07 out, 2017 - 11:00 • Filipe d'Avillez
O Papa Francisco nomeou esta sexta-feira D. José Traquina para ser o novo bispo de Santarém, substituindo dessa forma D. Manuel Pelino, que apresentou o ano passado a sua resignação por ter alcançado o limite de 75 anos. A nova nomeação surge precisamente no dia em que cumpre 76.
O bispo admite que não esperava esta nomeação, mas diz que conta com o apoio da Igreja para desempenhar o seu novo cargo.
“Conto com o apoio dos meus colegas bispos, com a sua sabedoria, com a sua experiência, para desempenhar esta missão e obviamente que confio também nos sacerdotes da diocese de Santarém, em quem confio, nos muitos cristãos leigos que nela exercem a sua missão, a sua dedicação, têm as suas vidas e certamente esperam da minha parte, e podem contar, com a minha melhor vontade de corresponder à missão que Deus me confia", afirma.
“Serei próximo como pastor, irei de coração inteiro, isto é, com a melhor vontade para, com os nossos sacerdotes e com todos aqueles que têm maiores responsabilidades, podermos edificar a Igreja no coração do Ribatejo”, diz.
D. José Traquina era desde Junho de 2014 bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, diocese onde que foi ordenado a 30 de Junho de 1985. Escolheu como lema episcopal “Gaudete in Domino sempre”, que significa “Alegrai-vos sempre no Senhor”. A tomada de posse em Santarém ainda não foi decidida definitivamente, mas o bispo gostaria que se realizasse no Domingo de Cristo Rei, no dia 24 de Novembro.
Leva para o seu novo cargo uma vasta experiência em assuntos eclesiais, tendo sido pároco mas também exercido funções na formação de novos padres, quando foi dierctor espiritual do Seminário dos Olivais.
Um “regresso a casa”
Mas a experiência pessoal de D. José não se fica pela pastoral. Ainda criança começou a trabalhar no ramo comercial, numa loja de pronto a vestir, e entre os 21 e os 22 anos cumpriu o serviço militar na Escola Prática de Cavalaria, situada precisamente em Santarém, diocese de que se torna agora responsável e que admite ser especial em termos do seu percurso de fé.
“Vivi em Santarém cerca de 20 meses a cumprir o meu serviço militar e foi exactamente em Santarém que decidi a minha entrada no seminário. Não podia imaginar que voltaria para aquela cidade como bispo. É uma diocese que foi em tempos uma zona pastoral da diocese de Lisboa, que se tornou uma diocese própria e, portanto, há uma ternura, um afecto e esta proximidade vai-se manter com certeza de forma ainda mais presente pela minha ida para lá”, explica.
Só alguns anos depois de cumprido o serviço militar é que D. José Traquina entrou para o seminário do Patriarcado de Lisboa, situado então em Almada, frequentando o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa. Tinha, na altura em que entrou para o seminário, 26 anos. Foi ordenado padre com 31.
Durante a sua vida de sacerdote foi por três responsável da vigararia Cadaval-Bombarral e esteve ainda ligado ao movimento escutista.
Actualmente D. José Traquina faz parte da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e foi nessa qualidade que, em Junho deste ano, acolheu a peregrinação jubilar das pessoas com deficiência, a Fátima, tendo dito que ser necessário fazer mais para permitir a participação destas pessoas na vida da Igreja.