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Universidade do Minho tem novo reitor

24 out, 2017 - 15:13 • Rui Barros , com Lusa

Rui Vieira de Castro, professor catedrático do Instituto de Educação da UMinho, é o novo reitor. Internacionalização, desenvolvimento sustentável e "mais impacto" são linhas orientadoras.

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O professor catedrático Rui Vieira de Castro foi confirmado, esta terça-feira, como o novo reitor da Universidade do Minho. O docente do Instituto de Educação desta universidade, na qual lecciona desde 1983, sucede a António Cunha, após uma eleição com apenas um candidato. É o primeiro reitor da área das Humanidades desta universidade desde 1984.

O novo reitor da universidade minhota assume, aos 59 anos, os destinos da instituição depois de ter desempenhado o cargo de vice-reitor para a Investigação e Ensino entre 2009 e 2013 e para a Educação entre 2013 e Março de 2017, durante os mandatos do anterior reitor, António Cunha.

Esta eleição acontece depois da apresentação do programa de acção, sob o lema “Mobilizar, Desenvolver, Transformar”, em que o novo reitor fala no reforço da investigação, mais ligação da universidade à sociedade e internacionalização da academia – tudo elementos em linha com o Plano Estratégico aprovado em 2013 pelo anterior reitor.

A votação, que decorreu na Sala de Reuniões da Reitoria desta universidade, em Braga, ditou uma eleição quase unânime, com 19 votos a favor e três em branco dos membros do Concelho Geral desta universidade – órgão que elege o reitor da universidade a que Rui Vieira de Castro concorreu este ano.

O novo reitor toma posse durante o mês de Novembro, para um mandato que se estende a 2021 – com possibilidade de se recandidatar.

Foto: João Pedro Quesado/ComUM

Mais impacto para a UMinho. O que quer fazer o novo reitor?

Aprofundar a "internacionalização" da academia, tornar a instituição "exemplar" no quadro do desenvolvimento sustentável e "alargar o impacto" da universidade na investigação em Portugal são as principais prioridades enumeradas pelo novo reitor, que em declarações à agência Lusa, mostrou-se confiante no futuro da universidade.

"Uma universidade existe, fundamentalmente, para formar pessoas, para se relacionar com a sociedade e para investigar", disse o catedrático à agência Lusa, considerando que as universidades devem ser um "fator decisivo de transformação do tecido económico e social" que não pode ser descurado.

Vieira de Castro apontou ainda como "base da visão" que tem para a academia do Minho "assegurar uma formação de qualidade", além da tradicional dividida em três graus (licenciatura, mestrado e doutoramento), e "consolidar" as políticas de busca de financiamento próprio.

"Atingimos já um patamar muito interessante de internacionalização (...) mas este caminho que vimos seguindo tem de ser aprofundado, passar para um patamar em que a qualidade da internacionalização seja mais assumida e possa levar à formação de parcerias estratégicas com outras universidades no espaço europeu, sem desvalorizar outros espaços, como os países lusófonos", explicou o novo reitor da UMinho.

O sucessor de António Cunha mostrou-se confiante no futuro da universidade, nomeadamente na capacidade que esta pode ter para assumir "papéis de destaque e cimeiros" em várias áreas da atuação de uma universidade, como, apontou, na preocupação com o ambiente.

"Acredito que podemos tornar a UMinho numa universidade exemplar no que diz respeito à adoção dos princípios do desenvolvimento sustentável. Sobretudo quando falamos de sustentabilidade ambiental, energética. São áreas relativamente às quais a UMinho está em condições de afirmar projetos pioneiros e de se tornar uma referência", salientou.

A investigação é outro dos pilares da visão de Rui Vieira de Castro para a UMinho que, disse, “tem hoje uma posição muito relevante em termos de produção científica” e “alguns núcleos na vanguarda do conhecimento produzido em Portugal”.

“Um desafio que se coloca à universidade é expandir essas práticas de maior qualidade, alargando o impacto da universidade na investigação no nosso país", apontou.

O papel da UMinho na sociedade foi outra dos vetores que Rui Vieira de Castro referiu como condutores do mandato que agora vai iniciar, e que durará até 2021, defendendo “uma universidade aberta, virada para a sociedade e implicada no desenvolvimento social, económico, com intervenção direta não apenas no que resulta na disponibilização do conhecimento que produz, mas capaz de assegurar as condições de aplicação desse mesmo conhecimento".

O novo reitor quer ainda "alargar o recrutamento" de estudantes e "captar os que pretendem chegar à universidade para lá das modalidades de formação tradicionais, sobretudo cursos de curta duração, de nível superior, atendendo a preocupações de alguma renovação dos saberes que já dispõem".

O financiamento das universidades, e em concreto da UMinho, será outro dos pontos que vai merecer "especial atenção" por parte da nova reitoria.

"É reconhecido que as universidades portuguesas trabalham num quadro de subfinanciamento do Estado (…) e acho que o fizeram com sucesso, a diversificar as suas fontes de financiamento", referiu, realçando que mais de 50% do orçamento da UMinho decorre atualmente de receitas próprias.

Para o novo reitor é importante não só consolidar essa componente de financiamento, mas também “sentir junto da tutela a relevância do financiamento mais significativo por parte do Estado.
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