26 set, 2017 - 12:27 • Fonte: Reuters
Poucos terão ouvido falar deles. O sabor e a maneira como são produzidos, entre outros factores, distinguem-nos dos alimentos mais comuns e dão-lhes valor acrescentado.
Melão Yubari (ou melão dourado)
Estes melões crescem na cidade japonesa de Yubari e, no ano passado, um par deles foi vendido em leilão por cerca de 22 mil euros. Os melhores são avaliados pela doçura do seu sumo, pelas perfeição das esferas, os caules em forma de “t” e a suavidade extra.
O preço base de um melão Yubari varia entre os 40 e os 85 euros (ou 50 e 100 dólares, aproximadamente).
Melancias Densuke
Também são típicas do Japão e igualmente caras. Crescem apenas na ilha de Hokkiaido (Norte do país) e cada uma pode custar mais de 100 euros.
Com um tom mais escuro, esta melancia tem um sabor mais adocicado e é mais suculenta do que as mais conhecidas.
Apesar de só serem produzidas naquela ilha japonesa, são vendidas em Tóquio e no resto do país. São raras, porque a cada ano são cultivadas apenas 100 unidades.
Batatas incas liofilizadas
No Ocidente, a liofilização (desidratar através da congelação) de alimentos começou quando o homem foi ao espaço. Mas, nos anos de 1400, os Incas já usavam “chuños” para alimentar os seus militares e os trabalhadores do império.
“Chuño” significa alimento desidratado, processo que os Incas aplicavam a batatas raras de sabor amargo, quando as colheitas sofriam grandes quebras.
O “chuño” continua a ser produzido em várias partes dos Andes. As batatas são deixadas ao gelo durante a noite e depois espezinhadas para retirar toda a água e a pele. Ficam então a secar durante o dia, sob o intenso calor do sol.
O processo é repetido durante cinco dias, até que as batatas estejam completamente desidratadas.
Podem, assim, ser armazenadas durante anos. Na altura de serem consumidas, são demolhadas em água e cozinhadas.
O “chuño” é também utilizado na medicina tradicional para tratar gastroenterites e úlceras.
Iogurte de cinza
No Quénia, no estado de Pokot Ocidental, algumas famílias ainda produzem um iogurte misturado com a cinza de Cromwo, uma árvore autóctone. A cinza actua como desinfectante e dá ao iogurte um aroma único, além de um tom acinzentado.
O iogurte em si é feito a partir de leite de vaca ou cabra, consoante se destine a homens (vaca) ou mulheres e crianças (cabra) – este último de sabor intenso e reconhecido pelo seu valor nutricional.
“Feijões menstruais”
O povo de Wayuu, na Colômbia, vive num ambiente semi-deserto onde os produtos agrícolas encontram fracas condições para crescer. Mas há uma cultura que se dá naquele clima: os feijões de guajiro, ricos em proteína.
Estes feijões são utilizados numa sopa tradicionalmente servida a jovens mulheres depois do seu primeiro ciclo menstrual. A sopa é ainda composta por gordura de cordeiro e milho amarelo.
Sal apimentado
As comunidades do Ocidente do Quénia, afastadas das principais rotas do sal, desenvolveram um método distinto para extrair sal a partir de canas fluviais.
Vários feixes de canas são colocados sobre pedras para secar e depois aquecidas sob lume brando durante três dias, no máximo.
A cinza residual é então misturada com água, filtrada e fervida, donde resulta uma mistura salgada. Esta mistura é embalada em folhas de bananeira e desidratada debaixo de cinzas quentes durante a noite.
Por vezes, é acrescentada pimenta, fornecendo ao sal o sabor apimentado.
[notícia corrigida - melões Yubari vendidos por 22 mil euros e não 22 milhões de euros]