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​Festivais de Verão. Depois da folia, tem que ficar o lixo?

09 ago, 2017 - 19:56 • Rosário Silva

Imagens nas redes sociais puseram muitos a falar do lixo no Festival Sudoeste. Quercus diz que é preciso desenvolver uma maior consciência ambiental.

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Roupas, sapatos, embalagens de cartão, garrafas de plástico e até tendas. É um pouco do muito que ficou à mostra no final do Festival Sudoeste na Zambujeira do Mar. O cenário foi revelado – e muito partilhado no Facebook – num vídeo feito pelo morador de Odemira José Torres.

À Renascença, Cármen Lima, da associação ambientalista Quercus, diz que a pegada ecológica nos festivais de Verão portugueses é muito significativa e que deveria ser minimizada antes da realização destes eventos de massas.

A associação ambientalista alega falta de consciência ambiental por parte de muitos. No caso do Sudoeste, esta tem consequências mais graves porque acontece numa zona sensível.

“É uma zona com uma baixa densidade populacional, com uma grande área florestal, próxima de uma zona ribeirinha e, portanto, este lixo, se não for recolhido, vai dispersar e acaba nas praias do litoral alentejano”, afiança Cármen Lima.

A ecologista defende a necessidade de mudar o comportamento ambiental e promover atitudes básicas. Por exemplo: “não abandonar o material que se leva e, mais simples ainda, colocar os resíduos dentro dos contentores”.

No caso de não ser suficiente, Cármen Lima admite “uma penalização ao festival por causa do abandono de bens” com a “organização a assumir a limpeza do recinto deixando-o exactamente como o encontrou”.

“O planeamento do festival deve ser concebido a montante considerando os aspectos ambientais”, diz a representante da Quercus. “Quando estamos a desenvolver um festival, não só estamos a consumir energia como estamos a agredir o espaço e a acarretar a produção de resíduos com a realização do evento. É preciso encontrar formas de reduzir a nossa pegada ecológica.”

A Renascença contactou também o município de Odemira. Em resposta enviada por e-mail, o presidente José Alberto Guerreiro escreve que a “limpeza do recinto do festival e espaço de campismo ocasional associado é da exclusiva competência da organização” e que ao “município cabe a função de apoio (…) na remoção dos resíduos depositados nos contentores de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) colocados nas áreas do festival”.

No final do Sudoeste, acrescenta o autarca, “os resíduos que estejam fora dos contentores são recolhidos por equipas afectas à organização que os colocam nos contentores”.

São depois “recolhidos para a ETRS (Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos) de Bemposta e daí para o sistema de triagem mecânica da AMBILITAL (empresa intermunicipal)”, “só terminando este processo quando a zona fica integralmente limpa”, geralmente “dois dias após” o fim do festival.

Comentários
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  • maria do Rosario
    16 ago, 2017 lisboa 19:07
    O q tenho verificado nas x q passei pelo recinto do Meo Sudoeste após o evento é q este ja se encontrava limpo. Mas e o lixo largado fora do recinto ou que pura e simplesmente voa.? E da total ausência de comportamento ambiental das centenas de jovens q neste período visitam o PNCV? Exemplo deste ano na Praia dos Alteirinhos (Zambujeira Mar): 1 jovem c/ megafone aos gritos; presentes 2 nadadores salvadores que nada faziam; quando os confrontei disseram-me q ja tinham falado c/ o jovem da parte da manha (eram então ja 6 da tarde!) e q este continuara na mesma; que só a Polícia Maritima tinha autoridade mas que seria melhor ser eu a ligar-lhes! Eu ja tinha respeitosamente confrontado o jovem c. de meia hora antes, informando-o que estava num local publico, em pleno Parque Natural, e que não podia fazer todo aquele barulho; pediu desculpa mas pouco depois tudo recomeçou. O facto é que não só os nadadores salvadores não agiram como não agiu, pelo menos durante as 2 horas que estive na praia, nenhum dos banhistas; o que para mim é ainda mais grave pois parece indicar que para todos os presentes ( e não eram apenas jovens mas familias tambem) o infernal barulho era normal! O nosso comportamento ambiental infelizmente é quase zero e este tipo de eventos não deveria ter lugar em lugares como este; e a terem lugar, pq ja institucionalizados, deveria haver amplas acções de sensibilização ambiental no decorrer dos mesmos e efectiva intervenção por parte das autoridades.
  • Carlos
    10 ago, 2017 Braga 15:05
    Infundado. O lixo foi recolhido por equipa especializada logo apos o festival.
  • Albert
    10 ago, 2017 Port 10:53
    Era acabar com o Festival ou imporem multas avoltadas para a organizacao, so assim as pessoas aprendem. Neste Pais a Beira Mar Plantado so com grandes multas se consegue alguma coisa.

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