Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Arturo Pérez-Reverte: é uma “estupidez enorme o que se está a passar em Espanha"

10 out, 2017 - 07:00 • Maria João Costa

A opinião é do escritor espanhol, entrevistado pela Renascença para o programa Ensaio Geral. O presidente do governo catalão poderá fazer esta terça-feira a declaração unilateral de independência.

A+ / A-

Veja também:


O escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte considera uma “estupidez enorme o que se está a passar em Espanha” e diz que o referendo sobre a independência da Catalunha é um assunto "penosamente triste".

Em entrevista à Renascença sobre o seu mais recente livro, "Falcó", agora editado em Portugal, Arturo Pérez-Reverte mostrou-se reticente em falar sobre os mais recentes acontecimentos no país. “Eu, sobre a Catalunha não quis falar, nem em Espanha", disse.

“Muita gente perguntou. Telefonaram-me os amigos do ‘Le Figaro’, do ‘Le Monde’, do ‘Corriere della Sera', de jornais portugueses e eu disse sempre que não queria falar de Espanha! Nem dessa estupidez enorme que se está a passar em Espanha. Vejo como uma estupidez enorme e por isso não quero falar dela”, afirmou ainda.

“Digamos que é um assunto penosamente triste para se estar a falar desta estupidez nesta altura”, resumiu.

Durante a conversa, Arturo Pérez-Reverte defendeu também que Portugal e Espanha deveriam fazer parte de uma confederação ibérica. “Deveriam estar juntos”.

“Para mim é um erro histórico serem países diferentes. Deveriam ter a sua autonomia, cada um com as suas leis, como uma confederação – como lhe quiseres chamar. Nisso estou de acordo com o que dizia José Saramago, que a confederação ibérica deveria ter sido feita há muitos anos porque temos inclusive uma história comum. Mas, bom, por vezes a história produz este tipo de casos absurdos. Sempre que venho a Portugal penso que foi uma oportunidade perdida para que pudéssemos ter feito algo muito bonito juntos”, considera.

A entrevista a Arturo Pérez-Reverte vai ser emitida no programa Ensaio Geral da próxima sexta-feira, dia 13.

"Calma aparente" 24 horas antes do dia que pode mudar a Catalunha
"Calma aparente" 24 horas antes do dia que pode mudar a Catalunha
Parlamento catalão rodeado pela polícia espanhola antes do discurso de Puigdemont
Parlamento catalão rodeado pela polícia espanhola antes do discurso de Puigdemont
Como é que a Catalunha chegou até aqui?
Como é que a Catalunha chegou até aqui?
Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Onateyac
    12 out, 2017 barcelona 11:21
    El concepto España está en descomposicion para la mayoria de nosotros, solo unifica criterios cuando se habla de futbol. Hoy por hoy es imposible que catalanes, vascos, baleares, valencianos, gallegos o antisistemas, nos unamos bajo una misma bandera y no digamos cantar un himno nacional sin letra. Sin entrar a valorar como hemos llegado hasta aqui, el regimen del 78, la transición, etc deberiamos ponernos a pensar en un nuevo escenario para el siglo que viene, un escenario en el que entren todas las tribus ibericas, ricos y pobres, derechas y izquiedas en un nuevo marco, democratico, respetuoso y tolerante que por primera vez en nuestra historia sea capaz de unirnos en un objetivo comun y ilusionarnos a todos. Hay un escenario que se me ocurre desde hace tiempo (a Saramago tambien lo decia), una Republica Federal Iberica (incluido Portugal y las nacionalidades ibericas que lo deseen), seriamos un pais fuerte, mas importante en europa, con mas historia colectiva, unidos por una nueva bandera y unos nuevos valores. Dejariamos atras: la arcaica España, el neofranquismo, la fuerza centrifuga que nos hace tender a escapar, la memoria historica (recuperada previamente), la puta guerra civil que siempre nos recuerda de que bando somos, la iglesia catolica que todavia vive en las cruzadas y tantas cosas. Seguiriamos votando cada cuatro años, ... continua
  • Oh Adisan
    10 out, 2017 Porto 19:45
    Portugal é livre graças à Catalunha que por essa altura (1640) também lutou pela independência. Como os castelhanos cobsideraram a Catalunha prioritária o esforço militar em Portugal foi reduzido. Não houve heróis (isso vinha nos livros de história do Estado Novo), foi circunstancial. Agradeça à Catalunha a soberania portuguesa
  • maria
    10 out, 2017 lisboa 16:25
    é que nem pensar em federação entre Portugal e Espanha! Portugal é Portugal e Espanha é Espanha: impossível misturas.
  • ADISAN
    10 out, 2017 Mealhada 15:39
    "Confederação Ibérica? A este senhor a Renascença deveria ter respondido que, graças aos nossos heróis de 1640, não estamos agora na mesma situação da Catalunha... e ainda bem!
  • Horacio
    10 out, 2017 Lisboa 13:45
    Gente estupida e o que não falta no mundo. E ver os nossos partidos de esquerda a mudarem a lei para acomodar estrangeiros criminosos .ou os ultra direita nazistas nos Estados Unidos que puseram o Trump no poder com ajuda de milhões de ignorantes que votaram nele por ele ser uma celebridade . Por isso não é de admirar que os catalão queiram acabar com a Espanha e com a Catalunha de uma só tacada. se as pessoas entendessem que simbolismos não valem nada quando nada representam e se preocupassem com questões de qualidade de vida o mundo melhorava muito. Direita ,esquerda e nacionalismo populista só servem para dividir e destrair a população, enquanto os verdadeiros problemas como a pobreza a falta de emprego e o crime são ignorados.
  • FIlipe
    10 out, 2017 évora 12:22
    A nossa comunicação social é prodigiosa em relação ao que é dos outros e arruma sempre bem a casa dos outros , melhor que a CNN . Enquanto que em Portugal vai continuando cenas da vida real muito piores e mais perigosas do que lá fora se passa . E , mesmo assim é preciso uma grande catástrofe em Portugal para os lá de fora ocuparem sequer 5 minutos por dia a Portugal . Pois claro , isto só serve para albergar descendentes da Máfia Criminosa em roda livre no Mundo .
  • José Proença
    10 out, 2017 Castelo Branco 09:34
    Não queria manifestar-me sobre o assunto Catalunya, por ser demasiado delicado. No entanto, parece-me muito estranho que um escritor que deve ter acesso e pesquisar informação sobre um determinado assunto, venha, sem pudor, afirmar ser estúpido esta intenção de independência da Catalunya. Alega falta de cultura. Para um escritor é muito feio fazer esta afirmação, demonstrando desconhecimento histórico sobre o território e que hoje é a Catalunya. Aconselho-o a informar-se sobre esta situação. Na minha opinião esta situação de independência vem for a de tempo. Penso que é mais um jogo politico.
  • Portuense
    10 out, 2017 Porto 08:48
    Uma confederação ibérica? Esse Arturo não quer mais nada? Viva a diferença! Viva a autodeterminação dos povos. Abaixo os unanimismos. Viva Portugal. Viva a Catalunha, Viva a Galiza e Viva o País Basco!!!!
  • Ya
    10 out, 2017 Braga 08:44
    Estúpido é ser fascista, defender os que durante séculos oprimiram culturas diferentes, tentaram aniquilar outras línguas. Palhaços. Viva a Catalunha independente!!!!!

Destaques V+