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Fogo de Abrantes “longe de controlado"

12 ago, 2017 - 01:35

Já depois da meia-noite surgiu um novo foco na zona de Abrançalha, que nada tem a ver com o incêndio inicial. "Existem aqui situações muito estranhas", referiu a autarca.

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A presidente da Câmara de Abrantes diz que o incêndio que lavra naquele concelho do distrito de Santarém desde quarta-feira está "longe de estar controlado", apontando "situações muito estranhas".

"O incêndio a esta hora", já depois das 00h00, "está longe de estar controlado, surgiu um novo foco de incêndio em Abrantes, na zona de Abrançalha, que nada tem a ver com o incêndio inicial, e "existem aqui situações muito estranhas", disse à Renascença Maria do Céu Albuquerque, relativamente a este incêndio que lavra neste município desde as 18h14 de quarta-feira.

A autarca disse que está a ser feita "investigação sobre o caso" e que "a polícia criminal está no terreno" a trabalhar no sentido de apurar elementos sobre as eventuais situações que reiterou serem "muito estranhas" e que têm, alegadamente, acontecido no terreno.

Questionada sobre o ponto de situação deste incêndio, que já provocou 19 feridos ligeiros, mais de 50 pessoas deslocadas, seis aldeias evacuadas, a inoperacionalidade de um avião médio anfíbio Fire Boss, uma casa de primeira habitação ardida, entre muitos outros prejuízos, a autarca disse que "o novo foco de incêndio está na encosta que sobe para o Regimento de Apoio de Emergência Militar (RAME), já dentro do perímetro urbano da cidade, para onde foram dirigidas 25 vítimas.

"Estamos a trabalhar no sentido de proteger a população de Abrançalha e tentar evitar que atinja o RAME, atacando pelo flanco direito, que vai direito a Casal da Preta e ao rio Tejo, e do lado esquerdo, onde está situado o equipamento militar, na zona de São Lourenço", referiu, tendo acrescentado que aldeias de Bioucas, Ribeira da Brunheta, Sentieiras e Amoreira foram aquelas que causaram mais preocupação nas últimas horas.

"Estamos a proteger as pessoas, retirámos mais alguns habitantes de Rio de Moinhos e Amoreira, pessoas de idade e por precaução, e os meios no terreno dão respostas efectivas aos problemas que temos e que têm sido gerados, também, pelo muito calor e pelo vento", afirmou.

Contactado pela Lusa, o comandante dos bombeiros de Constância, Adelino Gomes, presente no posto de comando instalado em Carvalhal, confirmou a "existência de situações estranhas" no terreno, tendo, no entanto, referido que "o incêndio, nos seus vários sectores, está ancorado e sem margem de progressão".

Segundo aquele responsável, com 20 anos de comando, "a perspectiva é de que o incêndio fique esta noite controlado nos seus vários sectores porque está ancorado por todos os lados e sem margem de progressão, seja pela área já ardida, seja pelo rio, seja pela A23, e não tem hipótese de progressão. Amanhã [sábado] será outro dia, depende sempre de vários factores, sendo que nesta noite e no dia de amanhã vai haver muito trabalho de rescaldo e consolidação", perspectivou.

O incêndio, que deflagrou às 18h14 de quarta-feira em Aldeia do Mato, União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, no concelho de Abrantes, mobilizava por volta das 00h50, um total de 692 operacionais, apoiados por 225 viaturas.

A autoestrada 23, que esteve cortada nos acessos a Rio Moinhos, EN 3, EN 358, EM 544, EM 1212-1, foi reaberta às 00h43, segundo fonte da Protecção Civil nacional.

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