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Nuno Melo: “Extrema-esquerda manda hoje mais do que nos tempos do PREC"

09 set, 2017 - 18:56 • Susana Madureira Martins

O vice-presidente do CDS discursou este sábado na convenção autárquica do partido, onde atacou a falta de senso do primeiro-ministro e dos custos da aliança à esquerda.

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Num discurso muito aplaudido pelas dezenas de autarcas do CDS presentes no Centro de Congressos de Lisboa, Nuno Melo lamentou que hoje “a extrema-esquerda manda muito em Portugal, manda mais do que nos tempos do PREC (Processo Revolucionário em Curso)”.

O vice-presidente centrista, perante a líder do partido Assunção Cristas, acrescentou que a extrema-esquerda “no PREC era mais violenta, mais expressiva, assaltava empresas e ocupava herdades, mas tinha contra si todo o firmamento democrático, o PS também, que esteve do nosso lado a fazer o 25 de Novembro”.

Nuno Melo fez um discurso muito ideológico e a centrar-se no passado de confronto entre o CDS e a esquerda do pós-25 de Abril, para mostrar como o PS agora é diferente de então. O dirigente centrista criticou directamente o líder socialista, António Costa por ter “dado a mão a esta extrema-esquerda, nessa tal falta de bom senso que tem custos”.

Ora, esses custos de que Nuno Melo fala reflectem-se num “Partido Comunista e um Bloco de Esquerda que não ocupam propriedades, não assaltam empresas, mas em compensação fazem leis”, referindo-se directamente ao adicional do IMI, “temos hoje um imposto que é chamado de Mortágua, por alguma coisa será, naquela que é uma das funções soberanas do Estado”.

Logo a seguir as críticas foram directas para os comunistas, no que diz respeito à Autoeuropa, a empresa de Palmela que há dias ficou marcada por uma greve dos trabalhadores, referindo Melo que “o PCP, extraordinário a rebentar empresas produtivas em Portugal desde 1974 tenta de novo a sua sorte na Autoeuropa, convencido que é sobre os escombros que há-de conseguir a sociedade socialista à custa da desgraça de muitos”.

As irmãs Mortágua e o pai Camilo

Para atacar o Bloco de Esquerda, Nuno Melo dirigiu os ataques às irmãs Mortágua, Mariana e Joana, deputadas à Assembleia da República, mas também ao pai de ambas, Camilo Mortágua, revolucionário que há cinquenta anos participou no assalto ao Banco de Portugal da Figueira da Foz. Agora octogenário e residente na vila alentejana do Alvito, Camilo foi um dos alvos do discurso de Nuno Melo no centro de congressos de Lisboa, referindo que “Camilo Mortágua curiosamente que fez uma vida a ocupar as herdades dos outros, não sei se hoje paga o imposto que lhe deu o nome, sei que ao que parece é dono lá de uma herdade no Alentejo e não me consta que a partilhe com ninguém”, e aqui houve uma valente salva de palmas dos autarcas na sala.

O dirigente do CDS disse tudo isto para concluir que a “extrema-esquerda não se democratizou, esse é que é o pecado capital, imperdoável, de António Costa”, rematou.

O PCP, a Coreia do Norte e Pedro Nuno Santos

Na intervenção de dez minutos, Nuno Melo ainda aproveitou para criticar o discurso de há uma semana do líder do PCP, Jerónimo de Sousa, na Festa do Avante, no habitual regresso político dos comunistas.

Na Atalaia, Jerónimo responsabilizou os Estados Unidos da América pela actual crise nuclear, mas nunca referindo directamente a Coreia do Norte. O vice-presidente do CDS criticou o facto de “na comitiva estavam governantes socialistas, um deles é Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que condescendeu e calou. Que imensa vergonha”.

O facto é que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares não esteve presente na Festa do Avante no dia do comício de encerramento em que Jerónimo de Sousa discursou, nem sequer estiveram outros governantes presentes.

Pedro Nuno Santos esteve na Atalaia no dia anterior, no sábado, onde prestou longas declarações aos jornalistas, nomeadamente sobre as negociações do Orçamento de Estado.

Nuno Melo referiu-se ao discurso de Jerónimo de Sousa como a demonstração de “uma extrema-esquerda cristalizada”, terminando a intervenção dizendo que “o espaço político do centro de direita tem de passar a ser o referencial da democracia onde antes o PS também esteve” , referindo o CDS como “a voz dos democratas em Portugal, por eles vamos a votos nas autarquias, para o Parlamento, para o Parlamento Europeu, nestas cores que são as nossas.

