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​Ministro das Finanças admite que reivindicações dos enfermeiros “são importantes”

15 set, 2017 - 08:46

Mário Centeno não se compromete com soluções, mas diz-se esperançado em alcançar uma “plataforma de entendimento”.

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O ministro das Finanças admitiu que as reivindicações dos enfermeiros são “muito importantes” e “têm que ser ouvidas”, afirmando-se confiante num entendimento, mas que respeite a “responsabilidade orçamental”, pois o país ainda se debate com restrições.

À entrada para uma reunião informal de ministros das Finanças da Zona Euro, na capital da Estónia, Mário Centeno, questionado sobre os protestos dos enfermeiros (promovido Sindicato dos Enfermeiros e pelo Sindicato Independente do Profissionais de Enfermeiros), que cumprem hoje o último de cinco dias de greve em Portugal, disse entender as reivindicações, lembrando que algumas têm já “décadas”, mas apontou também que “muito tem sido feito pela valorização da administração pública, pelas carreiras”, incluindo neste sector.

“Há uma negociação em curso, na qual o Governo está naturalmente empenhado. Aquilo que é preciso compreender, e tenho a certeza que todos entenderão, é que o Governo tem feito um esforço muito grande”, disse, apontando a título de exemplo que “o crescimento de enfermeiros no último ano e meio é muito significativo, para fazer face às necessidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Segundo o ministro, “há dificuldades específicas em sectores determinados, que são já de várias décadas, e que não podem deixar de ser ouvidas e analisadas”, e que, “em sede orçamental, têm necessariamente que ser integradas”.

“Aquilo que eu posso garantir, do ponto de vista do Governo, é que a responsabilidade orçamental é muito grande, que todas e todos os portugueses têm exactamente essa percepção e que vamos com certeza chegar a uma plataforma de entendimento e de compressão de como fazer face a reivindicações que são de facto muito importantes e que, como eu disse, têm várias décadas em alguns casos”, reforçou.

Por outro lado, Mário Centeno argumentou que, quando se fala de uma sociedade inclusiva e de um crescimento inclusivo, está-se “obviamente a falar de uma sociedade e de um crescimento que é de todos e para todos, e é nesse perspectiva que tem que ser entendido”, pelo que “não há uma hierarquização de prioridades que não possa deixar de ter em conta toda a restrição que objectivamente ainda existe sobre o país”.

Braço de ferro prolonga-se desde Julho

Os enfermeiros cumprem esta sexta-feira o último de cinco dias de greve nacional e juntam aos vários protestos que têm realizado pelo país uma concentração junto à Assembleia da República, no dia em que se comemoram os 38 anos da criação do SNS. Várias cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas canceladas.

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respectivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

Esta irregularidade da marcação determinada pelo Governo pode levar à marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros que aderiram ao protesto.

O braço de ferro entre enfermeiros e Ministério da Saúde prolonga-se desde Julho, com a reivindicação da integração da categoria de especialista na carreira.

Depois do Sindicato dos Enfermeiros e do Sindicato Independente do Profissionais de Enfermeiros, na quinta-feira, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) decidiu também convocar uma greve para 3, 4 e 5 de Outubro.

Comentários
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  • andré
    15 set, 2017 Portugal 14:41
    é fácil andar a dar benesses com o dinheiro dos contribuintes, como se fizessem uma grande coisa. Este governo é um logro.
  • Eborense
    15 set, 2017 Évora 14:04
    Da próxima vez que o Schauble encontrar o Dr. Centeno vai compará-lo, não ao Ronaldo, mas ao Busto do Ronaldo que está no aeroporto do Funchal e daqui a uns meses, vai mesmo compará-lo ao Djaló.
  • Antonio
    15 set, 2017 Regressão 10:19
    O período que se seguiu ao 25 de Abril após 50 anos de fascismo foi designado como PREC. As reinvindicações foram feitas pelos pés descalços e operariado. Após o 25 de Novembro numa campanha promovida pela direita com o beneplácito do PS, o PREC passou a ter uma conotação negativa como a que conseguiu para o acordo de governo no País: "Geringonça". A direita tem pouca gente mas tem um enorme poder neste país. Tem a comunicação social e as agencias de comunicação e serve o poder económico que domina a vida e a política no país. Não por mérito das suas ideias mas porque compra ecorrompe vidas e almas. Com esta "nova democracia" de direita, e porque o governo tem alguns matizes de esquerda os revolucionários deste PREC passaram a ser não os "humilhados e ofendidos" mas os médicos, os enfermeiros, os professores, os juízes. Coitados porque sofrem. Vivem em bairros sociais comem a sopa do barroso e os filhos passam fome e têm piolhos. alguns têem ou perderam o subsídio de desemprego e outros ainda têm o susídio de reinserção social ou ganham o ordenado mínimo. Inversão de valores? . - O mundo enlouqueceu?. Perguntem à comunicação social que tudo absolve, tudo condena e se alimenta de sangue e tripas.
  • DR XICO
    15 set, 2017 LISBOA 10:01
    Onde andaram os enfermeiros nos 4 anos do governo do PSD/CDS que lhe roubaram nos ordenados, aumentaram os impostos e congelaram as carreiras??? Mais uma classe
  • lara
    15 set, 2017 lisboa 09:32
    esta greve e uma vergonha so se lembraram de protestar agora e todos sabem porque so que nao e politicamente correto dize-lo
  • XUXAS MANIPULADORES
    15 set, 2017 Lx 09:26
    Mas kamarada Centeno, se o governo do pantomineiro Costa de que faz parte diz que "virámos a página da austeridade" há que satisfazer os interesses das corporações da função pública e dos sindicatos...Por aqui se vê que esse discurso do virar da página da austeridade é uma falácia e mais umas das muitas manipulações das esquerdas folclóricas...

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