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​Incêndios

Cáritas preocupada. “Povo é geneticamente solidário, mas isso não está a acontecer”

19 out, 2017 - 09:18

Responsável atribui essa postura às suspeitas de descoordenação e as dúvidas levantadas sobre o destino dos fundos angariados em Junho, após o incêndio de Pedrógão Grande.

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O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, está preocupado com a falta de mobilização dos portugueses face à mais recente tragédia dos incêndios em Portugal.

Ao contrário do que aconteceu em Junho, após o fogo de Pedrógão Grande, agora, depois dos incêndio na região centro e Norte de Portugal em que morreram 42 pessoas, não se tem assistido a nenhuma onde de solidariedade.

“Até ontem, não recebemos nenhum telefonema de alguém a perguntar ‘o que é que precisam de nós, em que é que posso ajudar’”, diz Eugénio da Fonseca, em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença.

Eugénio da Fonseca conclui que “há uma retracção” dos portugueses. “O nosso povo é geneticamente solidário e desta vez, quanto à Cáritas, isso não está acontecer”, refere.

O presidente da Cáritas atribui essa postura às suspeitas de descoordenação e as dúvidas levantadas sobre o destino dos fundos angariados em Junho.

Este ano, os incêndios florestais já provocaram a morte a mais de 100 pessoas e deixou um rastro de destruição na floresta. De acordo com as estatísticas europeias, actualizadas com as informações fornecidas pela NASA, em 2017 já arderam 520 mil hectares de floresta em Portugal.

Este número representa mais de metade do total da área ardida da União Europeia que foi de 900 mil hectares.

As mesmas estatísticas indicam que este é o pior ano de sempre, ultrapassando os 425 mil hectares de 2003.

