05 out, 2017 - 15:12 • Olímpia Mairos
Na carta pastoral sobre “As vocações, a catequese e a mensagem de Fátima”, enquadrada no Centenário das Aparições de Fátima, D. Amândio Tomás convida todos os diocesanos a entregarem-se a Deus, “em prol dos outros, mudando de vida, crescendo no amor a Cristo”, com o apelo “Não quereis oferecer-vos a Deus?”.
Segundo o bispo diocesano, “a fidelidade ao baptismo, que mergulha e enxerta no mistério de Cristo, é a raiz doutras vocações e missões” e “exige ser hoje melhor que ontem e amanhã melhor”.
Fazendo alusão ao ícone do Imaculado Coração, que é “amor doado”, D. Amândio Tomás aponta Maria como o “membro mais excelente da Igreja”, “exemplo e apelo à conversão e à consagração vocacional”, vocação esta que requer “fé” e “obediência” ao chamamento em favor do próximo e que faz dos cristãos “evangelizadores e protagonistas do mundo novo”.
D. Amândio sublinha na sua carta pastoral que a consagração vocacional assenta também no “exemplo dos pastorinhos, crianças inocentes, capazes de actos heróicos” e, por isso, é fundamental “apostar na Infância Missionária e na catequese e formação infantil”, porque, refere, “o que se aprende e vive na primeira infância permanece”.
“As crianças não são inúteis, nem irrelevantes, mas podem e devem ser protagonistas, e a alma e futuro do mundo novo. Elas trazem os pais a Cristo e à Igreja”, afirma o prelado.
Renovar a catequese juvenil e torná-la “mais atractiva”, um “encontro pessoal com Cristo, menos intelectual e mais catecumenal e mistagógica”, é também o desafio do bispo de Vila Real, “para que os adolescentes sejam atraídos por Jesus e conquistem outros, como fizeram os pastorinhos”.
Aos catequistas, o bispo incentiva a “ler o Documento da Conferência Episcopal: “Catequese: a Alegria do Encontro com Jesus Cristo”, e salienta a necessidade de formação e a importância do Centro de Cultura Católica da Diocese, “Escola da Fé”, para preparar agentes e consciencializar o Povo de Deus a “inovar e responder às necessidades do mundo novo com outras soluções”.
“Não chega a pastoral de há cinquenta anos. Recrutemos vocações, alimentemos o entusiasmo e capacitemos os leigos a serem na Igreja o que devem ser. A Igreja não é monstro, só Cabeça, só hierarquia, é o Corpo de Cristo, com muitas vocações, tarefas e missões. Há que pedi-las, recrutá-las, cultivá-las e formá-las”, observa D. Amândio.
A carta pastoral também não esquece a Família, “berço de vocações”, “escola de amor, de valores e relações”, referindo que esta “sempre precisará de cuidados a montante e a jusante” e a necessidade de a apoiar “na preparação dos jovens para o matrimónio, e guiando, acompanhando e integrando os casais, principalmente os mais frágeis, os separados e os seus filhos”.