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D. Manuel Martins “serviu Portugal"

24 set, 2017 - 17:20

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa já reagiram à morte do bispo emérito de Setúbal.

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D. Manuel Martins, o bispo dos marginalizados
D. Manuel Martins, o bispo dos marginalizados

O Presidente da República lamenta a morte de D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que D. Manuel Martins “representou, para a Igreja Portuguesa, a projeção da linhagem do senhor D. António Ferreira Gomes no mundo do trabalho, em áreas sociais particularmente complexas, sempre atento à luta pela liberdade contra a opressão e pela igualdade contra a injustiça”.

O Chefe de Estado acrescenta que “o seu testemunho foi particularmente impressivo à frente da Diocese de Setúbal”.

“Ao dar vida aos princípios evangélicos, em tempos de crise e de enormes desafios comunitários, não serviu apenas a Igreja Católica, serviu Portugal”, refere Marcelo.

O comunicado de Belém termina com o Chefe de Estado a evocar, “com saudosa e respeitosa amizade, uma personalidade singular, que tudo fez na sua vida para contribuir para um Portugal mais livre e mais justo, e, por isso, mais democrático”.

"Grande referência da consciência social"

Por sua vez, o primeiro-ministro também já lamentou a morte do bispo emérito de Setúbal, uma "grande referência da consciência social", afirmando que a "melhor homenagem à sua memória é a ação pela erradicação da pobreza".

"É com tristeza que recebo a notícia do falecimento de D. Manuel Martins, grande referência da consciência social. A melhor homenagem à sua memória é a ação pela erradicação da pobreza", afirmou António Costa, numa mensagem enviada à Lusa.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, afirma que foi com "enorme tristeza" que soube da morte do bispo emérito de Setúbal, "um homem bom que sempre foi solidário".

"Inconformismo permanente na luta contra a pobreza"

Num comunicado enviado à Lusa, Ferro Rodrigues recorda que conheceu D. Manuel Martins, que sempre exprimiu, “o seu inconformismo permanente na luta contra a pobreza e a sua solidariedade”.

"Recordo com saudade a entrega que lhe fiz, pessoalmente, do projeto do que mais tarde viria a ser o Rendimento Mínimo Garantido", escreve.

"Grande intervenção social"

O secretário-geral do PCP começou por apresentar “condolências para a Igreja católica e para todos os católicos do nosso país”.

Depois, Jerónimo de Sousa lembrou que D. Manuel Martins “foi uma personalidade que em certos momentos teve uma grande intervenção social, particularmente no tempo em que se trabalhava e não se recebia”.

Um pastor, um promotor e um provocador

Já a líder do CDS, Assunção Crists, diz que D. Manuel Martins foi um missionário da dignidade e dos direitos humanos. "Ao longo dos 23 anos em que serviu, como Bispo, a sua diocese, lutou incansavelmente numa missão contra a pobreza e pela dignidade de quem trabalha ou que quer trabalhar", afirmou Assunção Cristas.

"O primeiro Bispo da Diocese de Setúbal será sempre lembrado como um pastor, um promotor e um provocador da consciência e justiça social. Os portugueses, assim como os timorenses, lembrar-se-ão sempre da sua coragem e palavras francas e firmes pelos mais desfavorecidos", acrescenta Cristas. .

D. Manuel Martins, bispo de Setúbal entre 1975 e 1998, morreu aos 90 anos, informou, em comunicado, a Diocese de Setúbal. Durante a crise dos anos 80, Manuel Martins chegou a ser conhecido por "bispo vermelho" pelas denúncias que fez de situações de pobreza e de fome na região.

Os bispos também estão a reagir à morte de "um homem apaixonado pelas causas da humanidade".

As exéquias fúnebres de D. Manuel Martins celebram-se na próxima terça-feira, dia 26 de Setembro, pelas 15h00, no Mosteiro de Leça do Balio.

O corpo de D. Manuel Martins estará em câmara ardente no Mosteiro, a partir de segunda-feira, 25 de Setembro, entre as 9h00 e as 24h00, e terça-feira, dia 26, entre as 9h00 e as 12h00.

A missa de sétimo dia realizar-se-á no domingo, 1 de Outubro, pelas 16h00, na Sé de Setúbal.

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