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Tancos. Ministro da Defesa fala em "objectivos políticos" na divulgação de relatório "fabricado"

24 set, 2017 - 18:42

Numa nota divulgada posteriormente na sua página da Internet, o 'Expresso' reiterou que "o documento existe e é verdadeiro" e que "foi elaborado para conhecimento da Unidade Nacional de Contra Terrorismo e do Serviço de Informações de Segurança (SIS)".

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O ministro da Defesa admitiu este domingo que o noticiado relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido fabricado e que possam existir "objectivos políticos" na sua divulgação.

"Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações", afirmou à Lusa José Azeredo Lopes, um dia depois de o relatório ter sido noticiado pelo semanário Expresso.

O ministro considera ainda "muito peculiar" como "é que aparentemente o PSD parecia conhecer este documento falsamente apresentado como sendo das 'secretas'" e não exclui que existam objectivos políticos na sua divulgação.

Questionado pela Lusa sobre se tem suspeitas, o ministro da Defesa disse recusar "lançar insinuações", "ao contrário do que tem feito a oposição".

"É importante saber de quem é a autoria do documento, com que intenção foi elaborado e com que objectivos, aparentemente políticos, foi divulgado como sendo das 'secretas'", afirmou o ministro, depois de ter sido criticado pelos líderes dos partidos da oposição, Pedro Passos Coelho, do PSD, e Assunção Cristas, do CDS-PP, durante o fim-de-semana.

Após o primeiro-ministro, António Costa, ter dito, no sábado, que o relatório com críticas ao Governo não é de qualquer entidade oficial, e de "ser claro que cabe às autoridades judiciárias" a investigação sobre o furto das armas, "só por má-fé" pode continuar a dizer-se que "o ministro não consegue saber o que se passou em Tancos", concluiu.

"Como cidadão e como ministro da Defesa", Azeredo Lopes disse, por duas vezes nas declarações à Lusa, que "é importante saber quem, com que motivação, fabricou um documento apresentando-o falsamente como sendo das 'secretas'".

Quanto ao furto de armamento do paiol da base de Tancos, o ministro disse ser importante que os cidadãos saibam que "o que havia para fazer, do ponto de vista do Governo, para evitar, tanto quanto possível, ocorrências de situações do género está a ser feito ou já foi feito".

E acrescentou que as investigações seguem o seu curso, tendo em conta a separação de poderes, sendo da responsabilidade das autoridades judiciárias.

O semanário Expresso divulgou no sábado um relatório, que atribuiu aos serviços de informações militares, com cenários "muito prováveis" de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à atuação do ministro da Defesa Nacional, na sequência do caso conhecido em 29 de junho.

O primeiro-ministro reiterou no sábado à noite desconhecer o relatório noticiado pelo Expresso sobre o furto de armas em Tancos, sublinhando que o documento não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado.

O Estado-Maior General das Forças Armadas já "desmentiu a autenticidade desse documento", tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações, disse António Costa.

"Receio muito que estejamos a falar sobre algo fabricado e não sobre um documento autêntico. Um documento autêntico já sabemos que não é", acrescentou António Costa, à margem de uma acção da campanha eleitoral do PS no Algarve.

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  • Luis
    25 set, 2017 Lisboa 08:02
    Milhares de incêndios, centenas a deflagrar à noite. Listas de mortes que não houve. Ocultação do numero de mortes que não se verificou. Dezenas de suicídios falsos. Assalto a base militar que ainda está por provar. Relatório inexistente relativo a roubo que tudo indica também inexistente. Compra fraudulenta de casa, pelo Medina, que afinal não teve qualquer ilegalidade. Disto tudo, demasiado vergonhoso, o que é que não teve "objetivos políticos"? A quem é que isto beneficiou enquanto tudo não foi ou não é desmascarado? Quem esteve por detrás disto tudo criando "alarme social" e prejudicando o País e os Portugueses? Ou o crime de "alarme social" só é imputável ao cidadão comum? E no meio disto tudo qual é o papel da PGR? Faz de conta que existe como o tem feito com tanta coisa? Curioso é ouvir um cadáver político deambulante a dizer que a nossa democracia está "incompleta".
  • Oliveira
    25 set, 2017 Sintra 06:34
    Grande ministro, é tudo mentira. Correu tudo bem. Palhaçada PS
  • Filipe
    25 set, 2017 évora 00:17
    Última Hora ! Fontes oficiais identificaram o furto em Tancos como aldrabice carnavalesca para desviar atenções e imaginem só : Calar a Tragédia de Pedrógão ! AS ALEGADAS ARMAS E ARMAMENTO NUNCA EXISTIRAM FISICAMENTE ! Ponto final , parágrafo . A bem dizer conseguiram , desviaram o tema dentro de uma campanha eleitoral para brincarem aos polícias e ladrões , isto enquanto a acusação do Marquês ficou adiada ...
  • Zé do Milho
    24 set, 2017 Amadora 22:16
    Ao ANDRÉ (24 SET, 2017 LISBOA 19:48) COMENTÁRIO EM CHEIO, EXCELENTE.
  • troc
    24 set, 2017 evora 22:02
    Os senhores jornalistas do expresso que escreveram e que tiveram acesso ao relatório deveriam ser chamados á perna, não podem ficar impunes e resguardarem-se no sigilo profissional como tem sido apologia desta classe e deveriam provar , quem lhe deu a informação, como tiveram acesso , se o mesmo for mentira é de uma canalhisse extrema e para isso existe um remédio para tudo , é caso de policia onde está a procuradora ?
  • Manuel
    24 set, 2017 Lisboa 21:26
    Aí estão os xuxas a defender o grande ministro do Costa. E a forma do PS criar ocupação para meia dúzia de palermas.
  • Os PSDs e CDSs
    24 set, 2017 lis 20:47
    Deviam ser investigados, bem como o Expresso com noticias sensacionalistas e relatórios não credíveis! Passaram a fabricar chicana política com fakenews, face ao desespero em que se encontram!
  • Manuel
    24 set, 2017 Lisboa 20:08
    Este palerma ainda fala?
  • Leao de Alvalade
    24 set, 2017 lisboa 19:50
    Continuamos com a bandalheira da contra-informação ou fuga de informação secreta/confidencial ou outra. A que preço??? Claro que o dinheiro paga tudo e a impunidade sobre as fugas continua. A senhora procuradora foi a correr investigar a denuncia anónima sobre a casa do Medina, e sobre estes casos ????
  • André
    24 set, 2017 Lisboa 19:48
    Só acredita naquele relatório quem reclame que o PAI Natal os visita todos os anos na madrugada do 25 de Dezembro... O relatório está cheio de expressão de calão, informações baseadas em jornais (algumas das suposições são feitas com cópias de textos que foram publicados em jornais ou sites jornalísticos) e na forma de avaliar o perigo, parece uma união de comentários num rede social num dos primeiros dias da notícia do roubo... só faltou incluir o assalto ao Banco de Portugal, o abater vários aviões nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro e o de fazer explodir um comboio na ponte 25 de Abril. O resto está lá tudo. E há outra falha gigantesca: um relatório daqueles NUNCA iria analisar o ministro ou o chefe de estado. Aquelas entidades investigam o que se passou e não vão estar a criticar um chefe, quando querem é descobrir o que se passou... o Expresso COMPROU aquele relatório a alguém, Passos Coelho sabia aquele texto já desde Terça-feira passada, daí ter achado estranho que o Expresso não adicionou 50 páginas de entrevistas aos membros do PSD a comentar o relatório.

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