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“155 já”. A palavra de ordem no Dia da Hispanidade

12 out, 2017 - 11:43

Espanha vive hoje o seu dia nacional com mais intensidade. Por todo o lado se vêem manifestações de unidade. 155.º é o artigo da Constituição que permite a Madrid assumir os comandos da Catalunha.

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“155 já”. A palavra de ordem no Dia da Hispanidade
“155 já”. A palavra de ordem no Dia da Hispanidade

É feriado em Espanha. O país assinala esta quinta-feira o Dia da Hispanidade, que sublinha os valores da unidade do país. O dia costuma ser festa e este ano é vivido com especial expectativa, dado que o Estado central mantém congelada a suspensão da autonomia catalã.

Em Barcelona, a Praça da Catalunha enche-se de gente pela união do país. “155 já” é uma das palavras de ordem que se ouve, numa referência ao artigo da Constituição que Rajoy poderá invocar para suspender a autonomia da Catalunha.

Também se ouvem vivas ao rei, vivas a Espanha e pede-se prisão para Puigdemont, constata a Renascença no local.

Cada vez chega mais gente à praça, muitos com bandeiras de Espanha. Muitas pessoas dizem à Renascença que não é habitual virem para a rua manifestar-se, mas hoje decidiram juntar-se a esta manifestação.

Em Madrid, e por outras cidades espanholas, também se vê bandeiras de Espanha penduradas e mensagens pela unidade do país.

Para já, aguarda-se que o presidente da região da Catalunha (Generalitat) explique se declarou ou não a separação de Espanha.Carles Puigdemont tem até segunda-feira para responder ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.


Catalunha. Puigdemont​ declara independência, mas deixa-a em suspenso
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A região mais rica de Espanha quer separar-se do resto do país e tornar-se independente. No referendo de dia 1 de Outubro – declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol – participaram 2,2 milhões de pessoas, que deram 90% dos votos à independência da Catalunha, de acordo com o governo regional.

As tensões entre Barcelona e Madrid cresceram desde 2016 e mergulharam o país na mais grave crise política desde o regresso da democracia, em 1977, e a tentativa de golpe de Estado, em 1981.

As repercussões da crise política chegaram à economia. Desde 2008, a Catalunha já perdeu mais de 2.500 empresas e vários bancos decidiram retirar a sua sede da região.

Como é que a Catalunha chegou até aqui?
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  • MASQUEGRACINHA
    12 out, 2017 TERRADOMEIO 19:42
    Já esquecido o papel que a humilhação de Versalhes teve na pior tragédia humana de que (NÃO) há memória, repisa-se a humilhação como método político de castigo. Parece-me desavisado, sobretudo quanto tanto se fala no efeito sistémico de uma independência e etc. e tal. Afinal, quantos opinadores e comentadores leram, pelo menos, "A Espanha invertebrada" de Ortega y Gasset, escrita nos princípios dos anos 20 do século passado? É que sobre a pretensa unicidade espanhola está já tudo lá... E se até um independentista, por mais cego que seja, vê que o referendo não tinha pernas para andar, o que dizer destas súbitas multidões que invadem a Catalunha de bandeira espanhola em riste? De onde surgiram? Vêm do resto da Espanha, ou do remanso dos seus lares catalães, onde se haviam refugiado com medo de perseguições, agora tornadas impossíveis pela benigna proteção das Guardias Espanholas?
  • António Lapa
    12 out, 2017 AMADORA 13:02
    O artigo 155 é mais uma acha para a fogueira. Que o governo de Madrid tenha um pouco de bom senso e evite o agudizar de uma crise de consequências imprevisíveis. A constituição espanhola deve ser revista naquilo que tem de antidemocrático e que tem a haver com o compromisso com o franquismo. Proibir a livre expressão é proibir um dos princípios basilares da democracia. Gostaria de ver uma Espanha unida pelos princípios do direito democrático e não sobe a imposição da lei que não obedece aos critérios do respeito da livre expressão das opiniões.
  • Fer
    12 out, 2017 Lisboa 12:49
    Aquells que cedirien la llibertat essencial per adquirir una petita seguretat temporal, no mereixen ni llibertat ni seguretat. Benjamin Franklin

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