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Consumo de antidepressivos duplicou em quatro anos

10 out, 2017 - 08:49

No Dia Mundial da Saúde Mental, o Governo prepara-se para avançar com um novo modelo de financiamento nesta área.

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O consumo de antidepressivos em Portugal duplicou entre 2013 e 2016. Só no ano passado, foram consumidos cerca de 30 milhões de embalagens de medicamentos para a depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental.

Os centros de saúde diagnosticaram perturbações depressivas em 9,3% dos utentes em 2016. Estes dados constam do relatório do Programa Nacional para a Saúde Mental, que é apresentado esta terça-feira.

No mesmo ano foram vendidas 11,8 milhões de embalagens de antipressivos.

O relatório indica que a maioria dos jovens entre os 13 e os 18 anos que tomou psicofármacos fê-lo através de prescrição médica, o que leva responsáveis da área da saúde mental a "questionar sobre a racionalidade da prescrição destes fármacos".

O documento refere que o maior consumo de psicofármacos, nomeadamente tranquilizantes e sedativos, deu-se já perto dos 18 anos, idade em que 17,2% dos jovens consumiram estes medicamentos, mediante receita médica, e 6,1% sem a prescrição do clínico. Aos 17 anos, a prescrição com receita médica destes fármacos atingiu os 15,6% e os 6,4% sem receita e os jovens com 15 anos registam uma percentagem de 12,7% com receita e cinco por cento sem prescrição.

Novo modelo para a saúde mental

No Dia Mundial da Saúde Mental, o Governo prepara-se para avançar com um novo modelo de financiamento na área da saúde mental. Os hospitais vão passar a receber uma verba por doente e não por número de consultas ou de internamentos, como acontece no presente.

A Ordem dos Psicólogos recorda que no Serviço Nacional de Saúde (SNS) existe apenas um psicólogo para cada 16.500 portugueses e que se continua a aguardar que a tutela avance com a contratação de 55 psicólogos que tinham sido assumidos pelo Governo.

“Trata-se efectivamente de investimento. Porque na área da saúde mental, ao investirmos, estaremos a prevenir tanto o sofrimento das pessoas como a prevenir outros custos, como com psicofármacos”, referiu o bastonário à agência Lusa.

Francisco Miranda Rodrigues reconhece que muitos dos psicofármacos prescritos e consumidos serão sempre necessários para casos de perturbações mais graves, mas considera que algumas perturbações de ansiedade ou depressivas podiam ser prevenidas ou encaminhadas de outras formas.

Comentários
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  • justo
    13 out, 2017 Leiria 13:08
    Tudo culpa do país que temos. Burocrático, corrupto, justiça difícil para o pobre, filas de espera em Organismos públicos, injustiça e cultura tuga portuguesa e ordenados e reformas diferentes do sector público para com o privado.
  • Filipe
    10 out, 2017 évora 14:27
    E não juntam a droga que as crianças tomam para ficarem calmas sentadinhas nas cadeiras das escolas ao dispor da bagunça do Ministério da Educação . E, importa referir que não é de estranhar o aumento de mortes nas estradas e acidentes , pois quem toma droga devia de entregar a carta de condução .
  • Mário João Castro
    10 out, 2017 São Mamede de Infesta 11:03
    Cabe a cada um de nós saber gerir emoções, contradições da Vida e frustrações que podem ser das mais simples e rotineiras até à perda dolorosa de quem muito se ama. As causas são vastas e variam em efeito de pessoa para pessoa consoante a sua personalidade e experiência de Vida. O que sucede muitas vezes é que quem não se sabe deprimido, entra numa espiral comportamental negativa, confusa, desequilibrando-se e recorrendo, de forma excessiva, a medicação inadequada, quase sempre automedicação. Deverão ter sempre bem presente que a viciação retira a eficácia desejada. Existem diversas formas de manter uma forte saúde mental. A disciplina, evitando álcool, drogas , vidas socialmente desgastantes, escravatura do telemóvel, do carro, das redes sociais, do relógio, da televisão, alimentação inadequada, deixo o exemplo do meu segredo. CAMINHADAS, junto ao Mar, olhando a natureza e a sua força, integrando-me nela, sabendo-me parte dela na minha fragilidade humana, "bebendo" do ritmo livre dos pássaros que voam sem parar e se alimentam do que a natureza lhes dá. Apreciar as coisas belas e simples da Vida, os nossos queridos amigos animais, companheiros sempre disponíveis, a música, a relação sincera connosco e com os outros, fugir da MENTIRA, saber dizer NÃO, a intimidade com D E U S de quem somos parte integrante, a busca da meditação e da oração espontânea, o diálogo com ELE nos momentos bons e menos bons. Resultado? Até à data... ZERO de antidepressivos. AMEM-SE, rindo e sorrindo!
  • José Saraiva
    10 out, 2017 Viseu 10:26
    bebam VINHO BOM....e não embarquem na "conversa dos médicos" ...são os melhores anti-depressivos

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