Comentários
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  • Sara
    15 nov, 2017 Guimaraes - S. Lourenço de Selho 10:01
    Desta vez houve outro tipo de iniciativas, a maioria delas todos quiseram ir ao terreno, e entregar directamente aos lesados, eu também colaborei nessa inicitiva de uma forma indirecta. A Equipa entregou directamente, porque realmente é vergonhoso após o que se passou em Pedrogão, o Povo Português que apesar de pobre, se uniu na dor e mais uma vez mostrou a sua solidariedade para com os seus e chega-se ao fim e ninguém sabe onde anda o dinheiro. Algumas das nossas instituições de caridade não uma vergonha uma chuchadeira.
  • Cidadao
    19 out, 2017 Lisboa 16:40
    Já somos muito solidários quando pagamos impostos dos mais altos em relação ao Produto per capita a nível Europeu. Somos ainda mais solidários quando após o primeiro impacte, nos mobilizamos para ajudar. Mas não podemos estar constantemente "solidários" senão qualquer dia também precisamos de solidariedade para nós. Acrescente-se as suspeitas sobre o verdadeiro destino do produto da nossa solidariedade e o facto do problema agora ser igual ao que aconteceu há pouco mais de 3 meses - ou seja, mesmo erros, mesma inércia, mesmos apelos sempre aos mesmos enquanto quem tinha o dever de fazer alguma coisa ... nada fez - e tem a resposta à alegada falta de solidariedade
  • 19 out, 2017 16:12
    Claro que há retracção , depois do que aconteceu com os inçêndios de Pedrogão estão a espera de quê ??? Onde foi gasto o dinheiro ????
  • Mena
    19 out, 2017 Leiria 15:49
    Em resposta a Paula Neves, o povo deixou de ser ignorante, e graças á comunicação social, tomou conhecimento que instituições, como a Cáritas Diocesanas de Lisboa, só aplica 16% dos donativos em ajudas aos pobres. Maioritariamente, os donativos, são dados aos amigos dos bancos, para aplicações financeiras de alto risco...Mesmo assim acreditei na TVI, SIC e RTP1 e efetuei as chamadas telefónicas, durante o concerto de ajuda a Pedrogão Grande, já passaram quatro meses, tempo suficiente para fazer muito e pouco se fez. Onde foi parar o dinheiro? Nunca mais dou um cêntimo, para qualquer instituição. Aquele dinheiro deveria ter sido entregue ás autarquias, que em parceria com as juntas de freguesia, de forma transparente (apresentar detalhadamente onde foi aplicado casa cêntimo) o deveriam aplicar. Sinto-,me enganada e lamento que a jornalista, Sandra Felgueiras não tenha ido à procura do dinheiro que estão a roubar ás vitimas. Portugueses não dêem, a corruptos, dar só no local diretamente a quem realmente necessita. Lamento que pessoas sem escrúpulos se apoderem de donativos para receber e darem a amigos salários e benefícios. Temos de parar de ser ignorantes...
  • Laura Lopes
    19 out, 2017 Pedroso 14:58
    Não adesão aos donativos prende-se com a falta transparência dos valores atribuídos pelos cidadãos para Pedrogão, onde está o dinheiro, os recursos deveriam ter sido aplicado de forma celebre, estão onde? No meu caso nem mais um cêntimo para este ser gerido pelo estado, que não é de bem. Se disserem que construção de x casas com orçamentos realizados por uma ou mais empresas é preciso y , prazo conclusão das obras é W, o dinheiro é deposita da conta de uma entidade que se destina pagar essas empresas, contribuo com todo gosto, mas para andar dinheiro por ai que não chega em tempo útil ao destinatário, depositado em contas bancarias que está a beneficiar alguém, execto os que precisavam ajudar rápida e urgente sem tantas burocracias.
  • Alessandra Meireles
    19 out, 2017 Lisboa 14:49
    É com imensa dor na alma que afirmo: "ajudei com o meu pouco donativo para Pedrógãooo ", mas a incerteza do paradeiro deste pouco que pude doar, impede-me de ajudar novamente. Lamento muito. Aproveito ainda para deixar as minhas condolências às famílias destas vítimas. Já agora, cabe o governo ajudá-los, uma vez que suponho não ter gerido como devia os donativos de Pedrógão. E para mais, o culpado por esta triste tragédia deve-se ao menos, arcar com as suas consequências.
  • rosinda
    19 out, 2017 palmela 13:59
    No tempo da minha avo era tudo pobrezinho mas nao se escutava pessoas a falar mal da igreja! Agora este fenomeno de criticas a igreja tem de partir de algum lado! Em setubal em palmela e so criticas e sao criticas fundamentadas porque as pessoas nao sao cegas!
  • Anonimo
    19 out, 2017 PortugalInteiro 13:46
    Pois, o povo deu. o Governo não deixa que as dádivas cheguem a quem precise e fica com o dinheiro sabe-se lá para quê. É natural que a boa vontade esgote!
  • Aug
    19 out, 2017 Var 13:22
    Obviamente não é o zé povinho que tem de pagar pelos erros do governo!! À primeira quem quer cai, à segunda só cai quem quer! Os mortos não ressuscitam! A dor da perda não se paga com cobertores e latas de atum! A humanidade está a regredir. Já se ouve falar em manifestações para proteger a floresta, E AS PESSOAS??! QUE SE LIXEM OS PINHEIROS E OS EUCALIPTOS! TRATEM DE SALVAR AS PESSOAS!!
  • alberto sousa
    19 out, 2017 portugal 13:09
    Eu meter os meus donativos nas mãos da Cáritas, das Misericórdias ou do estado? Só se fosse tolo. Prefiro dar diretamente a quem sei que o entrega de verdade do que a estas instituições que só fazem chegar pouco mais de 10% do dinheiro a eles confiado. O resto vai para "logística", "ordenados", "despesas", etc. etc. etc. Ainda há pouco vi as contas de uma instituição de "solidariedade" e só em ordenados de pessoal vão quase 70% dos donativos, por isso pergunto, estou a ajudar quem afinal?

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