30 ago, 2017 - 11:51
Veja também:
O histórico líder da comissão de trabalhadores da Autoeuropa considera que houve um aproveitamento do descontentamento dos trabalhadores da empresa por parte do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul, afecto à CGTP.
“A CGTP é claramente por pessoas do Partido Comunista, como todos sabemos. Há uma tentativa de assalto ao castelo, ou seja, de aproveitar esta onda de indignação dos trabalhadores sobre o horário que está a ser proposto para tomar conta da comissão de trabalhadores”, afirma à Renascença.
António Chora foi coordenador da comissão de trabalhadores da fábrica de Palmela durante 20 anos. E há 26 que não havia uma greve na empresa. Perante a paralisação convocada para esta quarta-feira, o antigo dirigente fala em precipitação.
“A empresa abriu espaço negocial, foi negociado, depois os trabalhadores chumbaram o processo encontrado. Mas a greve, o objectivo dela era haver negociações e houve negociações”, começa por dizer.
Chora recorda depois que, “fruto do chumbo” dos trabalhadores – “que foi muito grande” – a comissão demitiu-se. “Agora, só haverá comissão de trabalhadores lá para Outubro e eu penso que a greve deveria ter ficado em ‘stand by’, até a nova comissão tomar posse e ver o que a empresa vai fazer”, defende.
A greve de hoje é a primeira desde que a Autoeuropa abriu portas, em 1995. O protesto é motivado pela proposta da administração de tornar obrigatório o trabalho ao sábado, no esquema de rotatividade, para garantir a produção do novo modelo T-Roc, tão desejado pela fábrica de Palmela.