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Seca obriga a retirar 150 toneladas de peixe de barragens do Alentejo

16 ago, 2017 - 20:39 • Rosário Silva

Operação deverá custar cerca de 120 mil euros, segundo o Ministério do Ambiente. Peixes serão utilizados para a produção de farinha para animais.

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Começa na próxima semana uma operação para a remoção de 150 toneladas de peixe de quatro albufeiras do Alentejo. O anúncio foi feito esta quarta-feira, em Évora, pelo secretário de Estado do Ambiente.

“Vamos retirar peixe das albufeiras de Monte da Rocha (Ourique), Vigia (Redondo), Divor (Évora/Arraiolos) e Pego do Altar (Alcácer do Sal)”, revela Carlos Martins.

A operação “deve custar cerca de 120 mil euros”, suportados pela Agência Portuguesa do Ambiente, enquanto a EDIA, empresa gestora do Alqueva, "será a coordenadora dessa actividade".

O governante falava no final de uma reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul, da Comissão de Gestão de Albufeiras, sobre a situação da seca.

“Não pôr em causa a qualidade da água das albufeiras é a nossa principal preocupação e se ultrapassarmos a questão da quantidade temos de estar muito vigilantes com a questão da qualidade”, acentuou Carlos Martins.

Os 150 mil quilos de peixe a retirar das barragens vão ter como destino final a produção de "farinha para alimentação animal”, numa tarefa que será executada por pescadores, com a duração entre “15 dias a três semanas”.

Nesta reunião, a situação da barragem da Vigia, no concelho de Redondo (Évora) esteve no centro das atenções devido ao baixo volume de água armazenada, nesta altura com cerca de 14% da sua capacidade de armazenamento.

Uma situação que Carlos Martins considera “preocupante mas sem alarmismos” e que requer a ajuda e o compromisso dos regantes.

“A agricultura comprometeu-se a corrigir na segunda quinzena aquilo que foram os consumos excessivos da primeira quinzena de Agosto, de forma a que, no final do mês, tenhamos um volume de encaixe e disponibilidade hídrica de acordo com aquilo que nos garante dois anos de abastecimento publico”, disse o secretário de Estado do Ambiente.

Carlos Martins quer que a 15 de Setembro, “quando já não precisarmos da água para uso agrícola”, seja possível começar a “recuperar o volume da albufeira com água que a EDIA também se comprometeu a encaminhar directamente à albufeira”.

No panorama do Alentejo, a seca levou a recentes medidas de controlo do consumo, sendo que foram decretadas restrições em pelo menos 15 concelhos da região. Ainda assim, há oito concelhos que estão a ser abastecidos de água com recurso a autotanques.

No total são, segundo Carlos Martins, “dez pequenas povoações e cerca de duas mil pessoas” afectadas no normal abastecimento público dos concelhos de Almodôvar, Odemira, Ourique, Mértola, Arraiolos, Borba, Avis e Alandroal.

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  • est.de merd
    17 ago, 2017 mira 12:22
    MAS SE APANHAREM UM POBRE COITADO A PESCAR ALGUM PARA SOBREVIVER, ATÉ A OS OSSOS LHES COMEM.

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