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Vila Real. Bispo celebrou bodas de ouro sacerdotais

15 ago, 2017 - 20:30 • Olímpia Mairos

D. Amândio Tomás agradece o dom do sacerdócio e destaca a “necessidade de ir mais longe na evangelização, na aproximação das gentes ao coração de Cristo, na formação que é necessário fazer”.

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A sé de Vila Real encheu-se de fiéis, para celebrar as bodas de ouro sacerdotais do seu bispo diocesano.

Na homilia, D. Amândio Tomás referiu que o jubileu é “ocasião para dar graças a Deus pela sua fidelidade” e agradecer a quantos, ao longo do seu percurso sacerdotal, “foram testemunho de acolhimento e fidelidade aos projectos de Deus”.

“Com o júbilo de Maria, cioso do amor e da verdade, dou graças a Deus e louvo o Senhor pela sua fidelidade”, exclamou o prelado, referindo que “foram 50 anos de serviço e de bênção, sob o patrocínio da Mãe de Deus”.

Deste percurso de 50 anos, que começou na Diocese de Vila Real, o prelado destaca o tempo que esteve em Roma, praticamente 27 anos, pelo “sentido de universalidade e catolicidade”.

“Foi para mim uma aprendizagem, um enriquecimento e um facto inesquecível”, disse.

O bispo de Vila Real desafiou depois os fiéis da diocese a “oferecerem-se a Deus”, dizendo que “precisamos de sacerdotes. De mais e santos sacerdotes, de agentes pastorais e famílias que o sejam de verdade e de fiéis comprometidos”.

“Cristo conta connosco. Há que obedecer a Deus, como obedeceu Maria”, explica.

A concluir a homilia, D. Amândio Tomás confessou-se pecador, mas com a disposição de continuar a servir a Igreja.

“Tenho consciência que sou pecador, que levo um tesouro em vaso de barro, mas quero dizer-vos uma coisa: nunca, nunca me arrependi de ser padre, de servir a Deus e de servir a Igreja e quero dar a vida por Cristo, se necessário for”, afirmou.

Na celebração eucarística participaram vários bispos, dezenas de sacerdotes e centenas de fiéis da diocese de Vila Real e de outras que se uniram ao júbilo pelos 50 anos de sacerdócio do bispo de Vila Real.

“Precisamos de nos unir em causas fundamentais e preponderantes”

Em entrevista à Renascença, o bispo de Vila Real defendeu a “necessidade de ir mais longe na evangelização, na aproximação das gentes ao coração de Cristo, na formação que é necessário fazer”.

“É preciso evangelizar, evangelizar, evangelizar. A Igreja foi chamada a evangelizar e a Igreja somos todos. A Igreja é sinfónica, é plural. É uma comunhão de Irmãos, de padres, de bispos, de casados, de solteiros, ministros extraordinários da comunhão, de diáconos, dos vários agentes da pastoral, que devem contribuir para o relançamento da pastoral e transformação da sociedade”, afirmou.

O prelado reconhece que vivemos “tempos de recuperação ainda não verdadeiramente solidificados e o trabalho é de todos”.

“Em vez de estarmos muitas vezes a censurar este ou aquele, para tirar dividendos, precisamos de nos unir, unir em causas fundamentais e preponderantes, como esta tragédia dos incêndios a que não se põe cobro”.

“Mais obras e menos palavreado. Santo António, o maior português do mundo, disse: ‘calem-se as palavras, falem as obras’”.

Papa Francisco agradece obra apostólica frutuosa

A celebração, a que se seguiu um jantar convívio no Seminário de Vila Real, conta com uma mensagem do Papa Francisco, na qual o pontífice agradece ao bispo de Vila Real os “fecundos trabalhos, suportados, com o ardor”.

Em carta enviada por ocasião das bodas de ouro sacerdotais do bispo de Vila Real, o Papa Francisco recorda o percurso apostólico de D. Amândio Tomás e sublinha a dedicação do prelado na sua diocese natal.

“Foste enviado como Coadjutor da Tua Igreja natal de Vila Real, da qual, no ano de 2011, assumiste a missão do seu governo, como Pastor e, apascentando-a, com o apreço de todos, com constante trabalho e grande solicitude, acabaste por realizar uma obra apostólica frutuosa, no muito conhecido contexto adverso duma contínua emigração e envelhecimento dos cidadãos”, escreve o Papa Francisco.

A missiva do Papa Francisco termina com a bênção apostólica, que estende a toda a comunidade diocesana, e com um pedido de orações pelo seu ministério.

“De todo o coração Te concedemos a Ti e à Tua caríssima Comunidade Eclesial a propícia Bênção Apostólica, testemunho da Nossa comunhão e da caridade, ao mesmo tempo que imploramos as Vossas orações, por Nós e pela feliz realização do Nosso Ministério Petrino”.

À Renascença, D. Amândio conta que acolheu a mensagem “com preito de apreço, de gratidão e de reconhecimento”.

“O Papa entusiasma-me a ser fiel e isso é fundamental. Eu devo-lhe muito, como devo aos papas todos. Vivi à sombra deles, à sombra do Vaticano. Um deles, que foi declarado santo, ordenou-me Bispo – S. João Paulo II. Bento XVI é meu amigo pessoal. Tenho muito a contar e a agradecer”, sublinhou o prelado.

D. Amândio Tomás foi ordenado sacerdote em 15 de Agosto de 1967, tendo desempenhado durante largos anos o cargo de reitor do Colégio Português, em Roma.

A 5 de Outubro de 2001, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Évora, pelo Papa João Paulo II, tendo sido ordenado a 6 de Janeiro, pelo mesmo papa, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

A 8 de Janeiro de 2008 foi nomeado bispo coadjutor da diocese de Vila Real, com direito de sucessão, pelo Papa Bento XVI, nela entrando solenemente em 10 de Fevereiro.

Sucedeu a D. Joaquim Gonçalves no cargo de bispo da diocese a 17 de Maio de 2011, após resignação por limite de idade.

D. Amândio Tomás nasceu na aldeia de Dadim, Cimo de Vila da Castanheira, no concelho de Chaves, a 23 de Abril de 1943. É o mais velho de uma família de cinco irmãos.

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