30 ago, 2017 - 16:18
A administração da Autoeuropa e os sindicatos marcaram uma reunião para 7 de Setembro, para tentar resolver o diferendo sobre os novos horários na fábrica de Palmela.
O encontro foi anunciado esta quarta-feira à tarde por um sindicalista, durante uma declaração aos trabalhadores à entrada da empresa.
De acordo com o mesmo sindicalista, a fábrica está completamente parada.
Em declarações à SIC Notícias, o sindicalista José Carlos Silva disse que os trabalhadores vão à reunião, sobretudo, para ouvir a administração.
"Para já, vamos ouvir a administração. A administração tem que reagir a esta resposta dos trabalhadores que foi marcada, com toda a força, para o dia de hoje. Vamos ouvir, vamos conversar com eles. Esperemos que a administração esteja disposta a retirar essa intenção de alteração dos horários de trabalho e entendemos que há condições para encontrar uma solução pacífica para o conflito”, disse José Carlos Silva.
A Renascença já confirmou junto da administração da Autoeuropa a realização do encontro, que é classificado como uma reunião de trabalho normal, na sequência dos plenários de trabalhadores.
Os trabalhadores da Autoeuropa estão em greve, esta quarta-feira, em protestos contra a proposta de novos horários, particularmente pela imposição do trabalho aos sábados. É a primeira paralisação nos 26 anos de história da unidade.
De acordo com o sindicato Sitesul, com os novos horários que a empresa pretende implementar, cada trabalhador só teria direito a gozar dois dias de folga consecutivas de três em três semanas, quando, a juntar ao dia de folga fixa, domingo, a folga rotativa fosse ao sábado ou à segunda-feira.
O Ministério da Economia "está a acompanhar a situação na Autoeuropa", cuja fábrica de Palmela está paralisada devido à greve, e "espera que haja acordo entre ambas as partes", disse esta quarta-feira à Lusa fonte oficial.
Já o PCP considera natural que os trabalhadores da Autoeuropa defendam os seus direitos face a uma proposta da administração que "apenas permite" que tenham um fim de semana seguido "de seis em seis semanas".
Num comunicado sobre a paralisação na fábrica, que ignora as acusações ao partido do ex-dirigente do BE e da comissão de trabalhadores da empresa, António Chora, os comunistas sublinham que "cabe aos trabalhadores e às suas organizações representativas definir as suas posições e formas de luta, como se verifica com os plenários realizados e com a greve de hoje".
Em declarações à Renascença, António Chora, histórico líder da comissão de trabalhadores da Autoeuropa, considera que houve um aproveitamento do descontentamento dos trabalhadores da empresa por parte do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul, afecto à CGTP.
“A CGTP é claramente por pessoas do Partido Comunista, como todos sabemos. Há uma tentativa de assalto ao castelo, ou seja, de aproveitar esta onda de indignação dos trabalhadores sobre o horário que está a ser proposto para tomar conta da comissão de trabalhadores”, afirma à Renascença.