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“Stress hídrico” antecipa vindima no Douro

08 ago, 2017 - 12:59 • Olímpia Mairos

A culpa é do clima seco e extremamente quente. As castas brancas são as primeiras a ser colhidas.

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A seca extrema que se tem sentido na região Demarcada do Douro faz com que algumas videiras, nas zonas mais altas, sofram já de “stress hídrico extremo”. O clima seco e extremamente quente suscita um grau de maturação das uvas muito elevado, o que obriga uma vindima antecipada.

“As vindimas estão antecipadas cerca de duas a três semanas”, revela à Renascença Carlos Pereira, da divisão de vitivinicultura da DRAPN.

As castas brancas são as primeiras a ser colhidas, uma vez que “apresentam uma evolução precoce em relação às castas tintas”.

Apesar de a cultura da vinha “estar adaptada à seca, quando esta é muito forte provoca alguns efeitos” tais como “a redução da produção, seja em cachos mais pequenos seja a paragem da maturação”, explica o técnico da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.

A falta de água pode provocar desfolhas fortes e fazer com que as uvas não amadureçam convenientemente.

As vinhas do Douro Superior e do Cima Corgo, em que as videiras estão viradas a sul e com mais exposição solar e as vinhas novas, que ainda não têm o sistema radicular perfeitamente implantado, são as mais afectadas pela falta de precipitação.

“No Douro Superior, a precipitação média é de 300 a 400 mm por ano e, neste momento, estaremos com 200 ou menos ainda”, observa Carlos Pereira, realçando que “em algumas áreas podemos ter uma diminuição da quantidade que resultará mais da sobre maturação e também da perda de água, que leva a que as uvas pesem menos”.

“A sobre maturação pode conduzir a alguns mostos mais desequilibrados”, conclui o técnico.

Apesar da seca, o Douro prevê uma boa vindima, quer em termos de qualidade quer em quantidade.

Comentários
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  • JR
    08 ago, 2017 Lisboa, Puto 16:23
    Peçam subsídios, rapazes. Peçam subsídios.

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