23 out, 2017 - 07:30
O Ministério Público da Amadora acusou um subcomissário, que comanda a esquadra da Brandoa, e dois agentes da PSP dos crimes de ofensa à integridade física qualificada por alegadamente terem agredido violentamente um homem nas instalações do tribunal desta cidade.
Escreve o “Diário de Notícias” que o oficial também é acusado dos crimes de falsificação de documento e de denúncia caluniosa, pois o Ministério Público (MP) entende que mentiu quando redigiu o auto de notícia atribuindo à vítima comportamentos que não se verificaram. Por considerar grave a esta acção, o MP requereu a sua suspensão de funções.
Os factos ocorreram em Março. Tudo se passou no interior das instalações do tribunal da Amadora, junto à sala de testemunhas. O subcomissário terá olhado para Eugénio S. e questionado: "Estás a olhar para mim porquê?" Este terá respondido que não estava, que não o conhecia. O oficial insistiu que sim e logo um agente uniformizado que estava com ele "empurrou com força o ofendido contra a parede, fazendo que as costas do ofendido fossem projectadas contra a parede", enquanto o oficial "agarrou o ofendido pelo pescoço com a mão direita, apertando-o com força".
Entretanto, é descrito na acusação: "Vindo de trás dos
seus colegas", um dos agentes constituídos arguidos (o da EIFP), "que
trajava à civil, desferiu com o pé direito um pontapé que atingiu o ofendido
Eugénio na zona do peito, causando-lhe dor".
Eugénio S. denunciou os agentes e o oficial por agressões e o MP conseguiu sustentar esta versão, com base em várias testemunhas, entre as quais dois advogados que depuseram.
Questionada sobre esta nova situação, a direcção nacional da PSP respondeu que "não comenta casos judiciais".
Segundo o jornal, este processo tem alguns pontos em comum com o caso da acusação aos 18 polícias na esquadra de Alfragide, por tortura, sequestro e agressões, com motivação racista contra seis jovens da Cova da Moura. Além de ter ocorrido também sob o comando da PSP da Amadora, ambas as investigações foram coordenadas pelo procurador da República, coordenador do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) da Amadora.