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Pena suspensa para mulher que afogou filho de 6 anos no Douro

08 set, 2017 - 10:18

Os factos remontam a 2009, quando a arguida “decidiu matar o seu filho de 6 anos de idade e suicidar-se de seguida”. Condenada por homicídio a oito anos e três meses de prisão, viu a sentença confirmada pela Relação e, agora, alterada pelo Supremo.

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O Supremo Tribunal de Justiça reduziu para cinco anos de prisão, suspensa por igual período, a pena da mulher que, em 2009, se atirou ao rio Douro, em Vila Nova de Gaia, com o filho de seis anos, provocando a morte da criança.

Em nota publicada na sua página na Internet, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto refere que, na primeira instância, a arguida tinha sido condenada, por um crime de homicídio, a oito anos e três meses de prisão, uma decisão entretanto mantida na íntegra pelo Tribunal da Relação do Porto.

A arguida recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que decidiu aplicar-lhe cinco anos de prisão, com pena suspensa.

Mantendo a condenação por homicídio, o STJ acolheu os argumentos da arguida quanto à pena, considerando, essencialmente, a perturbação psíquica em que ela se encontrava à data da prática dos factos e o seu estado depressivo e de grande fragilidade emocional.

O STJ teve ainda em conta os quase oito anos já decorridos desde a prática do crime.

Os factos remontam ao dia 27 de Outubro de 2009, quando a arguida, de acordo com o tribunal, “decidiu matar o seu filho de 6 anos de idade e suicidar-se de seguida”, mediante afogamento nas águas do Rio Douro.

Para tal, a arguida, então com 34 anos, retirou o filho do interior do automóvel, conduziu-o para a extremidade do cais, em Avintes, Vila Nova de Gaia, e lançou-se com ele às águas do Rio Douro.

A criança, por não saber nadar, submergiu nas águas do rio, morrendo afogada.

A mãe foi resgatada com vida por remadores do Clube Fluvial Portuense.

Comentários
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  • Jose
    08 set, 2017 Sto Tirso 13:43
    E quem se achar santa/o, que lhe atire a primeira pedra...
  • Carloa
    08 set, 2017 Lisboa 13:24
    Concordo. Quem nunca teve um problema grave do foro psicológico/psiquiátrico que se cale porque não sabe que mundo é esse. Reintegrar está pessoa é prioridade. Viva ao supremo e está decisão.
  • Para refletir...
    08 set, 2017 Almada 12:47
    Alguns falam, falam, mas não percebem o verdadeiro problema. Se temos uma justiça tipo "cada cabeça sua sentença", então não há uma lei clara e objetiva à qual as pessoas para sua segurança têm direito, há varias e subjetivas. Penso que a Assembleia da República quando faz as leis elas são claras e objetivas! Fica também em causa a credibilidade das decisões dos tribunais, pois assim não se sabe qual a decisão correta. A última decisão pode não ser a correta. Depois tudo isto acontece porque há pouca transparência na justiça, desde logo porque em geral no ano 2017 ninguém quer falar sobre o assunto, incluindo o poder eleito democraticamente. Temos também a comunicação social que se limita a descrever os fatos e não a explicá-los e fazer perguntas como devia ser. Tudo isto significa má qualidade da democracia.
  • Lutero Costa
    08 set, 2017 Aveiro 12:40
    É uma vergonha, ela havia de fazer igual aos juizes que lhe deram essa pena para eles saberem o que haviam de fazer que vergonha
  • Maria Vicente
    08 set, 2017 Loures 12:39
    Estou completamente revoltada com esta decisão do Supremo Tribunal. Uma mãe que mata um filho não merece perdão. Se queria acabar com a vida dela que o fizesse , mas primeiro deixava o filho entregue a quem pudesse tomar conta dele. Que país este ...que juizes temos ??? Não é possivel acreditar nesta Justiça. É mais uma INJUSTIÇA !!!!
  • sofia velez
    08 set, 2017 12:33
    A minha opinião é contraria à vossa. Algum de vocês é mãe? Mãe e filhos têm uma ligação fortíssima, fortíssima mesmo,,, se uma mãe se sente incapacitada para criar um filho sejam as razões que forem ela sabe que o filho não vai" sobreviver" sem ela, esta é a lei natural da vida. Os homens não são para aqui chamados. Não são eles que sentem os fortes laços afetivos que uniram a criança à mãe durante 9 meses e que continuam pela vida fora até à morte. Não é por acaso que homens já adultos ainda chamam pela mãe quando se sentem frágeis ou doentes... Em relação a este caso, é necessário ter compaixão por essa pobre rapariga que matou o filho "sem querer" por não estar no seu perfeito juízo. Não há justiça maior e mais cruel do que a divina. Essa mulher não necessita da justiça terrena, das vossas criticas e dos vossos comentários moralistas para se sentir horrivelmente mal. Ela vai suportar a sua desdita até a morte, e quem sabe depois da morte. Em frança houve um episodio semelhante, de uma mãe que atirou o filho as aguas do Sena e o juiz absolveu-a exatamente pelas razões que eu apontei. Esse juiz era um sábio. Nós apenas seres mortais.
  • Maria
    08 set, 2017 Porto 12:30
    Isto é como nos casos de violência doméstica provada e comprovada. A mãe fica afastada do pai da criança por decisão do Tribunal (mas conseguir efetivamente não é fácil - por vezes precisaria de andar com guarda costas...). Mas o pai continua a ter direitos em relação à filha (ou filho/filhos). Sabe-se lá os riscos que daqui poderão advir....
  • Manuel
    08 set, 2017 VN 12:13
    Que tristeza de país que aplica esta justiça...Morre uma criança porque uma mulher (não mãe seguramente) está "com uma depressão e emocionalmente debilitada !!!????..." E se o pai desta criança, num acto de justificada revolta decidisse matar esta mulher? O que é que esta justiça diria? E a criança ? Acabaram com a vida dela e ponto final? É para isto que existem tantas Instituições de apoio à criança? Onde estão? Não se pronunciam ? Essa mulher agora faz o quê? Toma conta de crianças ? Vive de um subsídio do Estado ? Deste Estado que aplica esta justiça e é sustentado por todos os cidadãos que se indignam com este tipo de sentenças? A justiça neste país é a "segurança social" dos "coitadinhos depressivos", dos burlões, dos assassinos, etc... Qualquer dia há um que resolve atropelar uma multidão e vão concluir que, "coitadinho, estava aborrecido..." Tenham dó...
  • Sempre atento
    08 set, 2017 Beira baixa 12:13
    Um autêntico país da trêta, com juizes da trêta, justiça da trêta, estas noticias dão-me vómitos.
  • Carlos
    08 set, 2017 Lisboa 12:01
    Eu sou 100% a favor da Pena de Morte para estes crimes, mas aqui já sei sei que vão aparecer uns quantos "falsos moralistas" seguidores da Igreja Católica e outras que me vão criticar, mas para estes e outros crimes a Pena de Morte era o ideal......

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