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​Catarina Martins olha com "enorme apreensão" para greve na Autoeuropa

29 ago, 2017 - 21:21

Líder do Bloco de Esquerda considera que "tem existido alguma inflexibilidade nas negociações" sobre o novo horário de trabalho.

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A coordenadora do BE, Catarina Martins, vê com "enorme apreensão" o conflito laboral na Autoeuropa e disse esperar que a empresa continue a respeitar os direitos dos trabalhadores, que iniciam esta noite um dia de greve.

"Acho que olhamos todos para a Autoeuropa com uma enorme apreensão, é uma das maiores empresas portuguesas, uma das maiores exportadoras, julgo que tem existido alguma inflexibilidade nestas negociações, preocupa que a administração também diga que agora não quer negociar", afirmou Catarina Martins.

Os trabalhadores da Autoeuropa iniciam hoje um dia de greve contra os novos horários de três turnos e trabalho aos sábados, que terá início às 23:30 e terminará às 00:00 de quinta-feira.

A dirigente do BE, que falava à margem de uma visita à Associação Cultural Moinho da Juventude, no bairro da Cova da Moura, Amadora, considerou que o conflito laboral resultará de "dores de crescimento" da própria empresa automóvel de Palmela.

"Estamos a falar de um aumento da capacidade produtiva da Autoeuropa bastante grande, a possibilidade de mais dois mil postos de trabalho em Portugal, não é coisa pouca, e é preciso que este aumento de produção se faça naturalmente com um diálogo com os trabalhadores, com os direitos dos trabalhadores", frisou.

Para Catarina Martins, "a Autoeuropa tem sido um exemplo desse diálogo e tem sido um exemplo do respeito pelos seus trabalhadores, que é bom que se mantenha".

"É isso que nós esperamos que aconteça e se cheguem às melhores soluções possíveis", vincou a dirigente bloquista.

A greve contra os novos horários de três turnos e trabalho aos sábados foi aprovada em plenários realizados na segunda-feira, com a participação de cerca de 3.000 trabalhadores.

As compensações financeiras prometidas pela administração da Autoeuropa, um adicional de 175 euros por mês e mais um dia de férias para além das regalias previstas na legislação para o trabalho por turnos, não foram suficientes para demover os trabalhadores da Autoeuropa, que não aceitam a obrigatoriedade do trabalho ao sábado, explicou fonte sindical.

Segundo o Sitesul - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul, não se trata de uma questão de dinheiro, mas da obrigatoriedade de trabalhar todos os sábados durante dois anos, com apenas dois dias de folga consecutivos de três em três semanas.

De acordo com o sindicato, os trabalhadores da Autoeuropa não receiam uma eventual deslocalização da produção do novo veículo T-Roc atribuído à fábrica de Palmela, até porque grande parte do investimento em causa foi suportado pelo governo português.

Os novos horários propostos pela administração da Autoeuropa foram previamente negociados com os representantes dos trabalhadores, mas o pré-acordo foi rejeitado por mais de 74% dos funcionários da empresa, levando à demissão da Comissão de Trabalhadores.

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  • João Lopes
    31 ago, 2017 Viseu 10:22
    Será que os comunistas querem ganhar sem trabalhar...e odeiam aqueles que trabalham e fazem pela vida? Não trabalham nem deixam trabalhar. Serão intrinsecamente invejosos e maldosos?!
  • Toninho Marreco
    30 ago, 2017 Santo António -Funchal 14:28
    Apreensiva ... Deixem-me rir ... Está é ansiosa que a AE feche as portas .Já toda a gente sabe que para os comunas quanto mais desemprego e mais miséria houver , melhor , mais contentes ficam porque sabem que desse modo teem mais votos .
  • DEMAGOGIA PURA DURA
    30 ago, 2017 Lx 11:35
    A kamarada Katrina amiga da Auto Europa..:Quem diria depois de ser contra o capitalismo...mudam-se os tempos mudam-se as vontades...Uma impostora é o que esta actriz desempregada é...Alapou-se á politica para sobreviver pois emprego não tinha e já nem constava da lista de desempregados do kamarada Costa...Uma demagoga e populista esta rapariga do Berloque de Esquerda...
  • isidoro foito
    30 ago, 2017 elvas 11:24
    Portugal tem que acabar com todos os sindicatos comunistas ou então qualquer dia estamos pior que o regime de maduro na venesuela , a maoior empresa exportadora do pais a ser destruída por meia dúzia de canalhas comunistas , vamos carregar-lhe com a policia de intervenção em cima , como se fez nos governos de cavaco com os irmaos pinto na ponte 25 abril , porrada no lombo , acabar com o comunismo de vez em PORTUGAL
  • santos
    30 ago, 2017 Anadia 10:12
    Estes supostos trabalhadores (malandros) e sei do que falo porque quando se vai lá descarregar uma mercadoria levamos com 7e8 horas de espera que se fosse contabilizado o tempo de produção deve ser de pouco mais de 4horas dia o resto é para conversa e fumar deviam receber o salário mínimo para ver o que era bom ,agora com salários acima dos 1000€ sem trabalhar ainda se queixam . quando os alemães mudarem a fabrica estes ditos grevistas insatisfeitos vão _se dedicar à pesca do berbigão.
  • ANTONIO SILVA
    30 ago, 2017 VILA DO CONDE 09:43
    FIEM NA VIRGEM, FIEM-SE NAQ DIABA, E VÃO VER O QUE LHES VAI ACONTECER!
  • Ze Correia
    30 ago, 2017 Monsanto 01:36
    António Chora diz tudo em entrevista ao Negócios: PCP a cavalgar uma onda criada por um grupo de populistas na tentativa de controlar a maior empresa industrial portuguesa. Com o objetivo claro embora não assumido de distribuir mais felicidade e riqueza pelo povo da península de Setúbal. Assim como fizeram os seus avós na Lisnave há 40 anos atrás ...
  • Bela
    29 ago, 2017 Coimbra 23:50
    Não entendo, se os novos horários propostos pela administração da empresa foram previamente negociados com os representantes dos trabalhadores, porque que esse pessoal agora não concorda? Não é pelo dinheiro... Dá Deus as nozes...
  • JLCosta
    29 ago, 2017 Moita 23:23
    o Bloco antes de pertencer a geringonça sempre esteve de lado dos trabalhadores da AE (o sr António Chora faz parte deste partido), agora até parece um partido do bloco central a pedir contenção. Muito se fala e opina sobre a Autoeuropa, mas ninguém sabe realmente o que se passa dentro dessa casa. De uma vez por todas escutem os 3000 trabalhadores da AE e as suas razões para partirem para a greve e de rejeitarem os acordos desta administração. Desde 2015 que Sr Miguel Sanches (desde que voltou do México) adoptou uma atitude autista perante os trabalhadores da AE, o desfecho está a vista.
  • JH
    29 ago, 2017 Lisboa 23:06
    Quem não olha com apreensão é o sindicado dos amigos do PCP que devem estar bem felizes

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