uma refeição digna. A porcarias dessas empresas deviam de ser punidas e afastadas das escolas e outras entidades, é uma vergonha, e não venham com essa que é falta de pessoal, é simplesmente falta de higiene( não se trata de porco, são de crianças). Não se pode condenar uma aluna por denunciar uma situação destas.
  • mario pereira
    11 nov, 2017 santarem 14:39
    caro António Gomes primeiro leia as noticias até ai fim depois comente então, a noticia diz que a falta de funcionários faz com que a alface esteja mal lavada daí a ocorrência da lagarta, é obvio que a lagarta veio na salada todas as pessoas assim o dizem incluindo a directora da escola, por isso meu caro Antonio não diga parvuisses que só lhe ficam mal.
  • Maria Lucilia Cunha
    11 nov, 2017 Figueira da Foz 13:40
    Como é que se pode condenar uma aluna por denunciar uma situação como esta? Mesmo que fosse um adulto, ficaria indignado ao ver uma lagarta no prato a mexer. Só podem condenar a empresa que fornece a alimentação! Estamos num Estado de Direito, mas há coisas que acontecem neste Pais que dão para pensar! Quanto aos polícias, as coisas também vão mal, no meu entender. Os ladrões ficam à solta e os polícias que nos deviam defender, são presos. Peço a quem de direito, que altere a situação das coisas e torne este mundo mais justo. Faça-se justiça. As nossas crianças merecem muito melhor!
  • Dinnalie
    11 nov, 2017 Braga 13:35
    Os pais têm o direito de saber as condições de higiene das cantinas e a condição dos alimentos que estão a dar aos filhos. Se o vídeo não tivesse chegado às redes sociais, será que a escola tinha admitido? A direção da escola deve um pedido de desculpa a todos os alunos que usam a cantina e aos seus pais. O processo disciplinar à aluna, é tentar tapar o sol com a peneira. Perante um juiz, o que é que pesa mais, a aluna ter feito um vídeo sem permissão, ou a falta de higiene na cantina da escola poder colocar em causa a saúde dos alunos? Hoje foi uma lagarta, amanhã será outra coisa qualquer. Os pais devem-se unir e processar a escola. Claro que agora vão haver putos a colocar bichos nos pratos e a publicar nas redes sociais, mas neste caso em concreto, onde até já foi assumido pela direção, o melhor é mesmo enfiarem o rabinho entre as pernas e pedirem desculpa. Quanto ao processo disciplinar... Não sejam parvos... supostamente são professores, supostamente são licenciados, devem ser mais espertos do que isso...
  • JChato
    11 nov, 2017 13:18
    Tenho um neto a estudar no Ensino Público! No Estabelecimento de Ensino que ele frequenta, as "refeições" servidas às crianças é ... UM NOJO! TODAS AS CRIANÇAS SE "QUEIXAM"! ÀS RECLAMAÇÕES DOS PAIS, A DIREÇÃO "FAZ OUVIDOS MOUCOS"! Fui com o meu filho (pai do meu neto) falar com a Diretora da Escola no SEGUNDO DIA DE AULAS! Daí, para cá, o meu neto leva o "farnel" confecionado em casa! Tive de me EXALTAR com a Diretora que, inicialmente, não queria autorizar! Mas "eu sou enxertado em corno de cabra" e acabei por conseguir uma AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO! Havia este "moço" que filmou a lagarta de ser meu neto! Talvez eu estivesse "preso" mas ... o "Processo Disciplinar" ... não acontecia sem que "quem manda" na Escola não tivesse mais tempo no Hospital que eu ... na cadeia! SEM ESPINHAS! Como alguém, MUITO BEM, comentou ... o PAN ... nem uma palavra! Bem ... nem ele nem (que eu saiba) NENHUM PARTIDO, NEM GOVERNO E OPOSIÇÃO "ABRIU O BICO"!
  • FRANCISCO
    11 nov, 2017 PORTO 12:31
    ISTO REALMENTE É RÍDICULO . É SERVIREM AS REFEIÇÕES DE QUALQUER MANEIRA E SEM ASSEIO E NÃO SE PODE TER UMA PROVA PARA RECLAMAR. É UMA VERGONHA UM PROCESSO DISCIPLINAR PARA A ALUNA.
  • Paula Silva
    11 nov, 2017 Lisboa 11:46
    Simplesmente vergonhoso! Instaurar um processo disciplinar a uma aluna que prestou serviço à comunidade escolar como aliás se verifica pelas notícias recentes em que a ASAE encontrou outras irregularidades grsves na comida. Em solidariedade com a aluna todos os outros alunos dessa escola deviam fazer um boicote às aulas durante o período em que a colega estiver suspensa!
  • antónio manual perei
    11 nov, 2017 Soltroia-grândola 11:38
    Estamos no tempo da pide ou quê' (comer e calar)? o director da escola que como as lagartas já que não quer ser denunciado. calma aí! temos que por mãos nisto( esta e outras autenticas vergonhas,)
  • António Gomes
    11 nov, 2017 Penafiel 11:31
    Bom dia. Vou deixar uma pequena observação com respeito à lagarta, se estava viva é sinal que não foi cozinhada certo? poderia ter caído no prato durante o percurso até à mesa, ou então....... quem garante que não foi a Aluna que a pôs de propósito no prato.....pk a lagarta estava viva, já alguém pensou nisso?....
  • Rui Pereira
    11 nov, 2017 Espinho 11:21
    Processo disciplinar à aluna? Ainda dizem que estamos num País livre. Os responsáveis tenham é vergonha e assumem o erro, pois poderá acontecer a qualquer um e tenham a coragem de pedir desculpa pelo acontecimento e não se refugiem no processo disciplinar para intimidar/ameaçar a aluna.

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