25 set, 2017 - 23:42
O secretário-geral do PS teceu esta segunda-feira à noite duras críticas ao PSD, questionando que partido é este que "perdeu o sentido de Estado" e afirmando que este "não é o PSD que os portugueses e as portuguesas conheceram".
"Todos nos habituámos a respeitar o PSD como um partido fundador da vida democrática", declarou António Costa, num jantar-comício em Loures.
Actualmente, os sociais-democratas, perdidos "no discurso do diabo", não "resistiram à tentação de ensaiar uma nova estratégia e fazer de Loures um balão de ensaio" para uma táctica "populista que aposte no medo e insegurança para atrair votos", acusou.
E perguntou: "Como é que o PSD da democracia portuguesa apoia um candidato que defende a prisão perpétua? Que diz que não se choca com a pena de morte? E que não hesita em explorar os preconceitos sociais na tentativa de ganhar votos à custa da discriminação?".
António Costa, líder do PS e também primeiro-ministro, criticou ainda a "indignidade" do PSD em "explorar dramas" como o sucedido este verão no incêndio de Pedrógão Grande, acrescentando que os sociais-democratas perderam o sentido de Estado e permitem-se agora "fazer uma campanha eleitoral no ataque a instituições fundamentais" do Estado.
"Que PSD é este que põe em causa as Forças Armadas, ao exigir que o Governo intervenha num processo que está no ministério público, como se não houvesse em Portugal separação de poderes?", questionou António Costa, referindo-se ao furto de armas em Tancos e falando perante cerca de mil militantes e simpatizantes do PS.
"Factos são factos", prosseguiu o líder do PS e também chefe do Governo, elencando dados como o crescimento económico, o "défice mais baixo da história da democracia" e a criação de mais 200 mil novos postos de trabalho, "a maioria deles contratos definitivos e não a prazo, ou seja, trabalho de qualidade".
"A oposição, ao perder o diabo, ficou perdida. E agora que entramos na reta final desta campanha eleitoral é muito evidente o estado em que se encontra este PSD", frisou António Costa, apelando a que o partido faça "campanha com as suas ideias, os seus candidatos".
Na sua intervenção, de pouco mais de 15 minutos, António Costa reiterou uma das suas mensagens mais recorrentes nesta campanha eleitoral, a de que é necessário "dar força ao PS" nas eleições de domingo para dar continuidade ao novo ciclo político iniciado no país há dois anos, desde que está no poder o executivo socialista apoiado parlamentarmente à esquerda.
Concorrem à presidência da Câmara de Loures, onde os socialistas organizaram esta noite um jantar-comício, o atual presidente, Bernardino Soares (CDU), Sónia Paixão (PS), André Ventura (PSD/PPM), Fabian Figueiredo (BE), Pedro Pestana Bastos (CDS-PP), Ana Sofia Silva (PAN), Mário Pontes (PDR/JPP), Nélson Batista (Nós, Cidadãos!), Bruno Gomes (PTP) e João Resa (PCTP-MRPP).