03 nov, 2017 - 15:46
O presidente da auto-proclamada Republica da Catalunha quase nem teve tempo para se juntar aos festejos de rua dos independentistas. O xeque-mate de Madrid foi quase imediato, com a activação do artigo 155 da Constituição... e com os lideres separatistas a serem acusados de rebelião, sedição e desvio de dinheiros públicos.
Foi de um país, que não chegou a ser, que Carles Puigdemont - o agora ex-presidente da Generalitat - partiu incógnito de carro para Marselha, e seguiu depois de avião para Bruxelas, acompanhado por alguns dos seus conselheiros. Foi na capital da Europa, sem nada mais do que o estatuto de comum cidadão, que tomou conhecimento das acusações de que é alvo e o podem levar à prisão por muitos anos. Foi também em Bruxelas que Puigdemont falou aos jornalistas para deixar poucas explicações e muitas dúvidas, quanto aos seus planos futuros.
O correspondente da Renascença em Bruxelas, Vasco Gandra, explica que Carles Puigdemont surgiu de forma surpreendente em Bruxelas no início da semana e após umas primeiras horas em paradeiro desconhecido, apareceu finalmente na terça-feira para dar conferência de imprensa muito concorrida com Puigdemont a garantir que não vai pedir asilo político à Bélgica.
O presidente destituído do governo da Catalunha não pede asilo político mas disse também que só regressa se tiver garantias de um julgamento justo e imparcial. Puigdemont considerou que neste momento essas garantias não existem. Acusa a justiça de Madrid de agir por vingança e o estado Espanhol de violência e de perseguir os separatistas. Por isso, Puigdemont diz que está em Bruxelas por uma questão de segurança também para trazer a crise da Catalunha até ao coração da Europa.
No entanto, o líder separatista não foi recebido por nenhuma instituição da União Europeia e não houve contactos oficiais conhecidos. Puigdemont que se apresentou na capital belga como líder do governo legítimo da Catalunha garantiu que o seu partido vai participar nas eleições de 21 de Dezembro e que respeitará os resultados. Desafiou os partidos que defendem a unidade de Espanha a fazerem o mesmo que vença o bloco independentista.
Entretanto, a presença de Puigdemont provocou polémica na Bélgica no seio do governo e também com os partidos da oposição a pedirem esclarecimentos ao executivo. O país espera agora para saber ser chega então o pedido de Espanha de detenção de Puigdemont, pedido sobre o qual se deverá pronunciar a justiça belga.
Juncker não escapa ao tema da Protecção Civil
Esta semana o presidente da Comissão Europeia foi doutorado “honoris causa” pela Universidade de Coimbra, mas o tema mediático era a Catalunha. Marcelo Rebelo de Sousa optou por se desviar da pergunta dos jornalistas e falar da importância da solidariedade europeia para com Portugal, na sequência dos incêndios. Marcelo Rebelo de Sousa estaria - com estas palavras - a referir-se, nomeadamente, à importância de serem impulsionados mecanismos europeus de Protecção Civil. É esse tipo de temas que podem aproximar os cidadãos do projecto europeu? A resposta para ouvir, do especialista em assuntos euorpeus, Francisco Sarsfield Cabral.