23 ago, 2017 - 12:46
O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros, Luciano Gonçalvos, está chocado com o castigo ao árbitro Jorge Sousa. O juiz portuense foi suspenso por três jogos pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, após dirigir impropérios ao guarda-redes do Sporting B, Vladimir Stojković.
Luciano Gonçalves, em nome da arbitragem fala da abertura de um precedente gravíssimo.
"Estou incrédulo. A arbitragem está incrédula. Como é que é possível um árbitro ser castigado em três jogos por ter utilizado uma linguagem grosseira, quando em mais nenhum agente que utiliza e tem estes comportamentos, acontece esta disparidade de penas. É inadmissível, não conseguimos compreender e não faz qualquer sentido. Não estamos a pôr em causa a questão de se devia ter utilizado aquela linguagem, o que não concordamos é em relação a um castigo que vai abrir um precedente no futebol português de três jogos a um árbitro por utilizar este tipo de linguagem e, naturalmente, a arbitragem não pode estar satisfeita, de forma alguma, com esta pena", referiu a Bola Branca.
E se Jorge Sousa decidisse retirar-se, Luciano Gonçalves não se admiraria, até porque o árbitro ficou descontente e desiludido.
"Sei perfeitamente que ele não está nada satisfeito. Para ele também é uma desilusão toda esta situação. Jorge Sousa é um profissional que tem 24 anos de carreira. Por um dia menos bom, e em que as coisas tenham sido retiradas de um contexto, como foi o caso do jogo com o Sporting, naturalmente que ninguém fica satisfeito de ver isso a acontecer", explicou.
E
tal como o presidente do Conselho de Arbitragem, também a APAF exige a partir
de agora uma igualdade de castigos.
"É claro que a arbitragem vai exigir que as molduras penais dos árbitros
sejam iguais às de qualquer outro agente, obviamente que iremos fazer essa
exigência", concluiu Luciano Gonçalves, visivelmente insatisfeito.