Tempo
|
A+ / A-

Greve dos enfermeiros obrigou ao cancelamento de seis mil cirugias

14 set, 2017 - 10:08

Presidente da Associação dos Administradores Hospitalares disse estar "preocupado com os impactos do protesto" e advertiu que vai ser preciso muito tempo para recuperar".

A+ / A-

A adesão à greve dos enfermeiros foi de 90% no turno da noite, disse o sindicalista José de Azevedo, adiantando que desde o início da paralisação já foram adiadas seis mil cirurgias de rotina.

"Hoje estamos já nos 90% de adesão no que diz respeito ao turno da noite que terminou esta quinta-feira de manhã. Na quarta-feira, terceiro dia de greve a adesão fixou-se nos 89%", adiantou à agência Lusa o presidente dos Sindicato dos Enfermeiros (SE), acrescentando que desde o início da greve cerca de seis mil cirurgias de rotina foram adiadas.

"Ontem [quarta-feira] fizemos um cálculo de que cerca de seis mil cirurgias de rotina foram adiadas durante todo o período da greve. Isto dá uma média de 80 a 90 por cada grande hospital", disse.

O presidente do SE disse estar satisfeito com as declarações do presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, que declarou não terem sido ainda marcadas faltas injustificadas aos enfermeiros em greve.

Os hospitais foram alertados pela tutela para estarem atentos a "eventuais ausências de profissionais de enfermagem" durante o período da greve, cuja marcação foi considerada irregular pela secretaria de Estado do Emprego.

Enfermeiros sem faltas

Esta quinta-feira, em declarações à Antena 1, o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, adiantou que ainda que não foram marcadas faltas aos enfermeiros, até porque a lei não o permite.

Existem cinco dias úteis para justificar a ausência ao serviço. No caso do Tribunal Arbitral vier a reconhecer que existe uma greve, esta passa a ser motivo plausível para a ausência, se não vão ter de ser tomadas outras formas legais", disse.

Questionado sobre a possibilidade de os enfermeiros serem sujeitos a processos disciplinares, Alexandre Lourenço disse à Antena 1 que "é preciso ter serenidade suficiente para compreender o protesto e quando essa questão for colocada tem de ser tomada a decisão adequada".

Alexandre Lourenço disse também estar "preocupado com os impactos do protesto" e advertiu que vai ser preciso muito tempo para recuperar".

O responsável referiu ainda "estar convencido que a greve teve uma fraca adesão, contrariando os números avançados pelos sindicatos".

O protesto, marcado pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo SE, começou às 00h00 de segunda-feira e decorre até às 24h00 de sexta-feira.

A paralisação foi marcada como forma de protesto contra a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de actualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira.

A Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação da greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Antonio Almeida
    14 set, 2017 V. N. de Gaia 16:40
    Tenho visto na televisão as imagens da greve dos enfermeiros e tenho reparado que não aparece ninguém do pcp e do bloco a apoiar os trabalhadores como acontece em outras greves (como na carris,metro,stcp e mais).Será que os enfermeiros não são trabalhadores como os outros????? Ou será que estes partidos só aparecem quando lhes interessa??????
  • vitor
    14 set, 2017 lisboa 15:50
    A culpa deste estouro tem origem na gestão atabalhoada que sucessivos governos fizeram no setor da saúde.Vao á Alemanha e estudem as diferentes carreiras ou torres CA,,medicos técnicos,,auxiliares de enfermagem-Alemanha-enfermeiras e restante pessoal de apoio ou comparem com Reino Unido e depois verifiquem onde estão a cometer erros que ainda são sanáveis.
  • José
    14 set, 2017 Sintra 14:05
    E viva a festa pá! Foi bonito de ver a festa que foi à porta do hospital Amadora/Sintra, onde estava uma Sra. enfermeira(seria?) do hospital dos Capuchos... também foi bonito de ver as senhoras, destacando-se a Sra. bastonária com os seus dentes bem à mostra, a posarem para a "selfie" em grande galhofa... Isto é uma festa pá!
  • José
    14 set, 2017 Sintra 13:52
    E viva a festa pá! Foi bonito de ver a festa que foi à porta do hospital Amadora/Sintra, onde estava uma Sra. enfermeira(seria?) do hospital dos Capuchos... também foi bonito de ver as senhoras, destacando-se a Sra. bastonária com os seus dentes bem à mostra, a posarem para a "selfie" em grande galhofa... Isto é uma festa pá!
  • Filipe
    14 set, 2017 évora 12:33
    São só 6000 doentes necessitados talvez com reformas Sociais de 200 e poucos euros por mês ou doentes crónicos que esperam uma esperança aso anos marcada . Para estes tipo de pessoas que não tiveram a sorte de terem sido Presidentes ou comprarem casas de luxo acima do preço das Imobiliárias pertence a família de Mestre de Obras da Imobiliária e nem acesso a Livre Transito com cartão partidária no bolso , vão ter de esperar mais uma eternidade para renovar a lista de espera , talvez quando lá cheguem alguns irão já em caixão mortuário . Estes enfermeiros a bem dizer não tem qualquer razão que lhes assiste para prejudicarem e empatarem o Serviço Nacional de Saúde , até podem reclamar que querem os milhões depositados nas contas bancárias de políticos na Suíça , mas os mais necessitados nada tem haver com isso . Prejudicaram não o governo atual mas pessoas indefesas do sistema que não tem mais recursos que seja a espera ... espera . A bem dizer , médicos e enfermeiros prejudicam de tal forma o Sistema Nacional de Saúde que mete vómitos . Por vezes , estão pessoas esperando consultas médicas e tratamentos faz anos e que duram 10 minutos e no entanto , recebem os Delegados de Propaganda Médica vindos sem marcação antes deles e chegam a estar meias horas a discutirem as viagens às Caraíbas agora destruída . Simplesmente é uma vergonha Nacional e Criminosa , se fosse no tempo de Salazar , ele mandava os Canhões apontarem aos grevistas impunes e anti democratas de Portugal .
  • Jorge
    14 set, 2017 Setúbal 12:32
    Irresponsáveis... depois vêm dizer que quando vão trabalhar para a estranja são recebidos com passarelas vermelhas. Lá nem bufam!!!
  • Manuel
    14 set, 2017 Tomar 12:26
    Não discuto a razão da greve, mas penso que os profissionais de enfermagem deviam também pensar um pouco nos doentes, que dizem tanto defender, em Portugal há muita gente a ganhar mal, não são só eles.
  • isidoro foito
    14 set, 2017 elvas 11:43
    Bem pelos vistos toda esta palhaçada já está a passar das marcas e que está a ser prejudicado são sempre os doentes , ou o governo anuncia a requisição civil ou então em ultimo lugar uma carga policial sobre este bando de parasitas , que a maior parte são generalistas nem sequer têm direito a nada , vao embora emigem como dizia passos coelho , afinal esta greve te a 2 mãos do PSD
  • Carlos Reis
    14 set, 2017 Coimbra 11:12
    O que é que esta gente fará mais para ver ser não perde por muitos as autárquicas ?.
  • Fernando Gouveia
    14 set, 2017 Chambesy 11:09
    Bem fez o outro que os mandou emigrar. ISTO TEM UM NOME: VERGONHA

Destaques V+