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CDS dividido dá esperança à oposição em Ponte de Lima

20 set, 2017 - 21:33 • Isabel Pacheco

​A zanga de compadres no “bastião do CDS/PP” é já vista como “uma janela de oportunidade” pela oposição, que parte para estas eleições mais confiante numa mudança no xadrez político no município, o único que se manteve sempre fiel aos democratas cristãos.

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CDS dividido dá esperança à oposição em Ponte de Lima - Reportagem de Isabel Pacheco


Quis o destino que fosse o candidato do Partido Popular Monárquico (PPM), Manuel Costa, proprietário de uma empresa de publicidade e estreante nas lides autárquicas, o responsável pela colocação dos cartazes dos “inimigos”.

A candidatura assumida por Manuel Costa começou com um objectivo: colocar a ”nu” os problemas da vila. “Vamos ver no que dá. O objectivo inicial era a promoção do partido e dar a conhecer os problemas ao público, mas agora esperamos ir mais além”, explica.

Uma tarefa difícil, reconhece o monárquico, ou não estivesse no “bastião do CDS/ PP”.

Para o actual presidente da autarquia, Vítor Mendes, alterar as cores dominantes do concelho é algo que não lhe passa pela cabeça. Quando questionado sobre a hipótese de não vencer as eleições, admite que nunca pensou no assunto porque, disse, “verdadeiramente não é uma hipótese que se equacione”.

Um cenário impensável assume o também líder concelhio e distrital de Viana do Castelo do CDP/PP que, depois de dois mandatos como vice-presidente e outros dois como líder do executivo, aponta o terceiro como o “melhor mandato de sempre” com o emprego e a educação como bandeiras.

Mas, se a educação é um dos pilares da recandidatura do CDS/PP, também, o é para Abel Batista, ex-deputado do CDS que, depois de renunciar aos cargos no partido e ao lugar de deputado na Assembleia da República, aparece no xadrez limiano como candidato à autarquia com o apoio do Partido Socialista.

O percurso desde a bancada do CDS/PP à amizade com PS explica-se com recurso à analogia do futebol. “Em Ponte de Lima somos todos limianos, mas, depois, temos o clube nacional. Uns são do Porto, outros do Benfica, outros do Sporting. Aqui é a mesma coisa. Nos meus candidatos há pessoas com sensibilidades políticas diferentes, mas, quanto aos projectos para Ponte de Lima estamos todos de acordo”, resume o ex-deputado.

O equilíbrio entre as cores partidárias é “fácil de gerir”, garante Batista, que se assume o rosto da candidatura que quer fazer história nas eleições de 1 de Outubro ao retirar a presidência a Vitor Mendes.

O mesmo objectivo é assumido pela candidatura do “Movimento 51”, liderado por Filipe Viana, que, quatro anos depois de ter sido uma das forças políticas mais votadas, volta apostar na cidadania para voltar a surpreender. “As probabilidades agora aumentaram bastante e tudo pode acontecer. Pode estar a falar com o próximo presidente da Câmara de Ponte de Lima”, diz o advogado.

Uma hipótese de mudança que ganha mais força com “a divisão profunda do CDS”, admite o social-democrata Manuel Barros, que aponta a situação política dos centristas no concelho como “uma janela de oportunidade para o PSD”.

Marca diferente quer deixar a Coligação Democrática Unitária (CDU), a única candidatura de esquerda, encabeçada por João Gomes, que quer eleger pela primeira vez um vereador. Isso, sim, sublinha o comunista, “ seria fazer história nestas eleições”.

Comentários
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  • porra
    21 set, 2017 porto 15:29
    Quando eles dentro dos seus partidos são ferrosos pelos tachos uns com os outros, imaginem o que são com aqueles que não vestem a sua camisola !

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