20 anos da morte. Diana rejeitou as "linhas vermelhas" e relaxou as casas reais

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31 ago, 2017 - 08:00 • Conceição Sampaio , Carlos Calaveiras

Diana de Gales morreu há 20 anos e é ainda um fenómeno de popularidade. O que explica esta fama? Na era das redes sociais, poderia haver outra Diana?

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Oito coisas que não sabíamos sobre a princesa Diana
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Chamavam-lhe “a princesa do povo”, tamanha era a sua popularidade. A fama era tanta que sobreviveu à passagem dos anos e ainda hoje se mantém, 20 anos depois da morte. “O fenómeno Diana é gigantesco porque estamos a falar da primeira princesa do povo, da primeira figura da realeza com uma proximidade genuína às pessoas. Estamos a falar da primeira princesa com um grau de mediatização que rasgou as fronteiras do próprio país”, afirma à Renascença Felisbela Lopes, professora de Ciências da Comunicação na Universidade do Minho.

As razões desse fenómeno global parecem fáceis de explicar. Manuel Fúria, músico e monárquico, considera que a “espontaneidade” de Diana, “as circunstâncias da sua morte e o facto de ter sido uma mulher bonita” contribuíram para transformar a princesa num “ícone da cultura popular dos últimos 50 anos”.

Felisbela Lopes acrescenta elementos à equação: “Estamos a falar de uma princesa infeliz, que não foi feliz para sempre e nós temos tendência a aproximar-nos destas pessoas."

Para Manuel Fúria, a fama da princesa pode ser comparada à “popularidade que o Papa Francisco tem”. “A família real inglesa, com toda a sua pompa e protocolo, sempre foi muito distante ou teve sempre uma relação algo fria com os seus súbditos e a princesa Diana não era assim. A princesa Diana tocava nas pessoas, tinha uma relação muito mais espontânea com os súbditos”, elabora.

Felisbela Lopes reconhece que Diana “intensificou as suas aparições e as suas ligações com os média” após o divórcio de Carlos. “Foi nessa aproximação aos média que tudo se precipitou, porque o olhar mediático não surge apenas em situações boas, aparece também em situações más, e Diana acabou por ser vítima da própria exposição que foi cultivando”, aponta a especialista em televisão.

Sem linhas vermelhas

A atitude de Diana há 20 anos marcou a actuação das casas reais. A professora universitária diz que “agora há uma realeza europeia que segue Diana. Não de uma forma tão intensa e próxima, mas cultivam-se alguns sinais deixados por Diana – a proximidade com o povo, por exemplo”.

Apesar de tudo, há diferenças. Hoje notam-se “movimentos de certa forma controlados. Aquilo que nós víamos em Diana era um certo descontrolo desse contacto. Ou seja, era algo muito espontâneo. Diana nunca teve linhas vermelhas a partir das quais os jornalistas não poderiam passar. Agora o que existe não é isso, essa espontaneidade agora é muito preparada e muito condicionada”, refere Felisbela Lopes.

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E seria possível, hoje, na era das redes sociais, o fenómeno Diana ter o mesmo impacto? Felisbela Lopes e Manuel Fúria estão de acordo: “Não”.

“Por exemplo, os reis de Espanha estão de férias com as filhas e nós não sabemos onde eles estão. Sabemos que estão em férias privadas, mas há um certo recato em não se mostrarem determinadas fotografias”, refere a professora universitária.

Já Manuel Fúria acredita que a “atitude mais relaxada e descontraída das famílias reais europeias terá alguma coisa a ver com o exemplo da princesa Diana”.

O músico considera que “hoje, para um fenómeno do género, se calhar, teria de acontecer o contrário: teria de ser alguém mais reservado ou alguém muito mais inacessível”, “que suscitasse curiosidade pela sua inacessibilidade”.

A princesa Diana morreu em Paris no dia 31 de Agosto de 1997 num acidente rodoviário no túnel de l’Alma quando seguia com Dodi Al-Fayed. Estava a ser perseguida por paparazzis. O funeral, a 6 de Setembro, foi visto pela televisão por milhões de pessoas em todo o mundo.

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  • Francisco António
    31 ago, 2017 Lisboa 07:40
    É doentia esta vontade de vender a princesa "do povo" ! De mãe ausente a esposa fugidia ou preocupada com as crianças africanas ...tudo vale ! O que é que a senhora fez de útil para os ingleses ? Nada !!!

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