​Descida do IRS resulta do fim da sobretaxa, esclarece Centeno

A descida do IRS em todos os escalões em 2018 decorre do fim da sobretaxa, esclareceu esta segunda-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno.

“A sobretaxa ainda foi paga no ano 2017, em parte, pelos terceiro, quarto e quinto escalões do IRS e, portanto, todos os portugueses sabem que em 2018 a sobretaxa vai ser extinta, porque isso está no Orçamento do Estado para 2017”.

Mário Centeno falava na apresentação do relatório do grupo de trabalho liderado pelo ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) Carlos Tavares, que decorreu no Ministério das Finanças, em Lisboa.

Questionado sobre as palavras do líder PSD, Pedro Passos Coelho, que acusou o Governo de fazer uma “habilidadezinha de comunicação” sobre o alívio fiscal, Mário Centeno respondeu na mesma moeda.

“Eu gostava de relembrar que habilidadezinha foi o ‘TotoIVA online’ que o anterior Governo tentou vender aos portugueses, até ao dia 5 de Outubro de 2015, com a suposta devolução da sobretaxa. No Orçamento do Estado para 2018 a sobretaxa vai ser extinta”, atirou o ministro das Finanças.

O presidente do PSD acusou o ministro das Finanças de "uma habilidadezinha de comunicação" ao parecer que está anunciar uma novidade em termos fiscais, quando o Governo apenas irá cumprir o compromisso de acabar com a sobretaxa.

"Afinal, o que o ministro das Finanças queria dizer é que iria finalmente cumprir o seu compromisso de que a sobretaxa de IRS desaparecesse até ao final do ano, não é nenhuma novidade", criticou em Chaves, à margem de uma iniciativa de campanha autárquica.

Sobre o anunciado desagravamento do IRS em todos os escalões, Jerónimo de Sousa mostrou esta segunda-feira a insatisfação do PCP.

"É claramente insuficiente essa perspetiva. Consideramos que deve haver uma articulação em torno dos escalões do IRS, do abaixamento das taxas e também das deduções e o mínimo de sobrevivência como medidas que acabam por se refletir naqueles que têm mais baixos rendimentos", afirmou o líder comunista durante uma "arruada" na cada vez mais multicultural e interclassista rua Morais Soares, em Lisboa.