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António Costa. "Houve uma subestimação dos riscos da primeira quinzena de Outubro"

29 out, 2017 - 20:46 • Carlos Calaveiras

Sobre a sua relação com Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro reafirma que há uma "relação de excelente cooperação institucional com o Presidente da República” e que, da sua parte, “não há crispação" e "há uma relação franca e leal".

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O primeiro-ministro António Costa admite que "houve uma subestimação dos riscos da primeira quinzena de Outubro" e que "houve, seguramente, carência de meios".

Em entrevista à TVI, em Pampilhosa da Serra, António Costa referiu que “temos a noção da excepcionalidade do que aconteceu de 15 para 16 de Outubro. Houve avisos do IPMA, da Protecção Civil na sexta-feira. Mas houve subestimação dos efeitos do furacão Ophelia. Houve muitos avisos nos Açores, mas houve subestimação. A força dos ventos foi devastadora, os meios aéreos chegaram a estar impedidos de actuar."

No entanto, "nalguns casos, na primeira intervenção, [os meios aéreos] podiam ter feito diferença", admite Costa

O governante referiu que, agora, "aquilo que é prioritário é o esforço que temos de fazer para reconstruir e reparar".

Costa diz que as "pessoas exigem respostas concretas, mais do que palavras" e, por isso, "temos de fazer reforma da floresta". “Senti muita determinação por parte das pessoas, em fazer face à situação e resolvê-la para melhor".

Na primeira entrevista depois da tragédia de 15 de Outubro, o primeiro-ministro não respondeu à pergunta sobre se Constança Urbano de Sousa ainda seria ministra se não fosse o discurso do Presidente da República. "Não lhe vou responder a essa pergunta", disse Costa ao jornalista Pedro Pinto.

"A ministra da Administração Interna fez o trabalho que tinha combinado fazer e entendeu que não tinha mais condições de exercer as suas funções e assim foi", acrescentou.

Já sobre a relação com Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro não quis dizer se tinha ficado chocado com as declarações do Chefe de Estado, reafirmou que há uma "relação de excelente cooperação institucional com o Presidente da República” e que, da sua parte, “não há crispação" e "há uma relação franca e leal".

"Um dos contributos que um primeiro-ministro deve dar é não comentar a actividade do Presidente. Seria uma enorme perda para o país que fosse prejudicada essa boa relação", referiu.

No entanto, sempre foi dizendo que "o primeiro-ministro não faz análise política e que as conversas com o Presidente da República não são para ser tornadas públicas, nem agora, nem num futuro livro", num “toque” ao Presidente Cavaco Silva.

Quanto à situação no terreno, o chefe do Governo lembra que em Pedrógão já "cerca de 70 casas estão reconstruídas, 90 estão em obra”.

"Aquilo que temos de fazer [após incêndios de Outubro] é o mesmo: pôr mãos à obra".

Questionado sobre o impacto dos fogos nos empregos dos habitantes das zonas afectadas, Costa lembrou que "temos um conjunto de mecanismos para a manutenção dos postos de trabalho" de empresas afectadas e que "estão abertas linhas de apoio ao emprego até 25 milhões de euro até Janeiro".

"Estamos convictos [que os apoios aos incêndios] não vão afectar o défice", mas "a última das preocupações é essa", referiu. "Não podemos, em nome do défice, deixar de apoiar as populações e as famílias”, reforçou.

Já sobre a rede SIRESP, Costa não deu novidades mas lembrou que é um sistema que já tem 10 anos e pode ser modernizado. "Nos próximos dois anos vamos enterrar mil quilómetros de cabos".

A última pergunta da TVI foi sobre se o primeiro-ministro poderia garantir que tragédias destas não se iriam repetir. Costa respondeu: "Vamos tudo fazer para que nada se repita e para que nada fique como antes".

Os incêndios em Portugal este ano já provocaram mais de 100 mortos (64 na zona de Pedrógão Grande e, pelo menos, 45 entre os dias 15 e 16 de Outubro em vários distritos do país). Há ainda dezenas de feridos e dois desaparecidos confirmados. A ministra da Administração Interna demitiu-se na sequência destes casos.