As últimas palavras de Nuno Melo foram para a líder centrista, Assunção Cristas: “E tu Assunção toda a força, toda a força porque o CDS precisa e dás a todos um tremendo exemplo”. A presidente do partido é também a candidata à Câmara de Lisboa, nas eleições autárquicas de 1 de Outubro.

Comentários
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  • romeiro
    10 set, 2017 viseu 20:45
    Livra que cassete mais gasta...ai os comunistas....que medinho!
  • Luis
    10 set, 2017 Lisboa 00:26
    O Nuninho continua a ser aquilo que sempre foi. A loira do CDS. Só banalidades. Só tiradas tipo menino mais esperto da turma. Alguém conhece do Nuninho um pensamento, uma estratégia, uma opinião, seja o que quer que seja relativamente aquilo que deve ser pensado, discutido e debatido relativamente ao futuro do País. Uma estratégia a longo prazo para o futuro do País? Tantos vão ser os desafios que se nos vão deparar no futuro. O Nuninho é considerado por muitos como o futuro líder do CDS após se lhe acabar a gaiola dourada de Bruxelas. E que tem o homem para nos dizer para além das idiotices que tem debitado? Nada, nada de nada. Um autêntico limão que espremido nada dá. Como é fácil neste País ser-se líder de um partido. De um irrelevante partido como o CDS ou de um grande partido como o PSD cujo líder tem o perfil que se conhece.
  • Rui
    09 set, 2017 Lisboa 22:07
    Excelente exemplo da maioria da classe política mundial, condena os que tiram aos ricos para dar aos pobres e nas guerras apoia sempre os teoricamente mais fortes.
  • João Lopes
    09 set, 2017 Viseu 21:58
    Excelente intervenção de Nuno Melo: a “extrema-esquerda manda hoje mais do que nos tempos do PREC".
  • vai gritar
    09 set, 2017 lis 20:58
    para a tua rua!...E quando vocês irrevogaveis, ultrapassavam todas as linhas vermelhas e enganavam os lorpas? Não sais ao teu tio!...
  • Cidadao
    09 set, 2017 Lisboa 20:53
    Nem alternativa de governo, nem o que fariam de diferente, nem desmontar a dita propaganda do governo, nem apresentar as ideias que têm, nem nada. Nem sequer é um bom comício: não passa de mais meia-dúzia de frases mal amanhadas e panfletárias, ditas por mais um dos ressabiados amargurados, cheios de ressentimento por terem perdido o tacho em 2015. Se esta chachada é o melhor que têm para dar, a "geringonça" já ganhou as Legislativas em 2019
  • isidoro foito
    09 set, 2017 elvas 19:55
    este ainda não lhe passou a azia
  • Carlos Manuel
    09 set, 2017 Queluz 19:48
    Ai está um politico que disse a verdade toda em relação ao PCP e o BE, principalmente as manas Mortáguas, em que o Pai Camilo escondido na. Capa de revolucionário assaltava bancos e propriedades. O PCP destrói tudo qud é aparelho produtivo deste país, desde 1974 já mandou milhares para o desemprego, mas o nosso POVO não quer abrir o olho, prefere ser enganado pelos partidos da extrema esquerda. Mas não deve tardar muito para estarmos na banca-rota outra vez.
  • fame castle
    09 set, 2017 dubai 19:44
    Ao ler o teu discurso, só penso que continuasse a ser o mesmo hipócrita de sempre. Como ´es diferente do teu irmão. Cura te e dedica te atrapalhar pois foi coisa que nunca fizeste. Com que direito tens que falar num homem que nem sequer conheces , só de ouvir falar, nem era nascido se calhar, e torcer comentarios, desse nível parvo. O que os votos fazem, vale tudo até ser mediocre.
  • mark Paulo
    09 set, 2017 coimbra 19:44
    Com uma China forte a extrema-esquerda aparece com uma força fora do comum, capaz de desestabilizar, convocando greves, eludindo o eleitorado prometer um mundo encantado de partido único e com todos os direitos adquiridos. Mas não e isso que esta acontecer no mundo, eles têm apenas uma ideologia, um única forma de pensar e de estar na vida e um único partido politico...e com preocupação que vejo regimes comunistas a ganharem novo folgo e a crescerem com super visão da China é o inicio da nova cortina vermelha difícil de verem os seus tentáculos mas que começam a mandar no sistema financeiro e politico de países que baniram o comunismo a muito tempo,... Com uns EUA fracos temos que repensar toda a estratégia usada até aqui para banir pessoas indesejadas e politicas preocupantes.

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