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“Existe uma indignação muito forte”. Médicos ponderam greves rotativas e paralisação geral

20 set, 2017 - 07:23

Em causa está a redução da lista de utentes por médico de família, a limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência.

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"Existe uma predisposição muito forte e uma indignação muito forte por parte dos médicos para enveredarem por formas de luta", assume o presidente da Federação Nacional de Médicos (FNAM). Greves rotativas pelo país, uma paralisação nacional e uma concentração em Lisboa são algumas das formas de luta que os médicos ponderam para a segunda semana de Outubro.

Esta posição foi tomada após uma reunião geral de médicos, que decorreu na terça-feira à noite em Lisboa.

Os médicos já tinham anunciado em Agosto que ponderavam a realização de uma greve em Outubro, depois das eleições autárquicas, mas este dirigente sindical especificou algumas das formas de luta: "Greves rotativas pelas várias zonas do país em semanas sucessivas, a culminar numa greve nacional com concentração em frente ano Ministério da Saúde".

Isto poderá acontecer, disse, caso o Governo se recuse a repor "situações laborais que estavam em vigor antes da 'troika'".

"Aquilo que estamos a colocar na mesa das negociações não são exigências corporativas ou exigências de privilégio", sublinhou.

Além da reunião de terça-feira, os médicos têm ainda marcadas esta semana reuniões em Coimbra e no Porto.

"Nós vamos respeitar escrupulosamente o compromisso que assumimos de manter viável o período de negociação até ao final do mês. A partir daí, se não houver uma atitude sensata, realista e até coerente da parte do Governo em repor medidas que estavam em vigor antes da entrada da 'troika' no nosso país, estão em causa as mesmas situações que estiveram no desenlace da greve de maio", ameaçou.

Em causa está a redução da lista de utentes por médico de família, que actualmente se situa nos 1.900 utentes por médico, enquanto os sindicatos pretendem regressar a um máximo de 1.500.

A limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das actuais 200 e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência são outras das matérias essenciais para os sindicatos e que já estiveram na origem da greve de Maio.

Comentários
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  • 23 set, 2017 01:32
    Qualquer medico que faça greve está a desonrar o juramento de hipocrates. Portanto, a quem fizer greve deve ser retirada a carteira de trabalho. Sr ministro, ponha todos os medicos no sns e onde forem necessarios. Atende as reivindicações dos sindicatos e a maioria agradece
  • JÁ SEI!!!!!
    22 set, 2017 GODIM 23:57
    - Mas que comentários tão lamentáveis; - Todos sabem de tudo sem saberem de nada; -- Não é preciso ser muito inteligente para adivinhar de onde partem este comentários e a cor partidária. - Caros comentadores a situação financeira dão se encontra óptima? então tem todo sentido as reivindicações que os enfermeiros, médicos e outras profissões fazem, ou será que estas não são afectas aos sindicatos das esquerdas unidas e por conseguinte não têm o direito de reivindicar o que quer que seja? - É lamentável!!!!
  • Filipe
    20 set, 2017 évora 12:13
    Os médicos e enfermeiros falam em trabalho !! Sim , trabalho !! Então vejamos : Primeiro os Médicos de Família como exemplo : Cada utente e a avaliar pela experiência que tenho desde uns 50 anos para trás ... atendem em média 10 a 15 minutos um utente , ora em 12 horas diária : 48 a 72 utentes !! Nas urgências igual , o resto é tempo de espera para diagnósticos ... Ora aqui mostra-se que eles não atendem nem sequer METADE dos utentes por dia . E mais , levam mais tempo a atender Delegados de Propaganda Médica que enchem os corredores dos Sistemas de Saúde e sem marcação , passando à frente de pessoas com consultas marcadas faz mais de um ano . Agora os enfermeiros , aqueles que se dizem Especialistas em Parteiros e Parteiras . Vejamos , quanto tempo dura uma Cesariana ? Então façam as contas por dia e a avaliar que mesmo em parto normal nascem cada vez menos crianças em Portugal e algumas nascem no caminho para os hospitais e nas mãos de Bombeiros sem serem Especialistas , verão que a Produtividade destes enfermeiros nem sequer chega a 20 % por mês . E mais , os professores também pagam do bolso cursos de Mestrado e Doutoramentos , para não falar em outras profissões . Concluindo : Mais sabido que esta gente anda organizada para destruir o que resta do Sistema Nacional de Saúde que serve os pobres com reformas e ordenados baixos , para assim conseguir ainda fortalecer a rede Saúde Privada onde até mais que muitos lá trabalham , vendendo centenas de Cartões de Saúde .
  • DR XICO
    20 set, 2017 LISBOA 12:04
    Parece que os Médicos Enfermeiros e Juízes acordaram agora depois de terem hibernado 4 anos do governo de direita; Aí aceitaram tudo (aumento de horário/ impostos; redução vencimentos, congelamento de carreiras etc) agora que o governo está a prever aumentos para a função publica vêm os empregados da CGTP/PCP berrar para as ruas?? Estejam calados que lhes fica mal tanta arrogância e desprezo pelos outros trabalhadores.
  • Teresa
    20 set, 2017 10:03
    acho muito bem que os turnos tenham no máximo 12 horas. a partir dai ninguém consegue trabalhar como deve ser.
  • OBSERVADOR
    20 set, 2017 LISBOA 09:51
    É curioso que os médicos tenham aceite (durante a troika) aumentar a lista para os atuais 1900 utentes sem colocarem questões de eficiência na altura (certamente não teve nada a ver com o "extraordinário" aumento que receberam por mês); agora querem voltar a trás porque sabem que os vencimentos já não podem regredir da mesma forma.
  • Pois!
    20 set, 2017 Lx 09:40
    Mas continua o dialogo com um governo não autoritário e uma maioria não subserviente como era o que tinhamos com o anterior desgoverno. Alguns media informem como lhes compete e não fomentem certas greves que lhes agradam!...O país e a economia acima de jogos politiqueiros disfarçados! Os portugueses não são estúpidos e sabem distinguir o trigo do joio!
  • Cristóvão Domingos
    20 set, 2017 Amadora 08:43
    Os médicos querem manter os plenos direitos de prestação de mau serviço ao máximo de utentes possível e durante o máximo tempo possível para poderem comprar um carro novo todos os anos!

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