[actualizado às 21h35]

Comentários
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  • N.S. Mãe da Bondade
    30 out, 2017 S. Marcos da Serra - Portugal 16:56
    Nossa Senhora Mãe da Bondade comunicou a Fernando Pires na mensagem de 1/11/2015 ------ "Há um político que se governar o vosso país, irá deixar a vossa nação mais abalada, e deste abalo, irá começar um período muito crítico para Portugal. Muita coisa nova irá acontecer. Homens, mulheres e crianças irão sofrer consequências justas e injustas, provocadas por erros. Em Fátima meus filhos alertei o mundo inteiro do perigo da ideologia comunista, vos avisando que esta se espalharia pelo mundo todo. A Igreja do Meu Filho Jesus, por várias vezes, já condenou o comunismo e o socialismo, de sorte que um católico fiel não pode jamais apoiar qualquer forma de socialismo, marxismo ou comunismo, nomes diferentes para o mesmo mal ou o mesmo veneno. Vou relembrar-vos novamente as minhas palavras em Fátima. Alertai-vos:” Se atenderdes aos meus pedidos a Rússia se converterá e terão Paz. Se o não fizerdes a Rússia espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados… Mais uma vez, meus filhos, os meus pedidos não foram atendidos, e o comunismo, o marxismo ou socialismo, se espalhou como uma terrível peste pelo mundo todo. Para se evitar todo este mal meus filhos, é preciso rezar muito o meu Rosário (o terço), fazer penitência, ter devoção ao Sagrado Coração de Jesus Cristo e ao Meu Imaculado Coração." ------ No próximo domingo, pelas 12 horas aparece por lá. Ela lá estará, com algo para o António e para ti. Se tens duvidas, aparece.
  • Eborense
    30 out, 2017 Évora 12:24
    Ó Américo! Eu diria melhor "Este homem continua a não perceber nada do que se passa".
  • Americo
    30 out, 2017 Leiria 10:58
    Este homem continua a não perceber nada do que se passou.
  • Sai palha
    30 out, 2017 Lisboa 10:11
    Os Portugueses, a maioria dos Portugueses estão a aguardar que a Cristas e os seus boys chamem com urgência ao Parlamento para serem ouvidos os 20 autarcas cujos concelhos arderam e que não tinham plano activo de ataque a incêndios. Relativamente a isto a Cristas não os acusa de "irresponsabilidade criminosa"? Eles que melhor que ninguém sabiam do estado das matas, do estado das populações, da seca extrema e das temperaturas extremas que se iam verificar. Se isto não é criminoso e se eles não responderem criminalmente então é melhor encerrar o País para obras. Aguarde-se pela Cristas e pelos seus boys.
  • Dário Grande
    30 out, 2017 Persia 10:06
    Então Kamarada Kotodinov, Onde tens a gravata vermelha??? Insolente!
  • Ao solução
    30 out, 2017 Lis 08:06
    Estás a confundir datas! Vai ao medico que deves estar com problemas de aterosclerose!...ou então a má fé não te deixa raciocinar!
  • Carlos
    30 out, 2017 Guarda 07:25
    (in SOCIOLOGIA NAS REDES SOCIAIS) A subestimação não vem de agora, muito menos no 15 de outubro e 17 de julho de 2017. Esse desmazelo já vem de muito longe. Perde-se na Bruma dos tempos. Os responsáveis governamentais não vêm ou não querem ver (?!!!) quais as verdadeiras causas para tantos e tão gravosos incêndios. Não é que não tenham sido já avisados. Apenas assobiam para o lado. (in Sociologia nas redes sociais).
  • Joao Asseiceiro
    30 out, 2017 Torres Novas 06:25
    Se todas as catástrofes fossem imputadas aos erros de quem governa (o balanço faz-se em eleiçoes), onde estaria Putin, Obama, May, Hollande, Bush, a Rainha de Inglaterra, o Rei de Espanha, Aznar ou Rajoy etc etc. Nao fazia mal nenhum reconhecer a muita gente que comenta (onde me incluo) que comentam assim ou assado conforme gostariam de ver a governar caranguejolos ou geringonços... só que em Portugal pelos vistos com mafarrico ou sem ele a Geringonça está a fazer o caminho com erros e virtudes. e apesar dos choques (até em Regime de Partido Único houve choques entre Salazar, - Craveiro Lopes, Humberto Delgado, e Marcelo Caetano, entre Kaulza e Baltazar Rebelo de Sousa em Moçambique com a Operaçao Nó Górdio etc) - o que é isso de Choques de que tanto se fala ?
  • Antonio Ferreira
    30 out, 2017 castanheira do ribatejo 02:39
    O pequeno indiano anda agora a fazer comícios para bombeiros. Mas já vai tarde para apagar o fogo
  • Filipe
    30 out, 2017 évora 02:25
    Existem milhares de forças de segurança e todos os dias rebentam multibancos perto de esquadras , assaltos diários em estabelecimentos públicos , droga que entra por todos os lados em Portugal e querem agora determinar por Decreto o fim dos fogos , ainda por cima tornaram os incêndios em matas um negócio para empresas falidas que vão virar novas , casas caídas que viram palácios e sucata que vira nova . Para o ano qualquer pessoa mal intencionada com problemas monetários pega fogo para receber regalias do Estado . Ou como tem feito em Abril vão para o campo golpear com moto serras árvores por cima de linhas de alta tensão para depois à mínima ventania e trovoada , se embrulhar nas linhas e provocar incêndios . Cuidado com gente maluca em Portugal !

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