12 out, 2017 - 12:21 • Olímpia Mairos
A Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, em colaboração com o Serviço de Pastoral do Turismo da diocese de Bragança-Miranda (PTBM), vai realizar as III Jornadas Nacionais de Pastoral do Turismo, em Bragança, nos próximos dias 27 e 28 de Outubro.
As jornadas terão como tema geral "Turismo e Sustentabilidade - Economia, Sociedade e Ambiente", em consonância com a resolução da Organização das Nações Unidas, que declarou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento.
Em entrevista à Renascença, a directora do Serviço de Pastoral do Turismo da diocese de Bragança-Miranda, Alexandrina Fernandes, fala de um sector em claro desenvolvimento e que em muito pode contribuir para o desenvolvimento da região e para combater a desertificação.
Ao pensarem as jornadas, que objectivos se propõem alcançar?
Queremos reflectir sobre a importância da actividade turística para o desenvolvimento económico e equitativo de todo o território nacional, reconhecer que a cultura local é um activo singular para a actividade turística e a potenciar, nomeadamente na relação e na promoção das comunidades regionais, e também pretendemos incentivar o desenvolvimento local, designadamente no interior.
O facto de as jornadas serem em Bragança poderá trazer benefícios à região?
Como as jornadas são realizadas em Bragança, queremos mostrar às pessoas que podem, por esta via da actividade turística, desenvolver outras actividades na região, ou seja, fixar pessoas, contribuir para o melhoramento das acessibilidades, promover o respeito pelo ambiente em toda a actividade turística, tendo em conta que o turismo tem que ser um turismo ecológico, ambientalmente sustentável e responsável.
Que importância tem para a diocese acolher esta iniciativa?
É muito importante para a diocese de Bragança-Miranda acolher estas jornadas, tendo em conta que as duas anteriores edições foram realizadas em Fátima e em Braga. É uma oportunidade para mostrarmos como também a partir do interior é possível contribuir para o desenvolvimento integral da pessoa humana e podermos mostrar a excelente forma típica com que os transmontanos acolhem as pessoas.
O que falta fazer para uma maior valorização do património religioso da diocese?
Este sector, dentro da pastoral diocesana, é relativamente recente, tem quatro anos. Falta, acima de tudo, uma mudança de mentalidades e que as pessoas se consciencializem que o turismo é uma oportunidade que oferece em si várias oportunidades e pode contribuir para o desenvolvimento da região, pode contribuir para combater a desertificação e as pessoas, partilhando novas experiências, podem valorizar o património. Há um longo trabalho a fazer. Temos vindo a caminhar, mas há um longo trabalho pela frente.
O património religioso pode potenciar a região transmontana?
A diocese de Bragança-Miranda é rica ao nível do património material e imaterial e o turismo pode realmente ajudar a que a experiência dos turistas, que já visitam a região por diferentes motivos, possam ter uma experiência mais completa e mais complexa. O sector do turismo é cada vez mais uma indústria de pessoas e de experiências, e aqui, no Nordeste Transmontano, as pessoas podem ter experiências únicas que vão potenciar toda a região e fazer com que se desenvolva.
Que contributo pode dar o património religioso para uma nova evangelização?
Acima de tudo, a partilha de experiências e conhecimentos que o turismo proporciona. Temos procurado desenvolver algumas actividades dentro da diocese, não especificamente preparadas para pessoas que já frequentam as igrejas, mas contribuindo para esta nova evangelização, trazendo pessoas que habitualmente não frequentam, favorecendo outro tipo de atitude e outro tipo de sensibilidade. Lançamos algumas sementes e esperamos que possam dar fruto.