Ministro e sindicalista juntos e em silêncio antes da greve

A dias da greve nacional de professores, convocada para 15 de Novembro pela Federação Nacional de Professores (FENPROF), Mário Nogueira, secretário-geral deste sindicato, e Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, estiveram no mesmo sítio, à mesma hora, a ouvir falar do mesmo, na cerimónia de tomada de posse de Maria Emília Brederode dos Santos como nova presidente da Conselho Nacional de Educação.

Ambos estiveram na mesma sala de visitas do Presidente da Assembleia da República, em São Bento, para ouvir Eduardo Ferro Rodrigues dizer que “uma política com a sensibilidade da política educativa não dispensa o contributo da sociedade civil”, acrescentando que nesse aspecto o Conselho Nacional de Educação “desempenha um papel incontornável”.

Nogueira e Brandão Rodrigues não pronunciaram palavra nem antes, nem durante, nem depois da cerimónia de tomada de posse, mantiveram-se longe um do outro, cada um a seu canto da sala e o Presidente da Assembleia da República, muito rouco devido a uma gripe, ainda se prolongou no discurso dizendo que a CNE acompanha a política de educação, ciência e ensino superior e “reúne o contributo da vasta comunidade que faz do direito à educação uma realidade no nosso país - professores, investigadores profissionais, sindicatos, associações de pais associações de estudantes”, mas sem nunca falar da acção do governo ou do Ministério da Educação.

Durante a cerimónia de tomada de posse, Eduardo Ferro Rodrigues fez questão de elogiar a nova presidente da CNE, a sua “amiga” Maria Emília Brederode dos Santos, “uma reputada especialista na matéria, que dedicou toda a sua vida à causa da educação e também ao Ministério da Educação”.

Presente na cerimónia estava também David Justino, presidente cessante do Conselho Nacional de Educação, a quem Ferro Rodrigues aproveitou para agradecer “o seu trabalho”.

E ainda...o bastonário dos Médicos

A sala de visitas do Presidente da Assembleia da República acolheu ainda e deu posse ao novo membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), o bastonário da Ordem dos Médicos, José Miguel Guimarães.

Como fez questão de sublinhar o Presidente da Assembleia da República, o CNECV funciona desde 2009 junto do Parlamento e é um “órgão consultivo independente”, que Ferro Rodrigues considera ter “um trabalho qualificado, reconhecido pelos diversos pareceres para os quais é solicitado, bem como pelos estudos, seminários e grupos de trabalho que tem realizado”.

De registar que o CNECV, tem realizado ao longo dos últimos meses e por todo o país diversos debates públicos sob o tema “Decidir sobre o Final da Vida”, tendo em conta as iniciativas legislativas do Bloco de Esquerda e do PAN que deram entrada no parlamento e que prevêem a despenalização da eutanásia.

No curto discurso que proferiu, Ferro Rodrigues acrescentou que quer o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, quer o Conselho Nacional de Educação, são duas entidades “que todos os dias trabalham para que a democracia portuguesa seja uma democracia moderna e de qualidade” e a ambos os novos membros o presidente do parlamento desejou “as maiores felicidades para os mandatos que agora iniciam”.