23 ago, 2017 - 16:24
O Presidente norte-americano, Donald Trump, proferiu 1.057 afirmações falsas, enganosas ou contraditórias nos primeiros 214 dias no cargo. A contabilidade é feita pelo “Washington Post”.
De acordo com o jornal, Donald Trump manteve um ritmo de cinco declarações falsas ou enganosas por dia desde que tomou posse em Janeiro.
Um vídeo do "Washington Post" que resume as principais conclusões desta análise
A primeira declaração contraditória foi registada a 21 de Janeiro, um dia depois de ter prestado juramento como 45.º Presidente dos EUA. “Eu não era um fã do Iraque. Eu não queria ir para o Iraque”, disse Trump, que no passado defendeu a invasão daquele país.
O tema que mais tem contribuído para esta lista é o “Affordable Care Act”, o plano de saúde conhecido por “Obamacare”.
O Presidente já anunciou por diversas vezes a morte do “Obamacare”, mas o programa que possibilitou a milhões de americanos o acesso a cuidados médicos continua em vigor por falta de consenso no Congresso.
Trump tem reclamado os louros pela prestação económica dos Estados Unidos, mas por vezes peca por excesso. De acordo com o “Washington Post”, vangloriou-se por algumas decisões tomadas ainda durante o anterior mandato de Barack Obama.
Em 42 ocasiões, disse ter garantido investimentos ou empregos para o país que, na verdade, já tinham sido anunciados anteriormente.
O Presidente garantiu ter sido ele o responsável pela redução do custo do caças F-35, apesar de o corte ter acontecido antes da sua eleição para a Casa Branca. Trump falou sobre o tema por 19 vezes.
De Hillary à Catalunha
Hillary Clinton, a candidata derrotada nas eleições presidenciais de Novembro do ano passado, é um dos alvos preferidos do milionário que fez fortuna no sector do imobiliário e que se tornou numa estrela de televisão com o programa “O Aprendiz”.
Donald Trump alega, erradamente, que Hillary Clinton deu à Rússia 20% do fornecimento de urânio americano ou que um antigo responsável do FBI recebeu 700 mil euros da antiga primeira-dama.
Uma das últimas histórias falsas contadas pelo Presidente norte-americano aconteceu na semana passada na reacção aos atentados na Catalunha.
Trump repetiu um episódio passado nas Filipinas, no início do século XX, que segundo os historiadores nunca aconteceu, em que um general norte-americano executou radicais islâmicos com balas embebidas em sangue de porco.
O jornal “The New York Times” também tem uma secção dedicada às “mentiras de Trump”, que regista as declarações enganosas do Presidente desde a tomada de posse.
De acordo com um barómetro publicado por este jornal, no início do mandato 53% dos norte-americanos consideravam que o Presidente não é honesto, um valor que tem vindo a aumentar nos últimos meses e que chega agora quase aos 60%.