19 set, 2017 - 12:19
O furacão “Maria” recuperou a categoria 5, a máxima da escala, depois de ter descido brevemente para a categoria 4 durante a noite. O furacão, "potencialmente catastrófico", segue para Guadalupe, anuncia o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.
Após ter tocado a pequena ilha francesa de Dominica, nas Antilhas Menores, a tempestade reforçou-se novamente ao início do dia desta terça-feira e apresenta ventos máximos sustentados até 260 quilómetros por hora, adianta o centro.
Os habitantes de Dominica perderam "tudo o que o dinheiro pode comprar e substituir", avançou o primeiro-ministro daquela ilha das Caraíbas, Roosevelt Skerrit.
"O vento levou o telhado das casas de quase todas as pessoas com as quais falei. O telhado da minha própria residência oficial foi um dos primeiros afectados", escreveu o chefe de Governo no Facebook. Os estragos são "devastadores, de facto incompreensíveis", completou Skerrit, pedindo "ajuda de todo tipo".
Ao início do dia, o “Maria” encontrava-se 100 quilómetros a oeste-sudoeste da ilha de Guadalupe e deslocava-se para oeste-noroeste a 15 quilómetros/hora.
Em menos de 24 horas, o “Maria” ganhou força e passou de tempestade tropical a furacão de categoria 5, a máxima na escala Saffir-Simpson, antes de cair para categoria 4.
As Caraíbas, devastadas há 10 dias pelo furacão Irma, encontram-se em estado de alerta pela passagem do novo furacão, que o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos já tinha anunciado como "potencialmente catastrófico".
O fenómeno natural, com ventos de quase 260 km por hora, tocou a terra em Dominica às 18h15 (hora de Lisboa).
Os quase 73.000 habitantes da ilha relataram na segunda-feira à tarde nas redes sociais os primeiros sinais do furacão, com árvores e postes de energia eléctrica no chão, fortes chuvas, ventos violentos e inundações.
Antes, o olho do furacão passou a 50 km da costa norte de Martinica e deixou 33.000 casas sem energia eléctrica, mas não provocou danos significativos, de acordo com as autoridades.
Guadalupe em alerta
"Na trajectória prevista, o olho de ‘Maria’ movimentar-se-á para nordeste do Mar das Caraíbas durante o dia de hoje, [estando prevista] uma aproximação às Ilhas Virgens e de Porto Rico esta noite e na quarta-feira", indicou o NHC.
Guadalupe, Santa Lúcia e as Ilhas Virgens britânicas e norte-americanas estão em alerta e as autoridades da República Dominicana ordenaram a saída preventiva dos habitantes das áreas vulneráveis.
O novo furacão deve passar a sul das costas de Saint Martin e Saint Barth, ambas devastadas pelo furacão Irma, segundo o ministério da Defesa da Holanda.
O furacão “Irma” fez quase 40 mortos nas Caraíbas antes de atingir o estado norte-americano da Flórida, onde morreram pelo menos 50 pessoas.
Reforços
Os governos de França, Reino Unido e Holanda, criticados por não terem enviado mais recursos antes e depois da passagem do Irma, já anunciaram reforços.
A França anunciou no domingo o envio de 110 militares a Guadalupe e recordou que "quase 3.000" reforços já se encontram na ilha.
Mas o ministro do Interior francês, Gerard Collomb, admitiu "dificuldades importantes" caso o furacão atinja com força Guadalupe, já que a ilha é "o centro logístico" que permite alimentar Saint Martin e organizar as viagens aéreas e o abastecimento.
Londres também anunciou reforços para as Ilhas Virgens com "40 funcionários de apoio adicionais, 37 membros do serviço humanitário e mais de 1.300 militares preparados para actuar em tarefas prioritárias após a passagem de Maria".
Após a passagem do furacão Irma, o caos tomou conta de várias ilhas, que registaram vários roubos devido à resposta tardia das autoridades.