07 nov, 2017 - 20:51
A PSP recolheu os corpos das duas vítimas mortais do surto de legionella para a realização das autópsias, já depois destes terem sido entregues às famílias e quando estavam a decorrer os velórios. A notícia foi avançada pela agência Lusa e pelo jornal “Correio da Manhã”.
A diligência teve lugar a pedido do Departamento de Investigação Penal (DIAP) de Lisboa, adiantou a Procuradoria-Geral da República (PGR) em nota enviada à Renascença. O Ministério Público considerou as autópsias "essências para a investigação".
Os corpos foram transportados para o Instituto de Medicina Legal de Lisboa onde serão feitas as autópsias ordenadas pelo Ministério Público (MP), que considera serem essenciais para a investigação em curso.
O comissário Iuri Rodrigues, da PSP de Lisboa, explicou à Renascença o que foi feito, esta terça-feira, ao final da tarde.
“Fomos contactados pelo DIAP de Lisboa, recebemos um despacho a ordenar a remoção de dois cadáveres que tinham falecido em estabelecimentos hospitalares e tinham sido entregues às famílias. Foi-nos ordenada a entregue dos corpos no Instituto Nacional de Medicina Legal”, explicou o comissário Iuri Rodrigues.
“As razões dessa medida não podemos adiantar, porque isso é uma questão que tem a ver com a ordem do DIAP. A PSP limitou-se a cumprir. A determinação do Ministério Público é para serem realizadas as autópsias”, referiu a mesma fonte
A recolha de um dos corpos foi efectuada quando já estava a decorrer o velório, na Igreja de Santo Condestável, em Campo de Ourique, Lisboa, avançou inicialmente uma fonte do Comando Metropolitano da PSP à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, a situação "foi desconfortável", mas teve que ser cumprida. "Dizer que é uma situação muito sensível é pouco e foi difícil de gerir. Foi desconfortável, mas teve de se cumprir. As pessoas estavam desagradadas com a situação, o que é natural, mas não houve problemas de maior", disse a PSP.
De acordo com a edição online do jornal "Correio da Manhã", a polícia também marcou presença no velório da segunda vítima mortal do surto, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e procedeu à recolha do corpo.
Ministério Público abre inquérito
O Ministério Público (MP) anunciou esta terça-feira a abertura de um inquérito ao surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier, que já causou dois mortos e infectou pelo menos 35 pessoas.
A investigação está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que tudo indica que o surto entrou "em curva descendente" e os portugueses não têm qualquer razão para perder a sua confiança nos Sistema Nacional de Saúde e nos seus profissionais.
“O que aconteceu foi seguramente uma falha técnica”, rematou Adalberto Campos Fernandes, que considerando importante a investigação do Ministério Público para que se apurem responsabilidades.
[notícia actualizada às 21h57]