08 set, 2017 - 10:46 • Sara Beatriz Monteiro
A Direção Geral de Saúde não sabe quantas crianças não vacinadas há nas escolas portuguesas. A subdiretora da DGS, Graça Freitas, explica à Renascença que os números são geridos a nível local e que as escolas comunicam diretamente aos centros de saúde os casos de alunos não vacinados.
"A nível quantitativo cada local sabe de facto as crianças que teve ou não teve por vacinar. A nível nacional nós temos coberturas que são da ordem dos 95, 96, 97%. É um número relativamente residual de pessoas que não se vacinam na altura em que têm indicação para fazê-lo, o que não significa que não o façam mais tarde", explica.
Graça Freitas não desvaloriza o papel das escolas na promoção para a vacinação, mas admite que o surto de sarampo que aconteceu em Abril teve um papel fundamental na sensibilização da sociedade para o problema.
"De facto foi feito um grande esforço nestas matrículas. As escolas colaboraram muito com os centros de saúde na identificação, mas também temos que ver que houve aqui um factor que levou ao aumento da vacinação este ano que foi o facto de termos tido surtos."
Para facilitar o trabalho de pais e educadores a DGS criou materiais didácticos que promovem a vacinação. O trabalho envolve os Ministérios da Saúde e da Educação e, como explica a sub-directora da DGS trata-se de ferramentas "para as escolas poderem usar e divulgar como entenderem quer através das redes sociais, quer folhetos e cartazes".
De acordo com o presidente da Associação de Directores de Escolas, Filinto Lima, não há alterações significativas do número de crianças não vacinadas matriculadas nas escolas.
"A ideia que nós temos é que o número é muito semelhante ao número dos anos anteriores. Não aumentou nem diminuiu. Certo é que os casos de alunos a quem as vacinas não foram aplicadas e os pais não comprovaram dentro do prazo a respectiva aplicação foram comunicados a alta autoridade. Essas situações foram em número residual", remata.