A Mecachrome Aeronáutica inaugura esta sexta-feira a sua fábrica de Évora. A laborar desde Março, nesta primeira fase, estão a ser produzidas peças de metal para motores de aviões.
Trata-se de um trabalho de rigor e precisão só possível com mão-de-obra qualificada, de resto, uma condição determinante para a instalação em Évora desta fábrica.
“Apesar da pouca experiência, que estamos a compensar com especialistas que trouxemos de França, é inegável a qualidade da mão-de-obra recrutada na região através do Centro de Formação de Évora”, confirma à Renascença, Christian Santos.
Esta é a segunda unidade em Portugal que pertence ao grupo francês Mecachrome, liderado pelo português Júlio de Sousa. Está instalada no Parque de Industria Aeronáutica de Évora, começou a produzir no primeiro trimestre deste ano e já emprega sete dezenas de pessoas, mas o objectivo “é chegar ao final de 2020 com 250 colaboradores”.
A fábrica labora exclusivamente para a indústria aeronáutica, para vários clientes, de que são exemplo a Airbus ou a Boeing, embora o grupo esteja também especializado na produção de peças de alta precisão para as industrias automóvel e espacial.
À Renascença, Christian Santos, revela ainda que prossegue a bom ritmo um outro processo com vista à instalação, na unidade alentejana, de um método produtivo criogénico, pioneiro no mundo.
“Este processo de tratamento criogénico consiste no arrefecimento das peças metálicas por acção do azoto, a uma velocidade muito mais elevada e em menos tempo, com recurso a máquinas muito sofisticadas”, explica o responsável pela Mecachrome.
Recorde-se que este é um investimento que ronda os 30 milhões de euros, até 2020, tendo beneficiado de incentivos financeiros atribuídos pelo Estado Português por ser considerado “um forte contributo para o desenvolvimento do cluster aeronáutico” em Portugal e para a “projecção da sua competitividade”.